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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Setor madeireiro busca saída para crise
Categoria busca estreitar relações na tentativa de encontrar alternativas que venha salvar o setor, que já foi considerado um dos carros-chefe da economia regional.
Depois de ver a maioria das indústrias madeireiras fechar as portas diante de uma crise presumível, mas que alguns duvidavam chegasse a sua porta, os remanescentes do setor madeireiro paraense resolveram arregaçar as mangas e construir um novo modelo de ação, deixando de lado o peculiar individualismo, para fortalecer sindicatos e associações de classe que, unindo esforços em torno de projetos sustentáveis, também busquem apoio político em todas as esferas para a solução dos problemas que afligem o setor.
Para mostrar a importância da indústria madeireira no Pará e despertar o interesse de parlamentares estaduais e federais na defesa dessa causa, empresários do setor de vários municípios estiveram reunidos em Paragominas, durante a primeira reunião plenária da Associação Brasileira da Indústria da Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), que naquela ocasião inaugurava seu primeiro escritório no Norte do Brasil, com objetivo de marcar presença no acompanhamento dos problemas do dia-a-dia da indústria madeireira na região.
A plenária da Abimci foi prestigiada pelo seu presidente Luiz Carlos Reis de Toledo Barros, deputado federal Zé Lima (PP) e estaduais André Dias e Bira Barbosa, ambos do PSDB, os prefeitos de Paragominas, Adinan Demachki; de Jacundá, Adão Ribeiro; e de Dom Eliseu, Hidelfonso Araújo. Também participou daquele encontro o superintendente executivo do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal, Fernando Castanheira Neto.
O Fórum, com base em Brasília, tem a Abimci como sócia e visa fortalecer a imagem do setor madeireiro por meio de um 'pacto de moralização', cuja proposta de trabalho é criar condições ao setor para que se torne um agente determinante na condução do seu desenvolvimento. Assim, pelo menos 10 propostas já estão definidas para execução em 2006, contemplando estratégias econômicas, jurídicas e de marketing (com ênfase na importância econômica e social da madeira), para enfrentamento das dificuldades, incluindo também lobby e acompanhamento, via Congresso Nacional, das matérias inerentes a sua área de atuação.
Agenda de trabalho - Ao iniciar a plenária Luiz Carlos de Toledo fez uma ampla explanação das dificuldades internas e externas, inclusive a concorrência com produtos da China, em razão da política cambial brasileira. Fez um balanço da atividade madeireira, através de um demonstrativo que coloca os produtos oriundos da madeira em segundo lugar na pauta de exportação, perdendo apenas para o minério. Falou ainda da necessidade de uma agenda de trabalho para que o setor busque a legalidade para suas operações, lembrando também que o escritório da Abimci em Paragominas tem como finalidade trazer os benefícios alcançados em Curitiba/PR ao Estado do Pará.
Na qualidade de palestrante o diretor executivo do Sindicato do Setor Florestal de Paragominas (Sindserpa), Justinia-no da Cruz Neto, ao desenvolver o tema 'Panorama e Perspectivas Setor Madei-reiro no Pará', referiu-se ao Ibama, Incra e Iterpa como órgãos anacrônicos, diante da inoperância causada pelo excesso burocracia.
Para explicar as dificuldades atuais, o diretor do Sindserpa dividiu a atividade madeireira paraense em três fases: primeira, na década de 1970, o madeireiro não ligava pra nada, considerava a madeira nativa infindável; no período de 1980 até o final da década de 1990, foi acumulando a culpa dos outros (pecuaristas e agricultores) como devastador da floresta; nos anos 2000 começa uma nova concepção, a mudança de imagem, assumindo responsabilidade social e ambiental. Nessa terceira fase, segundo Neto, a sociedade também começa a apoiar o madeireiro, principalmente em função do reflorestamento e geração de emprego.
Tendências do mercado são analisados
Ainda de conformidade com Neto, as principais tendências do setor madeireiro são: aumento da exportação, agregação de valor ao produto brasileiro, feito através da modernização tecnológica e segmentação da cadeia produtiva. Hoje, segundo o expositor, não é possível uma empresa agregar todas as atividades necessárias ao mercado, por isso é obrigada a segmentar a produção, o que significa dizer que umas extraem a madeira, outras serram, outro grupo lamina, e assim por diante.
A indústria madeireira, no entanto, para poder avançar, tem muitos fatores limitantes, dentre eles a questão fundiária, que depende do mau funcionamento dos órgãos públicos; os problemas conjunturais como a baixa do dólar e a crise política que piorou o mercado que já estava desaquecido; assim como a instabilidade legal, visto que o governo federal impõe novas regras a bel-prazer e a qualquer momento.
