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13
nov
2023
(MADEIRA E PRODUTOS)
Gigante da Mata Atlântica, bicuíba pode atingir 35 metros e semente é alimento importante para aves

Conhecida também como urucuba, espécie é exclusiva do bioma e pertence à família Myristicaceae.

A Mata Atlântica, que já perdeu quase 90% da sua área original, é um dos biomas mais ameaçados do Brasil. No entanto, abrange ainda cerca de 15% do território nacional, em 17 estados, e é o lar de 72% dos brasileiros, de acordo com a fundação SOS Mata Atlântica.

Além disso, é casa de 20 mil espécies de plantas, das quais oito mil são endêmicas, ou seja, exclusivas daquele lugar. Entre elas está uma gigante: a bicuíba (Virola gardneri).

De acordo com a apuração do Terra da Gente, a planta é chamada de bicuíba no Alagoas, na Bahia, no Espírito Santo e em Minas Gerais. Já em outros estados, os nomes variam entre bicuíba-vermelha, bucuibuçu e urucuba.

“Essa árvore brasileira é uma espécie perenifólia, ou seja, não perde suas folhas no período seco. Está restrita as florestas pluviais da Mata Atlântica e pode atingir 35 metros de altura e 150 centímetros de diâmetro”, explica o biólogo Dayvid Couto, que é pesquisador do Instituto Nacional da Mata Atlântica.

A floração da bicuíba, de acordo com Couto, acontece de outubro a janeiro, e a dispersão dos frutos e sementes ocorre de julho a novembro, sendo geralmente feita por aves.

As sementes possuem uma coloração vermelho-vivo e servem de alimento para a avifauna da região. “As folhas também fazem parte da dieta de vários mamíferos arborícolas, principalmente primatas”, acrescenta.

Já as flores atraem as abelhas e a madeira possui interesse econômico à medida que é usada para carpintaria e também pelo setor de construção civil. O pesquisador chama atenção ainda para o uso da espécie em sistemas agroflorestais.

“Também é desejável o plantio da espécie em programas de restauração florestal, principalmente para enriquecimento de áreas em processo de regeneração “capoeiras”, áreas de preservação permanente - como nascentes e matas ciliares - e áreas de reserva legal, como forma de fundar novas populações e contribuir para preservação desta gigante da Mata Atlântica” finaliza.

A bicuíba é uma espécie da família Myristicaceae e foi publicada em 1897 pelo botânico alemão Otto Warburg. A descrição para a ciência ocorreu com base em uma amostra coletada no Ceará pelo médico e botânico escocês George Gardner, quando viajava pelo Brasil entre os anos de 1836 a 1841.

Segundo a lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), a espécie não está ameaçada de extinção no momento atual.

Fonte: Por Nicolle Januzzi, Terra da Gente

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