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Há tempos não se via no setor florestal alguma coisa despertar tanto interesse quanto os plantios com espécies nativas em programas de recuperação de áreas degradadas. Fala-se em milhões de hectares a serem recuperados.
A possibilidade de se negociar créditos de carbono parece ter sido o ingrediente que faltava para aquecer o entusiasmo dos novos protagonistas florestais. No entanto, ainda há dúvidas e muitas questões a serem resolvidas!
Analistas financeiros dizem que continua difícil fechar a conta e que o carbono ajuda, mas não é suficiente. A solução ainda está em se encontrar sistemas produtivos que assegurem receitas em ciclo tão longo.
Há encrencas a serem resolvidas.
O processo tecnológico, ainda necessita de pesquisas e experimentações complementares e a desinformação dificulta o aproveitamento dos dados disponíveis. Há falta de política pública elaborada com competência técnica e jurídica com regras e diretrizes bem estabelecidas. E que garanta segurança, continuidade a longo prazo e legitimidade institucional ao processo. Além, acima de tudo, de identificar com clareza a entidade governamental para comandar, coordenar e monitorar os programas a serem implantados. De outro lado, há até quem afirme que recurso não parece ser problema!
O incentivo fiscal para reflorestamento originário de uma política pública, há mais de 50 anos, surgiu diante de tantas ou mais dificuldades, e se tornou um sucesso. Havia falta de tecnologia e critérios indefinidos na seleção de executores. E muitos ajustes a serem feitos. A grande diferença para o momento atual, é que havia a ativa participação do governo na sua implementação, sob a coordenação do antigo IBDF. Foi essa centralização de comando, informações e controles o principal instrumento para integrar o crescimento do setor e promover as necessárias correções e adequações operacionais. O próprio desenvolvimento tecnológico foi impulsionado pelo trabalho conjunto de empresas, instituições de pesquisas e universidades. E o processo produtivo experimentou uma longa curva de aprendizado até que se alcançassem os altos índices de produtividades.
A silvicultura com espécies nativas, com certeza, passará por fases semelhantes, e da mesma forma, exigirá investimentos em pesquisas e experimentações, até que se consiga nas áreas em recuperação a formação de florestas produtivas que justifiquem, de fato, os créditos de carbono.
O reflorestamento com espécies exóticas construiu uma história de sucesso com erros e acertos. E essa experiência bem sucedida encontra-se à disposição dos tomadores de decisão para ser replicada nessa nova fase da silvicultura!
Estamos diante de um enorme desafio, mas também de uma oportunidade única para o desenvolvimento social, econômico e ambiental em várias regiões do país. A disposição para superar dificuldades, aliada à implementação de medidas institucionais urgentes, será fundamental para garantir o sucesso desse desafiador programa florestal. Não podemos permitir que obstáculos iniciais prejudiquem o interesse crescente e o avanço das iniciativas já em andamento.
Com a expertise acumulada e o envolvimento de profissionais qualificados, a silvicultura brasileira tem tudo para transformar essa nova empreitada em um marco de sucesso, assim como ocorreu no passado com as espécies exóticas.
Nelson Barboza Leite - Agrônomo - Silvicultor - nbleite@uol.com.br
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Fonte: Comunidade de Silvicultura