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O Brasil é o maior produtor de celulose de fibra curta, graças aos excelentes níveis de produção das florestas de eucalipto. Tudo fruto de muitos investimentos, pesquisas, experimentações e competência profissional.
A expansão de grandes programas de florestas plantadas, iniciada por volta de 2020, no entanto, tem trazido algumas preocupações ao dia-a-dia da silvicultura brasileira. Cabe destaque à produtividade das florestas, à segurança e proteção do patrimônio florestal, e que tudo seja executado na direção da sustentabilidade.
Chama atenção a polêmica a respeito da queda de produtividade, já colocada como o grande desafio da década. Há de merecer atenção especial de empresas, instituições de pesquisas e universidades. Apesar da unanimidade do tema, vez ou outra alguém questiona: é a produtividade média que está caindo? É a produtividade de quem sempre plantou e continua plantando da mesma forma e nas mesmas regiões? Ou é a produtividade das novas áreas com condições de solo e clima diferentes, e onde não se fizeram as adequações técnicas necessárias? Será que não faltam mais detalhes para que se possa entender, de fato, as causas dessa queda de produtividade?
O interessante é que o susto e as consequências da queda de produtividade já provocou um corre-corre nas empresas e instituições de pesquisas! Com tantas instituições de pesquisas nessa trilha, com certeza, em curto prazo, teremos informações tecnológicas condizentes com a importância do assunto.
Também quanto à segurança da produção, tem aumentado as preocupações com a proteção patrimonial, principalmente nas regiões, em que as expansões estão acontecendo em escala nunca vista. Grandes áreas de florestas com dificuldades de acesso, estruturas de serviços ineficientes para combate a incêndios, falta de mão-de-obra preparada para essas situações, vizinhos sem o devido cuidado e sensibilidade aos incêndios florestais, entre outros fatores, com certeza, irão demandar alternativas mais sofisticadas e mais investimentos em ações de prevenção e proteção das florestas.
Deverá, acima de tudo, valorizar-se os trabalhos de colaboração e integração empresarial que vem sendo realizados por iniciativas de entidades representativas do setor.
E quanto às pragas e doenças as preocupações só aumentam pela extensão das áreas e a manutenção e uniformidade genética dos materiais usados. Há de se dar atenção especial aos estudos, informações tecnológicas e às medidas preventivas preconizadas. A diversidade genética tão propalada, assim como os corredores de vegetação natural entre as florestas plantadas deverão ser medidas, prioritariamente, valorizadas.
Nesse contexto, em que a segurança da produção florestal pode ser abalada pela produtividade e proteção patrimonial, há de se atentar para que os silvicultores sigam à risca o que diz o Prof. Walter de Paula Lima – “Há de se rever e aplicar, cuidadosamente, os princípios hidrológicos de manejo florestal, caprichar no delineamento da área ripárias, App's e vegetação natural das cabeceiras de drenagens das microbacias, de maneira que as plantações acabem se inserindo nesse mosaico ecológico”. E continua –“ proteger os recursos hidrológicos é garantir a manutenção da biodiversidade, enriquecer a qualidade dos empregos, manter a vida das comunidades regionais e dar também imprescindível contribuição à produtividade das florestas”.
São palavras sábias e que devem constituir a cartilha dos procedimentos operacionais de todas as empresas. Assim, teremos a certeza de que a segurança da produção florestal estará em linha com as diretrizes de sustentabilidade da silvicultura brasileira!
Nelson Barboza Leite - Agrônomo - Silvicultor - nbleite@uol.com.br
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Fonte: Comunidade de Silvicultura