O presidente do Sindserpa acredita que para sanar essas dificuldades é necessário eliminar os problemas fundiários, possibilitando ao empresário fazer a exploração e pagar pelos recursos naturais e descentralizar sua gestão para o Estado, em razão do governo federal não dispor de condições para realizar essa tarefa a contento.
Para sintetizar as dificuldades de ordem legal junto ao Ibama, o coordenador do Centro de Pesquisa do Paricá, Marco Antônio Saviero, citou a extração de madeira originária de reflorestamento, que o órgão ambiental também está exigindo uma reserva de 80% da área plantada. Saviero considera uma aberração, visto que essa situação inviabiliza a atividade. 'Se o agricultor planta um hectare de soja, tem direito a colher 100%; se o pecuarista cria 50 reses pode vender todas elas. Por que o madeireiro não pode colher as árvores que plantou?', argumenta o madeireiro, lembrando que na região de Paragominas não se usa mais a madeira nativa para fabricar compensado, ela é toda extraída de áreas reflorestadas.
Manifestação - O deputado Zé Lima destacou a importância do setor madeireiro, lembrando que na época em que foi fazendeiro presenciou muita destruição da flora e fauna regional, mas enfatizou nunca ter visto madeireiro queimar a floresta. Destacou que 80% das estradas vicinais construídas na região são obras de madeireiros. Por essas e outras razões prometeu apoiar a indústria madeireira junto ao governo e bancada federal do Estado.
Segundo André Dias o madeireiro criou uma imagem ruim e agora necessita desfazê-la. Para ele o paraense viveu até a década de 70 sem grandes mudanças na natureza, mas viveu miseravelmente. Foi a imigração que iniciou o processo de desenvolvimento, inclusive com a venda da madeira. Mas André também reconhece não ser possível extrair produtos florestais sem regras definidas, e para conseguir a legalidade o setor madeireiro precisa do apoio das casas legislativas, por isso garantiu trabalhar junto a seus pares na busca de uma solução para salvar a indústria madeireira do Pará.
Por sua vez o também deputado estadual Bira Barbosa, líder do governo, humildemente, disse que estava ali para aprender, pois até o dia anterior pouco sabia acerca da economia gerada pelo setor madeireiro. Depois de uma conversa com o secretário de Produção, Sérgio Leão, começou a entender o quanto essa indústria é importante para o Estado.
Após esse encontro de Paragominas, Bira prometeu empenhar-se junto a Simão Jatene no sentido de encontrar os meios que resultem na correção de rumo do setor.
Fonte: O Liberal
Depois de ver a maioria das indústrias madeireiras fechar as portas diante de uma crise presumível, mas que alguns duvidavam chegasse a sua porta, os remanescentes do setor madeireiro paraense resolveram arregaçar as mangas e construir um novo modelo de ação, deixando de lado o peculiar individualismo, para fortalecer sindicatos e associações de classe que, unindo esforços em torno de projetos sustentáveis, também busquem apoio político em todas as esferas para a solução dos problemas que afligem o setor.
Para mostrar a importância da indústria madeireira no Pará e despertar o interesse de parlamentares estaduais e federais na defesa dessa causa, empresários do setor de vários municípios estiveram reunidos em Paragominas, durante a primeira reunião plenária da Associação Brasileira da Indústria da Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), que naquela ocasião inaugurava seu primeiro escritório no Norte do Brasil, com objetivo de marcar presença no acompanhamento dos problemas do dia-a-dia da indústria madeireira na região.
A plenária da Abimci foi prestigiada pelo seu presidente Luiz Carlos Reis de Toledo Barros, deputado federal Zé Lima (PP) e estaduais André Dias e Bira Barbosa, ambos do PSDB, os prefeitos de Paragominas, Adinan Demachki; de Jacundá, Adão Ribeiro; e de Dom Eliseu, Hidelfonso Araújo. Também participou daquele encontro o superintendente executivo do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal, Fernando Castanheira Neto.
O Fórum, com base em Brasília, tem a Abimci como sócia e visa fortalecer a imagem do setor madeireiro por meio de um 'pacto de moralização', cuja proposta de trabalho é criar condições ao setor para que se torne um agente determinante na condução do seu desenvolvimento. Assim, pelo menos 10 propostas já estão definidas para execução em 2006, contemplando estratégias econômicas, jurídicas e de marketing (com ênfase na importância econômica e social da madeira), para enfrentamento das dificuldades, incluindo também lobby e acompanhamento, via Congresso Nacional, das matérias inerentes a sua área de atuação.
