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18
out
2023
(MADEIRA E PRODUTOS)
Projetos habitacionais de madeira reduzem déficit e custo da construção em até 30 por cento

Cálculos realizados pela Fundação João Pinheiro (FJP) em 2019 apontaram que a falta de moradias próprias afeta 115.119 pessoas que recebem até um salário mínimo em Mato Grosso

Déficit de 115.119 moradias em Mato Grosso pode ser resolvido com o projeto Habitação Social de Madeira (HSM), previsto para ser lançado pelo governo federal no próximo mês. Além de sustentáveis ambientalmente, as edificações em madeira custam 30% menos que as construções de alvenaria, afirma a analista ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Maria de Fátima Brito Lima. Pesquisadora e especialista no tema, Lima apresentou o Laboratório dos Produtos Florestais (LPF) e descreveu o projeto HSM para 19 estudantes do 10º semestre do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário de Várzea Grande (Univag) na segunda-feira (09). A iniciativa foi apoiada pelo Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (Cipem).

“Incluir no curso de Arquitetura uma disciplina específica (Introdução de Projeto de Arquitetura em Madeira) para madeira nativa, como fez o Univag, é muito importante para o setor de base florestal de Mato Grosso, pois incentiva o uso da madeira na construção civil”, apoiou o presidente do Cipem, Ednei Blasius. A madeira é um material versátil e pode ser empregada em várias etapas das obras, desde aquelas em estágio temporário até estruturas definitivas. “Sua aplicação vai desde a utilização de tábuas de caixarias, escoramentos, formas, andaimes, até vigas, caibros, vigotas, pranchas e, por fim, na etapa final de maior agregação de valor, que é a decorativa, destacando os produtos acabados de forros, decking, ripados, batentes, pisos, assoalhos, tacos, entre outros”, detalha Blasius.

Durante a aula de encerramento da disciplina de Arquitetura em Madeira no Univag, a analista ambiental do MMA explicou que o LPF é um centro especializado do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e tem a finalidade de executar estudos e pesquisas na área de tecnologia da madeira e produtos florestais. Responsável por desenvolver o projeto HSM do governo federal para mitigar o déficit de moradia no país com material sustentável e de baixo custo, Lima apresentou protótipos criados e implantados na região Norte do país. No município de Pimenta Bueno, em Rondônia (RO) foram construídas, por exemplo, 12 casas de 52 metros quadrados (m2) com custo médio 30% menor que as edificações tradicionais de alvenaria, sendo orçadas em R$ 61.750 por unidade habitacional.  Brito destacou que a madeira ainda é utilizada de forma secundária e o HSM veio para fechar essa lacuna.

Independente do material utilizado na construção, seja madeira ou concreto, a manutenção da edificação é essencial, conforme reforçaram os arquitetos e professores do Univag, José Afonso Portocarrero e Humberto Metello. “A ideia do curso de Introdução de Projeto de Arquitetura em Madeira surgiu devido ao potencial florestal de Mato Grosso. Elaboramos a disciplina de 30 horas, na faculdade. A partir de agora, vamos criar um grupo de trabalho para levar aos alunos do curso de Arquitetura do Univag a importância da madeira, da sustentabilidade e a técnica especial da madeira para que o projeto seja sustentável, seguro e diferenciado”, reforçou Metello.

Para a aluna do 10º semestre do curso de Arquitetura e Urbanismo do Univag, Isabella Borba Beraldi, todos os alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo devem ter acesso a essa disciplina. “É importante ter essa visão da madeira como recurso sustentável. Devemos pensar cada vez mais em métodos para buscar ajudar o nosso planeta e a madeira cumpre esse papel, além do custo reduzido na construção civil e a sua durabilidade com manutenção”, defendeu

Cálculos realizados pela Fundação João Pinheiro (FJP) em 2019 apontaram que a falta de moradias próprias afeta 115.119 pessoas que recebem até um salário mínimo em Mato Grosso. Deste total, 32.102 ou 10,6% vivem em Cuiabá, em 4.336 habitações precárias, além de 12.513 em coabitação e outros 15.253 em imóveis alugados que representam ônus excessivo para os residentes. Por todo o Brasil, o déficit habitacional afeta 5,6 milhões de pessoas de baixa renda, revela o estudo.

Fonte: Por: Assessoria/Cipem

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