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Notícias

22
nov
2005
(GERAL)
Empresas palmenses são reconhecidas internacionalmente.
Aconteceu entre os dias 5 a 7 deste mês, o Seminário de Transporte Logística e Exportação destinado aos setores de base florestal onde foram premiadas as 70 maiores empresas exportadoras do segmento no ano de 2002. Quatro das empresas vencedoras são do município de Palmas, localizado no sudoeste do Paraná, que são a Serrarias Campos de Palmas S/A, Indústria de Compensados Guararapes Ltda, Indústria de Compensados Sudati Ltda. e Itamarati Indústria de Compensados Ltda. O município de Palmas se destacou, com o maior número de empresas premiadas no Paraná.

Segundo os organizadores do prêmio, a iniciativa que partiu inicialmente da Revista da Madeira, ganhou apoio da ABPMEX (Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Madeira) e posteriormente de outras entidades nacionais ligadas aos segmentos do mobiliário, painéis, papel e celulose, bem como órgãos do Governo, sindicatos e associações e entidades ligadas às áreas portuária e logística. Sobre o critério de seleção para a premiação das empresas, os organizadores informaram que é analisado valor exportado por ordem decrescente, de acordo com a listagem do MDIC (Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.)

Um dos representantes da Serrarias Campos de Palmas que participou do evento, o diretor executivo, Márcio Geraldo Rosa, declarou acreditar que o prêmio Qualidade Exportação consolida e ratifica a posição da empresa no mercado. “É premiado o ano inteiro de trabalho que acaba sendo divulgado internacionalmente através da Revista da Madeira”, afirma, ressaltando que este evento destaca a posição dos maiores produtores e das principais empresas que trabalham com esse tipo de produto no Brasil. “Esta modalidade de evento retrata a realidade, revelando as empresas que têm produtos com qualidade para exportação”, enfatiza, destacando que a Serrarias Campos de Palmas ficou entre as cinco primeiras colocados no item ‘madeira’. “Estamos colocados entre empresas também muito fortes. Isso nos deixa orgulhosos e anima ainda mais para continuar no mercado, ampliando e produzindo”, alega, declarando que a Indústria tem capacidade produtiva de 25 mil metros cúbicos mensais de compensados de pinus com certificado de qualidade, sendo individualmente neste segmento, a maior exportadora do País.

Rosa destacou que a matéria-prima utilizada pela empresa é 100% renovável, oriunda de reflorestamentos e totalmente ecológica. “Somos parceiros do meio ambiente porque só utilizamos madeira renovável, que nada mais é do que um produto agrícola como outro qualquer, porque plantamos, conduzimos, manejamos e colhemos em ciclo florestal de 25 anos”, explicou. No que tange o reflorestamento, o diretor fez um voto de repúdio em relação à pressão que o setor vem sofrendo. “O setor madeireiro ou indústrias de compensados são considerados vilões do meio ambiente, porém isso é uma aberração, porque trabalhamos somente com pinus, que é uma madeira renovável”, esclareceu, informando que as mudas devem ser plantadas em locais passíveis a este destino. “Não retiramos a mata nativa para plantar pinus, até porque essas áreas são muito reduzidas. O que fazemos é transformar áreas livres e inutilizadas gerando emprego, renda e desenvolvimento para a região”, declarou, criticando que alguns órgãos e pessoas consideram esta prática como crime ambiental, e afirma que a Campos respeita e preserva todas as normas da legislação.

O diretor foi enfático ao declarar que se não houver este incentivo a solução é se deslocar para outros municípios. “O prefeito de Otacílio Costa, por exemplo, oferece todo apoio a empresa, pois a visão dele é totalmente diferente do nosso município”, declarou, afirmando que a empresa quer o desenvolvimento local, mas que este, não depende só dela. “Precisamos de apoio do poder público com leis que promovam o desenvolvimento”, reclamou, informando que atualmente a Campos está instalando uma filial em Otacílio Costa, em Santa Catarina. “Posso afirmar que as novas ampliações serão feitas fora de Palmas por causa dos entraves que temos neste município”, comentou, relatando que a indústria em Palmas gera aproximadamente 1,5 mil empregos diretos e cerca de 4 mil indiretos. “Isso movimenta a economia local, porque injetamos através da folha de pagamento dos nossos funcionários que reflete no comércio local”, salientou.