Agenda de trabalho - Ao iniciar a plenária Luiz Carlos de Toledo fez uma ampla explanação das dificuldades internas e externas, inclusive a concorrência com produtos da China, em razão da política cambial brasileira. Fez um balanço da atividade madeireira, através de um demonstrativo que coloca os produtos oriundos da madeira em segundo lugar na pauta de exportação, perdendo apenas para o minério. Falou ainda da necessidade de uma agenda de trabalho para que o setor busque a legalidade para suas operações, lembrando também que o escritório da Abimci em Paragominas tem como finalidade trazer os benefícios alcançados em Curitiba/PR ao Estado do Pará.
Na qualidade de palestrante o diretor executivo do Sindicato do Setor Florestal de Paragominas (Sindserpa), Justinia-no da Cruz Neto, ao desenvolver o tema 'Panorama e Perspectivas Setor Madei-reiro no Pará', referiu-se ao Ibama, Incra e Iterpa como órgãos anacrônicos, diante da inoperância causada pelo excesso burocracia.
Para explicar as dificuldades atuais, o diretor do Sindserpa dividiu a atividade madeireira paraense em três fases: primeira, na década de 1970, o madeireiro não ligava pra nada, considerava a madeira nativa infindável; no período de 1980 até o final da década de 1990, foi acumulando a culpa dos outros (pecuaristas e agricultores) como devastador da floresta; nos anos 2000 começa uma nova concepção, a mudança de imagem, assumindo responsabilidade social e ambiental. Nessa terceira fase, segundo Neto, a sociedade também começa a apoiar o madeireiro, principalmente em função do reflorestamento e geração de emprego.
Tendências do mercado são analisados
Ainda de conformidade com Neto, as principais tendências do setor madeireiro são: aumento da exportação, agregação de valor ao produto brasileiro, feito através da modernização tecnológica e segmentação da cadeia produtiva. Hoje, segundo o expositor, não é possível uma empresa agregar todas as atividades necessárias ao mercado, por isso é obrigada a segmentar a produção, o que significa dizer que umas extraem a madeira, outras serram, outro grupo lamina, e assim por diante.
A indústria madeireira, no entanto, para poder avançar, tem muitos fatores limitantes, dentre eles a questão fundiária, que depende do mau funcionamento dos órgãos públicos; os problemas conjunturais como a baixa do dólar e a crise política que piorou o mercado que já estava desaquecido; assim como a instabilidade legal, visto que o governo federal impõe novas regras a bel-prazer e a qualquer momento.
O presidente do Sindserpa acredita que para sanar essas dificuldades é necessário eliminar os problemas fundiários, possibilitando ao empresário fazer a exploração e pagar pelos recursos naturais e descentralizar sua gestão para o Estado, em razão do governo federal não dispor de condições para realizar essa tarefa a contento.
Para sintetizar as dificuldades de ordem legal junto ao Ibama, o coordenador do Centro de Pesquisa do Paricá, Marco Antônio Saviero, citou a extração de madeira originária de reflorestamento, que o órgão ambiental também está exigindo uma reserva de 80% da área plantada. Saviero considera uma aberração, visto que essa situação inviabiliza a atividade. 'Se o agricultor planta um hectare de soja, tem direito a colher 100%; se o pecuarista cria 50 reses pode vender todas elas. Por que o madeireiro não pode colher as árvores que plantou?', argumenta o madeireiro, lembrando que na região de Paragominas não se usa mais a madeira nativa para fabricar compensado, ela é toda extraída de áreas reflorestadas.
Manifestação - O deputado Zé Lima destacou a importância do setor madeireiro, lembrando que na época em que foi fazendeiro presenciou muita destruição da flora e fauna regional, mas enfatizou nunca ter visto madeireiro queimar a floresta. Destacou que 80% das estradas vicinais construídas na região são obras de madeireiros. Por essas e outras razões prometeu apoiar a indústria madeireira junto ao governo e bancada federal do Estado.
Segundo André Dias o madeireiro criou uma imagem ruim e agora necessita desfazê-la. Para ele o paraense viveu até a década de 70 sem grandes mudanças na natureza, mas viveu miseravelmente. Foi a imigração que iniciou o processo de desenvolvimento, inclusive com a venda da madeira. Mas André também reconhece não ser possível extrair produtos florestais sem regras definidas, e para conseguir a legalidade o setor madeireiro precisa do apoio das casas legislativas, por isso garantiu trabalhar junto a seus pares na busca de uma solução para salvar a indústria madeireira do Pará.
Por sua vez o também deputado estadual Bira Barbosa, líder do governo, humildemente, disse que estava ali para aprender, pois até o dia anterior pouco sabia acerca da economia gerada pelo setor madeireiro. Depois de uma conversa com o secretário de Produção, Sérgio Leão, começou a entender o quanto essa indústria é importante para o Estado.
Após esse encontro de Paragominas, Bira prometeu empenhar-se junto a Simão Jatene no sentido de encontrar os meios que resultem na correção de rumo do setor.
Fonte: O Liberal
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