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Inspirados por aulas sobre consumismo e resíduos, jovens usaram matéria-prima local para tentar substituir o plástico
Estudantes do Centro de Ensino Lucas Coelho, do município de Benedito Leite, no Maranhão, mostram que estão conectados com o mundo em que vivemos e seus desafios. Conscientes de que é urgente reduzir o uso de plástico e encontrar materiais mais substituíveis, uma turma de 19 alunos desenvolveu um bioplástico produzido a partir babaçu.
Com a orientação da professora de geografia Marinalva de Morais Souza e do professor de química Luís César Rodrigues, os estudantes tiveram a ideia de criar o bioplástico durante as aulas de geografia sobre consumismo e a geração de resíduos, principalmente de plásticos convencionais. A turma começou a investigar alternativas sustentáveis para combater a poluição plástica, cada vez mais visível.
Essas pesquisas revelaram as possibilidades de bioplásticos feitos com matérias-primas orgânicas e a turma optou por testar a possibilidade de produzir um plástico feito de babaçu, uma palmeira nativa da América do Sul, e muito presente do Estado do Maranhão que dá frutas de sementes oleaginosas e comestíveis, das quais se extrai um óleo que pode ser usado na culinária, medicina e com potencial para ser um biocombustível.
O bioplástico criado pelos alunos reaproveita o endocarpo, uma parte resistente e fibrosa encontrada dentro da casca do fruto do babaçu. O processo de extração do material do endocarpo envolve etapas de moagem, secagem e trituração. Após isso, os componentes celulósicos são submetidos a processos de polimerização para produzir biopolímeros, que podem ser utilizados na fabricação de um material que se parece com o plástico.
“O bioplástico derivado do endocarpo do babaçu é biodegradável e renovável, proporcionando uma alternativa sustentável aos plásticos convencionais. Além disso, sua produção pode impulsionar a economia local, gerando empregos e agregando valor aos resíduos, que muitas vezes são deixados de lado”, conta a professora Marinalva, que acompanhou os jovens durante todo o processo.
Marinalva conta que as aulas se tornaram muito mais interessantes com a experiência prática dos alunos na busca por uma solução mais sustentável ao plástico. “Os alunos colocaram a criatividade e o aprendizado na experiência de trazer ideias reais e possíveis. Tivemos dificuldade para encontrar informações sobre esse tipo de produto|, relembra a professora.
Animados com as descobertas, os estudantes superaram a frustação das primeiras experiências que não deram certo e seguiram em frente. Usando apenas o material disponível no laboratório da escola, as primeiras amostras de bioplástico foram apresentadas para a comunidade escolar. Os próximos passos já estão sendo planejados: levar o material para profissionais da área avaliar, melhorar o que for necessário e ir atrás de uma empresa interessada em fabricar o bioplástico de babaçu.
“Mostramos a capacidade da escola em superar desafios e, em pouco tempo, pensamos em uma solução mais sustentável para o planeta”, orgulha-se Marinalva. Ela e seus alunos querem divulgar a ideia e incentivar o uso desse tipo de material, desenvolvido em apenas 3 meses de pesquisas e testes de laboratório.
Abaixo estão os nomes das alunas e alunos que trabalharam no projeto de bioplástico de babaçu e estão fazendo a sua parte para encontrar soluções mais sustentáveis:
• AMANNDA CRYSTAL ARAUJO RODRIGUES
• BEATRIZ MIRANDA DA SILVA
• CARLOS ANDRE GOMES DOS SANTOS
• HERMERSON SOUSA DE OLIVEIRA
• ISADORA MARIA COSTA FERREIRA
• KARINA LUSTOSA DE SENA
• KAUANE PEREIRA DA SILVA
• KETLEN MARIA MARTINS MENDES
• LUANA MIRANDA NEIVA
• LUCINARIA SOARES BRITO
• LUIZ GABRIEL DE SOUSA ROCHA
• MAYSON DOS SANTOS PRIMO
• MICHELE RIBEIRO PONTES
• PEDRO AUGUSTO SARAIVA VELOSO
• PEDRO PAULO CARVALHO DE SANTANA
• RAIANE GOMES FERREIRA
• SARA FERREIRA DA SILVA
• SEBASTIAO FERREIRA DA SILVA
• YHORRANNA FERREIRA COSTA
Por: Natasha Olsen
Fonte: https://ciclovivo.com.br