Rosa disse que a logística hoje é fundamental porque está sendo enfrentado mercado competitivo, com o dólar estabilizado, em que a redução de custo se tornou essencial. “Hoje é necessário trabalhar com a empresa enxuta, otimizada e por isso funciona a logística, que encurta espaços e faz com que a mercadoria circule o mais rápido possível entre um ponto e outro”, alegou, dizendo que este método está sendo implantado na empresa. “É um assunto complexo que envolve inúmeras pessoas, mas acreditamos que talvez esta seja a única saída para que se possa continuar no mercado com competitividade, ampliando produção e lucratividade”, afirmou, descrevendo a economia brasileira como instável, e que por este motivo, as indústrias devem estar atentas às mudanças e adequadas ao mundo globalizado. “No Brasil enfrentamos muitos problemas, como as altas taxas de juros e câmbio flutuante e neste sentido nossos concorrentes internacionais dispõem de uma economia mais estável e por isso temos que considerar todos os fatores para poder elevar o crescimento da nossa empresa”, relatou.

João de Oliveira Junior, diretor-presidente da Serrarias Campos de Palmas, afirmou que o município de Palmas é pólo industrial do pinus no Brasil. “Essa industrialização é reconhecida tanto em âmbito nacional quanto internacional, só falta o reconhecimento do próprio município”, enfatizou, dizendo que Palmas poderia ter um destaque maior ainda se não fosse travado por forças políticas internas. Ele destacou ainda, que no segundo ano de realização do prêmio, é a segunda vez que a empresa é premiada. “Hoje nosso nome está entre as maiores exportadoras de compensados do planeta. Somos considerados heróis no mundo todo, só em Palmas não existe esse reconhecimento”, declarou.

Outro representante do município de Palmas, um dos diretores da Indústria de Compensados Guararapes Ltda., João Carlos Pedroso, parabenizou todas as empresas premiadas na ocasião, particularizando as quatro empresas palmenses. “Sem dúvida, este prêmio foi o reconhecimento do trabalho que as indústrias vêm efetuando e a prova de que estas empresas estão dando a sua parcela de contribuição, gerando empregos e conseqüentemente contribuindo com o aspecto social da comunidade”, ressaltou, destacando que este evento divulgado internacionalmente eleva o nome das empresas que obtiveram destaque no Brasil.

Pedroso informa que a capacidade da Guararapes é de produzir até 22 mil metros cúbicos de compensados mensais, mas que devido à instabilidade do mercado, a empresa não está atingindo este volume de operação. “Creio que a economia instável do País gera grande insegurança e que com a alta do dólar conseqüentemente os custos aumentaram e após a queda da moeda americana, se mantiveram altos”, ressaltou, informando que as dificuldades provém exatamente do alto custo de produção dos produtos.

DIFERENCIAL

O diretor também destacou a importância da logística no cenário internacional. “Acredito que este mecanismo é fundamental, pois é o coração da empresa”, declarou, destacando que a competitividade desleal, tendo em vista a economia dos países que concorrem com as empresas nacionais no mercado de exportação, é de extrema importância para manter uma indústria sempre atualizada e capacitada para ampliar seu mercado e produção.

Na ocasião, Carlos Alberto Mira, economista e presidente da ASLOG (Associação Brasileira de Logística), palestrou sobre a logística como último diferencial competitivo para as empresas modernas. Sobre o Seminário, o presidente esclareceu que a troca de informações e debates promovidos com especialistas, desenvolve as ferramentas que facilitarão o acesso dos produtos no cenário internacional. “O acesso ao conhecimento é fundamental para o crescimento das empresas e conseqüentemente do Brasil”, salientou.

Mira destacou que a logística pretende agir de forma que os empresários entendam estes pontos, para que as empresas cresçam de forma moderna e inteligente. “Ela equaciona as variáveis e torna o produto mais competitivo, usando mecanismos inteligentes, que nesse ponto, estudam uma cadeia de elementos que irão descobrir onde estão os maiores custos e reduzi-los”, afirmou, ressaltando que o custo de transporte, armazenagem, controle de estoques e distribuição de produtos são os principais responsáveis pelo preço final do produto. “Se falarmos do custo Brasil, as variáveis como energia elétrica e a infra-estrutura do País, o custo mais elevado que surgirá na equação é o transporte, e, para fins de competitividade é fundamental que as empresas nacionais tenham conhecimento do seu custo”, declarou, explicando que a variável logística pode definir o sucesso ou o insucesso de uma exportação.

Fonte: Correio Regional.

13/ago/03

Fonte:

Jooble Neuvoo