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Notícias

07
ago
2024
(GERAL)
Cluster Florestal em Mato Grosso do Sul inviabiliza eucalipto no Acre

Embora a Engenharia Florestal da Universidade Federal do Acre se esforce em estudar a domesticação de eucalipto na bacia hidrográfica do rio Acre, acreditando na viabilidade econômica de plantios em larga escala, a realidade em Mato Grosso do Sul, MS, comprova o contrário.

Com um aglomerado econômico consolidado, que inclui o plantio de eucalipto para produção de celulose, de madeira para o setor moveleiro e a geração de energia elétrica por meio de biomassa de eucalipto, por isso a denominação de Cluster Florestal, o MS exportará mais produtos de florestas que soja no curto prazo.

Após conquistar o título de Capital Nacional da Celulose para o município de Três Lagoas, oficializado pela aprovação da Lei 14.142, em 2021, o MS busca o reconhecimento de Capital Nacional do Eucalipto para a cidade Ribas de Rio Pardo.

Um total de cinco indústrias de grande porte estão instaladas no Cluster Florestal com a presença de gigantes do setor como a Eldorado Brasil, Suzano, Bracel e a multinacional chilena Arauco. 

Todas as indústrias possuem áreas cultivadas com eucalipto que somadas chegam a 1,7 milhões de hectares e devem alcançar no curto prazo, segundo a Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas, Reflore-MS, a 2 milhões superando Minas Gerais.

Com logística favorecida para escoamento da produção pelo porto de Santos, onde a Eldorado Brasil venceu recente leilão de terminal que terá capacidade para embarcar até três milhões de toneladas de celulose por ano, o Cluster Florestal do MS inclui, ainda segundo a Reflore-MS, cinco municípios em que a oferta de emprego e renda passará por profundas melhorias.

Iniciado em Três Lagoas, cidade que nos últimos 20 anos passou por um acelerado permanente crescimento econômico, onde estão sediadas as plantas da Eldorado Brasil e Suzano, o Cluster Florestal se estende para Ribas do Rio Pardo, Brasilândia, Água Clara e Inocência. Todos com melhorias sensíveis na oferta de emprego e geração de riqueza.

Para uma ideia aproximada da importância do eucalipto para economia estadual, o Cluster Florestal oferece atualmente, em todos os elos de uma diversificada e sustentável cadeia produtiva, 90 mil empregos e exportou, em 2022, mais de 4 milhões de toneladas de celulose o que equivale a 1,5 bilhão de dólares de receita.

Fruto de um planejamento estatal de longo prazo bastante incomum em políticas de desenvolvimento estaduais e que se mostrou impossível na realidade política do Acre, o Cluster Florestal do MS caminha para se tornar referência no mercado europeu.

Finalmente, vale acrescentar que o eixo logístico ligando o MS aos portos no Chile, atravessando o Paraguai e Argentina, está previsto no PAC 2023 do governo federal e permitirá a saída de celulose para os mercados do oceano pacífico.

Haja pensamento positivo para acreditar que Rondônia terá condições de competir com o Cluster Florestal do MS e participar de forma ativa no setor de celulose.

No caso do Acre, por óbvio, o eucalipto vai precisar de algo mais que pensamento positivo, talvez alguns milagres para superar a criação extensiva de boi. É só esperar!

Ecio Rodrigues & Aurisa Paiva

Fonte: Andiroba

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