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Notícias

23
mai
2024
(GERAL)
Dados sobre florestas brasileiras são lançados em plataforma digital

Informações, disponibilizadas em painéis interativos, são resultado de um trabalho contínuo do Inventário Florestal Nacional, coordenado pelo Serviço Florestal Brasileiro

Nesta terça-feira (21), o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) lançou uma plataforma para disponibilizar os dados abertos do Inventário Florestal Nacional (IFN). Além das informações em formato de planilha, a nova plataforma inclui painéis interativos que permitem filtrar as informações referentes ao levantamento biofísico, botânico e socioambiental do IFN. Os dados estão disponíveis pelo Sistema Nacional de Informações Florestais (SNIF).

Participaram da abertura do evento, o diretor-geral do SFB, Garo Batmanian, a secretária-executiva adjunta do MMA, Anna Flávia Franco, a secretária Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais, Rita Mesquita, os presidentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Mauro Pires, e o diretor de Pesquisa Científica do Instituto de Pesquisa do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), Leonardo Salgado.

O diretor-geral do SFB ressaltou a importância da nova plataforma para ampliar o acesso à informação. “Informação que não é compartilhada é como informação que não existe e as pessoas não usam”, disse. “É como uma biblioteca com a porta fechada, ninguém lê os livros, então, é como se eles não existissem”.  Batmanian acrescentou que o IFN é resultado de uma ampla articulação, envolvendo servidores, pesquisadores, professores, profissionais de campo e organismos internacionais e nacionais que financiam as atividades do IFN.

Anna Flávia Franco disse que o MMA possui cerca de 154 conjuntos de dados   ambientais disponíveis em formato aberto e padronizados para fácil análise e reutilização pela sociedade. Nesse contexto, segundo ela, o IFN é um dos bancos de dados mais importantes nesse processo porque apresenta dados coletados em todo o País. “Temos quase 60% do território nacional coberto por florestas. A informação do IFN tem uma relevância muito grande sobre a ótica da representatividade nacional, inclusive para o planejamento territorial brasileiro”.

Para a secretária Rita Mesquita, o nível de refinamento da base de informações do IFN vai permitir “ampliar as camadas de informação que existem ainda de forma um pouco incipiente, em especial, o mapeamento dos ecossistemas brasileiros”. Com isso, ela avalia que o País terá um importante instrumento para amparar as decisões e escolhas relativas ao manejo, conservação e restauração vegetação nativa.

O presidente do Ibama destacou a importância dos resultados do IFN para iniciativas de restauração florestal realizadas pelo órgão. Já o presidente do ICMBio citou que as informações serão fundamentais no processo de definição de novas áreas de proteção. “Precisamos realizar estudos sobre aspectos sociais, econômicos, territoriais e da biodiversidade. Essas informações são extremamente valiosas tanto para o processo de criação de unidades de conservação, como também para sua implementação e recuperação”, explicou Pires.

O representante do JBRJ enfatizou a importância do IFN para a botânica brasileira, para a estruturação de herbários e capacitação dos profissionais. “Essa parceria entre o JBRJ e o SFB, por meio do Inventário Florestal Nacional, permitiu, inclusive, a estruturação de outros programas bastante relevantes, como o programa Reflora e o catálogo da flora e fauna do Brasil”, mencionou Salgado.

O Brasil tem 4,96 milhões de km2 de florestas, o que representa praticamente 60% de todo o território nacional. A rica biodiversidade do nosso País, que é o maior em área de florestas tropicais do mundo, tem grande importância social, econômica e ambiental para os brasileiros e o resto do mundo.

Diante disso, o Inventário Florestal Nacional é a ferramenta que mantém informações estratégicas sobre os recursos florestais naturais e plantados. Com metodologia única de coleta de dados para todos os biomas, o IFN busca coletar, analisar e divulgar não só dados qualitativos e quantitativos das florestas, como também das comunidades que vivem nos arredores. O objetivo é orientar políticas públicas, investimentos e atividades na área florestal, além de também incentivar a pesquisa científica.

BALANÇO
Mais de 125 mil amostras botânicas já foram coletadas em mais de 10 mil pontos amostrais distribuídos a cada 20 km em um total de 19 unidades da federação, alcançando quase 60% do território nacional. Mais de 900 mil árvores foram mensuradas e catalogadas, 8,4 mil espécies identificadas e 13 novas espécies confirmadas. Mais de 38 mil pessoas foram entrevistadas nas comunidades que vivem nessas regiões.

Em relação aos biomas, 100% do Pampa foi inventariado, 71% da Caatinga, 78% do Cerrado e 58% da Mata Atlântica. Na Amazônia, os trabalhos já foram realizados em 44% do bioma. O próximo a ser inventariado é o Pantanal.

Atualmente, o IFN é apoiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura (IICA), pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), por meio do Fundo Amazônia, e pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

Fonte: https://www.gov.br/florestal/

Neuvoo Jooble