As microempresas gaúchas ocupam o segundo lugar no ranking exportador brasileiro, segundo pesquisa divulgada, nesta quarta-feira (21), pelo Sebrae e pela Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex). Os micro negócios do Rio Grande do Sul são responsáveis por 17% das exportações do segmento, atrás apenas de São Paulo, com 36% do total das exportações das microempresas, e à frente de Santa Catarina (12%), Minas Gerais (9%) e Paraná (8%). As microempresas desses estados responderam por 75,7% das exportações realizadas pelo segmento no País e as empresas de pequeno porte, localizadas nessas regiões, foram responsáveis por 81,6% das vendas efetuadas ao exterior.

Mesmo comemorando o desempenho das microempresas gaúchas nas exportações do Brasil, o presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae, Flavio Sabbadini, lembra que o volume exportado ainda pode crescer muito. “Apesar do volume de vendas ao exterior ter aumentando em 2004 em relação a 2003, ele ainda é pequeno, levando-se em consideração que 99,2% das empresas formais no Brasil são de micro e pequeno porte”, afirma Sabbadini.

Para o dirigente, “a desoneração da carga tributária nas exportações é um dos benefícios incluídos na Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, em tramitação no Congresso Nacional, e a sua aprovação certamente irá ampliar a participação dos micro e pequenos negócios no mercado internacional”.

As microempresas do Rio Grande do Sul, segundo a pesquisa, exportaram US$ 16,6 milhões em 1998, passando para US$ 21,9 milhões em 2003 e aumentando para US$ 25,9 milhões em 2004, segundo o levantamento do Sebrae e Funcex.

A pesquisa ‘As Micro e Pequenas Empresas na Exportação Brasileira - Brasil e Estados, 1998/2004’, foi realizada com 11.976 empresas industriais, sendo que 7.443 são de micro e pequeno porte. No caso específico das microempresas, em 2004, os cinco estados possuíam cerca de 2.400 empreendimentos exportadores (cerca de 80% do total), que responderam por vendas externas de totais de US$ 123 milhões, representando 81,6% do total das exportações das microempresas industriais brasileiras.

Pequenas conquistam mercado espanhol

Cinco microempresas gaúchas estão participando da segunda maior exposição do setor moveleiro no mundo, a 42ª Feira Internacional de Móveis (FIM), que acontece até o dia 24 de setembro, em Valência, na Espanha. Os empreendedores de Bento Gonçalves e de Gramado viajaram em dois grupos, para organizar a instalação dos empreendimentos em um estande de 304 metros quadrados.

No espaço destinado aos empreendimentos gaúchos na feira também estarão expondo seus produtos donos de micro e pequenas indústrias de móveis de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. A iniciativa é promovida pelo programa SebraExport Móveis, realizado pela Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), em parceria com o Sebrae no Rio Grande do Sul, através do Projeto Brazilian Furniture, desenvolvido pela Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), com o apoio da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

A Feira Internacional de Móveis de Valência ocupa uma área de 120 mil metros quadrados, onde mais de 1,3 mil expositores de todo o mundo expõem seus artigos. Em 2004, o evento recebeu cerca de 88 mil visitantes. Os empresários gaúchos apresentam na exposição móveis seriados de alta decoração, como estantes, aparadores e mesas de jantar mais sofisticadas, camas e dormitórios e móveis infantis, além de centrais de entretenimento (racks), mais contemporâneas. “Essa feira é uma oportunidade para novos contatos, conquista de clientes e abertura de mercados para os móveis gaúchos”, destaca o diretor-superintendente do Sebrae no Rio Grande do Sul, Derly Fialho.

De acordo com a coordenadora do projeto de desenvolvimento do setor moveleiro, realizado pelo Sebrae no Estado, Ana Cristina Schneider, esta será a segunda participação de empreendedores gaúchos na feira. “No ano passado, cinco empresas estiveram na FIM pela primeira vez, depois de quatro anos de espera por um estande no evento”, destaca.

Ela afirma que os resultados da estréia na exposição foram positivos. Durante a feira, foram negociados US$ 120 mil e a perspectiva de negócios, para os 12 meses após a realização do evento, alcança US$ 1,2 milhão. “Neste ano, ainda não é possível saber se estes resultados serão superados, pois são empreendimentos diferentes e a realidade é outra”, avalia.

Ana Cristina destaca que o objetivo principal dos expositores será o contato com o mercado, que deverá garantir ganhos a longo prazo. Os principais compradores a serem atingidos durante a Feira Internacional de Móveis serão os europeus e africanos, os maiores freqüentadores do evento.

“Os móveis brasileiros já começam a ser uma referência e a ganhar notoriedade no mercado internacional. Eles têm características diferenciadas e uma boa penetração em quase todas as nações”, afirma a coordenadora. O estande das micro e pequenas empresas brasileiras será decorado com painéis que terão imagens de paisagens e flores típicas do País, para reforçar a identidade nacional do grupo, que também utilizará a logomarca do Brasil, a pedido do governo federal.

Fonte: Agência Sebrae

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