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Foco na transição energética impulsiona a estratégia de crescimento do grupo paranaense, que faturou R$ 10 bilhões em 2023
O Grupo Potencial, um conglomerado fundado no Paraná em 1994 com foco inicial na distribuição de combustíveis, está fortalecendo sua aposta no mercado de biodiesel com um investimento de R$ 1,7 bilhão em uma nova fábrica de processamento de soja. A planta, que será construída no município da Lapa, a cerca de 70 quilômetros de Curitiba, deve começar a operar em 2026 e abrirá caminho para que a Potencial Biodiesel, divisão do grupo voltada para biocombustíveis, se torne o principal segmento da empresa.
Com uma receita de R$ 10 bilhões em 2023, o Grupo Potencial é formado por diversas unidades de negócio, incluindo a Potencial Petróleo, Jeta Combustíveis, BWI Trading e BWT Transportes. No entanto, a divisão de biodiesel tem sido a mais dinâmica, gerando R$ 4,5 bilhões no ano passado. Com a nova fábrica de soja, a empresa espera acelerar ainda mais seu crescimento. "Vamos aumentar ainda mais nosso protagonismo no processo de transição energética", disse Adriana Hammerschmidt, vice-presidente das áreas de ESG, governança e jurídica da empresa.
Segundo Robson Rodrigues Antunes, gerente-geral da Divisão Industrial do grupo, a terraplanagem para a nova fábrica já foi concluída. Inicialmente, a planta terá capacidade para processar 3,5 mil toneladas de soja por dia, com planos para dobrar essa capacidade no futuro. O óleo de soja produzido cobrirá cerca de 60% da demanda da Potencial Biodiesel, enquanto o farelo será destinado principalmente à indústria de aves e suínos.
Atualmente, os óleos vegetais representam 75% das matérias-primas usadas para a produção de biodiesel, com o grupo participando do Programa Selo Combustível Social, do Ministério da Agricultura, beneficiando cerca de 25 mil agricultores familiares, 2,3 mil deles no Nordeste. Óleo de cozinha usado e gorduras animais compõem os 25% restantes. O óleo sintético, obtido por um processo de recombinação química com glicerina refinada, é um diferencial da empresa, que começou a produzi-lo em 2020.
A coleta de óleo de cozinha usado, em parceria com restaurantes, atinge 600 mil litros por mês, contribuindo para a sustentabilidade ambiental. Um litro de óleo de cozinha pode contaminar 25 mil litros de água, segundo Adriana Hammerschmidt, que também destacou os investimentos do grupo em energia solar e reuso de água.
As usinas de biodiesel do Grupo Potencial estão localizadas na Lapa. A primeira começou a operar em 2013 e hoje tem capacidade para produzir 1 milhão de metros cúbicos por dia, enquanto a segunda, inaugurada posteriormente, produz 1,5 milhão de metros cúbicos diários. O complexo conta ainda com uma refinaria de glicerina com capacidade para 150 toneladas por dia, a maior parte exportada para indústrias farmacêuticas, alimentícias e químicas.
O investimento na nova fábrica de soja representa mais um passo no compromisso do Grupo Potencial com a sustentabilidade e a transição energética, reafirmando sua posição como um dos principais atores no mercado de biodiesel no Brasil.
Fonte: Portal do Agronegócio