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Em Belo Horizonte, plantas infestadas com o besouro metálico foram salvas utilizando um produto biológico.
Pesquisadores de Minas Gerais criam produto biológico que elimina praga urbana
O inseto de carapaça brilhante, popularmente conhecido como besouro metálico, pode fazer um estrago enorme em árvores de grande porte.
"A fêmea faz a postura dos ovos na base da árvore e essas larvas vão criando galerias dentro do tronco que vai ocando a árvore, então, ela vai ficando sem sustentação e acaba acontecendo a queda dela", explica Vanessa de Castro, biólogo da Agência Municipal de Meio Ambiente de Goiânia.
É um perigo para áreas arborizadas em centros urbanos. Em Goiânia, o bicho infestou as mungubas distribuídas pelos parques. A solução vem sendo substituir as árvores doentes por outras saudáveis.
O uso de agrotóxicos não é permitido dentro das cidades.
A engenheira agrônoma Maria Aparecida Rocha Resende estuda o besouro metálico há oito anos.
Ela explica que o inseto fica dentro dos troncos e se protege de predadores naturais, como os pássaros. Ele se multiplica com facilidade.
"Esse besouro, ele tem uma reprodução muito intensa durante o ano todo, tanto que é quando uma árvore cai e você vai lá e corta o tronco, você encontra na galeria todas as fases do besouro. Você encontra muitas larvas, você encontra muitas pulpas, você encontra muitos adultos", detalha Maria Aparecida, que faz parte da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica da Prefeitura de Belo Horizonte.
Em Fortaleza, oito árvores não resistiram ao ataque do inseto. Caíram e levaram risco para população na capital cearense.
Em Belo Horizonte, em áreas como a do zoológico, a situação hoje é bem diferente. Alguns baobás também foram alvo do apetite do besouro metálico.
Ficaram saudáveis depois que começaram a ser cuidados com um produto biológico, feito à base de uma bactéria encontrada no solo. As árvores foram preparadas com dutos para que produto fosse injetado. Ele é inserido por meio das mangueiras desse dispositivo.
Foi um pesquisador da Embrapa de Sete Lagoas, na região metropolitana de Belo Horizonte, que trabalhou em parceria com a Fundação Zoobotânica da capital mineira.
Ele sequenciou o material genético do bacillus thuringiensis, e descobriu proteínas que atacam o intestino do besouro metálico e levam o inseto a morte.
O teste é feito com sucesso há dois anos no zoológico e no jardim botânico da capital mineira. O próximo passo é conseguir autorização da Anvisa para aplicar em outras áreas da cidade.
Pode ser a solução para por fim a uma praga que coloca em risco as árvores e a população.
"Esse tipo de procedimento é a esperança de que a gente não tenha contaminantes, entendeu, no meio ambiente para mim a solução viável que você tem", avalia o pesquisador na área de entomologia e patologia de insetos da Embrapa Milho e Sorgo.
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Fonte: • Por Jornal Nacional