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08
jun
2024
(GERAL)
Famosa no mundo, região turística de SC pode ter proteção contra plantio de pínus

Deputado Ivan Natz apresentou projeto que sugere proibir reflorestamento com pínus na Coxilha Rica, em Lages

Reconhecida como um dos locais do mundo mais belos para cavalgadas, a região da Coxilha Rica, de Lages, na Serra Catarinense, pode ser protegida do plantio do pínus elliottii, conhecido como pinheiro-americano, que impede o crescimento de plantas nativas no seu entorno.Continua depois da publicidade

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Projeto com o objetivo de proibir reflorestamento com essa planta na região foi apresentado na Assembleia Legislativa de SC (Alesc) pelo deputado estadual Ivan Natz (PL). A flora da região é composta principalmente por restinga e o pinheiro nativo, que é a araucária.

– O pínus elliottii apesar das suas características favoráveis para reflorestamento em algumas regiões, apresenta uma série de impactos negativos quando introduzido em ecossistemas não nativos, como é o caso do território da Coxilha Rica. A introdução do pínus elliottii pode causar desequilíbrios no ecossistema local, prejudicando a fauna e flora nativas, além de modificar processos ecológicos naturais – argumenta Ivan Natz, na proposição entregue na Alesc.

O parlamentar afirma que está atento e preocupado com a acelerada expansão do plantio dessas florestas em Santa Catarina. Para ele, é preciso ter uma limitação, apesar de ser uma planta importante para a produção de celulose e papel e de o Estado ter uma grande indústria nesses setores.

– Eu venho acompanhando esse tema há cerca de quatro anos. Não é algo de agora. Tenho buscado dados e a Universidade de Lages (Uniplac) fez diversos estudos de mestrado que tratam dessa ocupação invasora. É assustadora a extensão da plantação de pínus em Santa Catarina, que cresce cada vez mais. Sobre os aspectos econômicos, temos estudos que comprovam que aonde chega o pínus, a pobreza chega também – alerta Ivan Natz.

O parlamentar reconhece que o pínus é importante com madeira renovável para fazer papel, celulose, móveis e outros itens. Mas alerta que o plantio que está sendo feito em SC está abastecendo também o mercado internacional. Então, o Estado tem um problema ambiental local para resolver um problema que é mundial. 

– Não é uma tarefa simples, existe a questão econômica. Mas precisamos delimitar no Estado as áreas em que o pínus pode ser plantado. Do jeito que está hoje em Santa Catarina, estão plantando pínus à vontade. Isso está desequilibrado. A Coxilha Rica será um projeto piloto para discutir isso com a sociedade – enfatiza o parlamentar.

Existe uma preocupação específica com a região da Coxilha Rica porque o pínus se espalha rapidamente por meio de sementes, que chegam a percorrer até 60 quilômetros de distância em relação às árvores onde se formaram.

O pínus é uma exótica invasora, denominação para planta que vem de fora (veio a América do Norte) e que, ao ser cultivada em outro ecossistema natural, como o brasileiro, elimina todas as plantas nativas. Assim, se torna uma floresta exclusiva, sem fauna e flora locais, o que significa destruição da natureza.

O problema do pínus está recebendo atenções em diversas regiões do Estado, com apoio de instituições. Em Florianópolis, estudantes e professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), têm feito esforços para retirar pínus que crescem em algumas regiões da Ilha de SC, como na Lagoa da Conceição e no Rio Vermelho.

Estela Benetti

estela.benetti@nsc.com.br

Fonte: https://www.nsctotal.com.br/

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