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Pesquisadores fizeram a descoberta examinando a estrutura microscópica da madeira de algumas das árvores mais emblemáticas do mundo
Um novo tipo de madeira descoberto por cientistas pode ser altamente eficiente no armazenamento de carbono, segundo estudo publicado dia 30.
Pesquisadores das universidades Jaguelônica, na Polônia, e de Cambridge, no Reino Unido, fizeram a descoberta examinando a estrutura microscópica da madeira de algumas das árvores mais emblemáticas do mundo: a Tulipeira (Liriodendron tulipifera e Liriodendron chinense).
"O estudo descobriu que as tulipeiras, que são parentes das magnólias e podem crescer mais de 30 metros de altura, têm um tipo único de madeira que não se enquadra em nenhuma das categorias de madeira dura ou macia", diz comunicado publicado na revista científica EurekAlert.
Para a descoberta, os cientistas usaram um microscópio eletrônico de varredura de baixa temperatura (crio-SEM) para obter imagens da arquitetura em nanoescala de paredes celulares secundárias (madeira) em seu estado hidratado nativo.
Captura de carbono
O estudo mostra que as tulipas possuem macrofibrilas – fibras longas organizadas em camadas – significativamente maiores do que as de outras árvores de madeira dura.
Segundo o cientista Jan Łyczakowski, principal autor da pesquisa, os Liriodendrons têm uma estrutura de macrofibrila intermediária que é significativamente diferente da estrutura da madeira macia ou dura.
"Os Liriodendrons divergiram das Magnolia Trees há cerca de 30-50 milhões de anos, o que coincidiu com uma rápida redução no CO 2 atmosférico. Isso pode ajudar a explicar por que as as árvores tulipeiras são altamente eficazes no armazenamento de carbono.”
O pesquisador explica que ambas as espécies de árvores são conhecidas por serem excepcionalmente eficientes em reter carbono, e sua estrutura macrofibrilar ampliada pode ser uma adaptação para capturar e armazenar maiores quantidades de carbono, mesmo quando a disponibilidade de carbono atmosférico estava sendo reduzida.
"Tulipeiras podem acabar sendo úteis para plantações de captura de carbono. Alguns países do leste asiático já estão usando plantações de Liriodendron para reter carbono de forma eficiente, e agora achamos que isso pode estar relacionado à sua nova estrutura de madeira”, disse o cientista.
Redação Byte
Fonte: https://www.terra.com.br/