Os setores de madeira no Brasil e na China mostraram sinais de recuperação em setembro, de acordo com a última edição do Relatório do Índice Global de Madeira (GTI), divulgado hoje. O GTI apoiado pela ITTO rastreia o desempenho do setor de madeira em diversos países piloto.

Os índices GTI para o Brasil (52,3%) e China (54,2%) estavam acima do limite de 50% em setembro (acima de 44,5% e 43,1%, respectivamente), indicando assim uma tendência ascendente em seus setores de madeira. Especificamente, ambos os países experimentaram um aumento em pedidos e produção.

Os setores madeireiros da maioria dos países produtores participantes do GTI continuaram a se contrair, no entanto, com os índices do GTI para Tailândia (49,1%), Gana (46,7%), Congo (44,9%), México (37,1%), Malásia (29,0%) e Gabão (26,3%) todos abaixo do limite de 50%.

O Congo, a Malásia e o México estão abaixo do limite há vários meses, com empresas madeireiras nesses países enfrentando pressão considerável na produção e nas operações. Com isso em mente, as empresas participantes do GTI nos três países pediram intervenção governamental em setembro. As empresas malaias sugeriram que o governo aumentasse os gastos em edifícios e infraestrutura para aumentar o consumo de materiais de construção; as empresas congolesas propuseram que o governo acelerasse a construção de pontes e contribuísse para a manutenção da rede rodoviária; e as empresas mexicanas queriam que o governo regulasse as importações de MDF.

Em outras notícias, o GTI-Producers Index, um índice especializado para produção de madeira, subiu de 45,6% em agosto para 49,1% em setembro, e o GTI-WBP Index, um índice especializado para painéis à base de madeira, aumentou para 47,4% (de 40,7%), indicando que as contrações nesses subsetores diminuíram.

As informações sobre a operação da plataforma GTI foram divulgadas no Global Legal & Sustainable Timber Forum, realizado em setembro na China, RAE de Macau. Em seus dois primeiros anos, o GTI foi pilotado em dez países — Brasil, China, Congo, Equador, Gabão, Gana, Indonésia, Malásia, México e Tailândia. Cada país piloto selecionou empresas madeireiras líderes para relatar mensalmente para o GTI e compartilhar outras informações, com o número de empresas participantes aumentando ao longo do período de 160 para 260. Vinte e oito edições de relatórios foram publicadas e dois índices especializados (o GTI-Producers Index e o GTI-Wood-based Panel Index) foram lançados. Na cerimônia de lançamento, representantes dos pontos focais do GTI apresentaram certificados de reconhecimento a dois clusters da indústria de painéis de madeira da China (em Guigang, província de Guangxi, e Linyi, província de Shandong) para reconhecer suas contribuições à coleta de dados e ao lançamento do Índice GTI-WBP. Seguindo em frente, serviços multidimensionais e de valor agregado adicionais serão fornecidos às empresas do GTI que contribuírem com dados e informações para a atividade.

O GTI relata indicações significativas de progresso em direção à gestão legal e sustentável nos países piloto. Em setembro, por exemplo, o Ministro do Meio Ambiente e Florestas da Indonésia apresentou dados indicando que os incêndios florestais e o desmatamento na Indonésia diminuíram drasticamente nos últimos dez anos — a área de floresta queimada pelo fogo caiu de 2,6 milhões de hectares em 2015 para 200.000 hectares em 2022, e a área de desmatamento caiu de 1,09 milhão de hectares em 2014–2015 para 100.000 hectares em 2023. Além disso, a Wildlife Conservation Society lançou o primeiro projeto da Iniciativa de Investimento Florestal de Alta Integridade da África no Congo em setembro com o objetivo de incentivar a manutenção das funções de regulação climática e a conservação da biodiversidade em florestas tropicais de alta integridade, fornecendo aos gestores florestais financiamento de longo prazo.

O Relatório GTI mensal, o Relatório GTI-Producers e o Relatório GTI-WBP estão disponíveis gratuitamente em www.itto.int/gti.

Fonte: Woodworkingnet