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No consumo de lenha para aquecimento é preciso levar em conta o poder calorífico que será produzido
Dia 17 de julho é destinado à “proteção das florestas”, para chamar a atenção para preservação da biodiversidade delas. Lembro que 21 de março é o dia Internacional das Florestas.
Segundo o Ibama, 20% das espécies do planeta vivem no Brasil. O Ministério da Agricultura (Mapa) estima em 500 milhões de hectares de florestas (59%) do território são naturais e/ou plantada. No Rio Grande do Sul (RS), dos 13.857.127 ha de vegetação original, só resta 15% de florestas naturais e 2,7% de matas plantadas. Esses são dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Entre tantos problemas o que mais chama atenção é o desmatamento e, em muitas vezes, seguidos de queimadas. Estamos no inverno e, por característica do frio, usamos lenha para nos aquecer. É a safra de quem planta principalmente eucalipto e acácia, para nesta época do ano ser comercializado. E também o melhor momento de venda de fogões à lenha e chaminés. Tradicionalmente acontece também a substituição de chaminés e consertos de fogões.
No mercado da lenha, o preço é bastante variado dependendo da maneira que é comercializado e a distância em que se encontra. Vendida por metro, picada, ensacada ou em talha de 80 pedaços. Segundo dados do Relatório Conjuntural da Emater de julho, apenas como exemplo de preços que estão sendo praticados:
Eucalipto: em metro na lavoura de R$ 100,00 a R$ 130,00/mst (metro estéreo é uma unidade de medida que não considera o espaço da lenha empilhada. Há fórmula para calcular). Cavaco: R$ 270,00/tonelada. Carvão vegetal: R$ 3,00/kg. Lenha para fogão ensacada R$ 0,95/kg. Lenha em lascas para fogão R$ 300,00 (640 lascas).
Acácia: Lenha em metro empilhada na lavoura de R$ 190,00 a R$ 250,00/m e entregue no consumidor de R$ 250,00 a R$ 360,00/m. Lenha picada para o consumidor R$ 280,00 a R$ 400,00 por m³. Ensacada ao redor de R$ 1,20/kg.
No consumo de lenha para aquecimento é preciso levar em conta o poder calorífico que será produzido. Depende da espécie, se está bem seca, origem de madeira madura, e com cerne consistente.
O fogo de chão dos galpões é o que consome mais lenha para produzir o calor, há muito desperdício por ser local aberto. Segue a lareira que também tem alto consumo de lenha para produzir calor. O fogão à lenha já consome bem menos e ainda é versátil no aproveitamento. Além do aquecimento, pode ser usado no preparado de alimentos, no uso do forno, para secar roupas e minha vó ainda secava cascas de frutas para chá.
No mercado entrou outro equipamento chamado de “Calefator”, que aquece muito bem e com menos lenha. Claro tem seu custo, mas, cada um faça sua conta.
Pode ainda ser considerado o uso de carvão vegetal ao invés de lenha. O briquete já é menos conhecido feito de sobras de madeira e serragem prensadas em forma de pau de lenha. Seu poder calorífico é cinco vezes maior que a lenha comum. Há outro produto conhecido como Pellets feitos de sobras de madeira, mas não sei se tem no mercado local. As duas alternativas são consideradas lenhas ecológicas.
O consumo de lenha tem seu custo-benefício nos aspectos financeiros, mas deve ser ainda considerado os ambientais na geração de gás carbônico para a natureza e menos consumo de lenha de nossas florestas.
Texto por Nilo Cortez, engenheiro agrônomo
Fonte: https://independente.com.br/