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Empresa é figura central no setor de base florestal, desempenhando um papel crucial desde a produção até o consumo de madeira em uma variedade de segmentos industriais
Arildo Souza: a atividade secundária de resinagem permite a obtenção de produtos como breu, terebintina e resina, que são valiosos na indústria química. (*Fotos: Leandro Fidelis)
A atividade florestal desempenha um papel significativo na economia capixaba. Gerando mais de 66 mil empregos e uma renda superior a um bilhão de reais anualmente, o setor florestal tem um impacto substancial na geração de riqueza e oportunidades de trabalho. Representando cerca de 7,89% do PIB total do Estado e cerca de 26,3% do agronegócio local, esse setor também é responsável por aproximadamente 50% das exportações de produtos agrícolas do Espírito Santo. Os dados são do estudo elaborado pelo Centro de Desenvolvimento do Agronegócio (Cedagro) com dados da economia florestal de 2021.
Também foi identificado que a área estadual ocupada por eucalipto (264.298,73 ha) e pinus (1.823,40 ha) é insuficiente para suprir a demanda dos diferentes segmentos consumidores, dimensionada em 13.363.906,41 m³ de madeira por ano, pois seriam necessários 425.602,00 ha de plantios (417.675 ha de eucalipto e 7.927 ha de pinus). Assim, o déficit total de madeira é de 159.481 ha.
Nesse contexto, o Complexo Agroindustrial Pindobas é um marco na indústria madeireira. Com exceção da Suzano, líder global com florestas de eucalipto voltadas à produção de celulose, a empresa detém a maior floresta comercial do Espírito Santo. O propósito primordial desse projeto é fornecer madeira de qualidade para a serragem e a fabricação de uma variedade de produtos derivados do processamento de suas toras. O Complexo compreende quatro fazendas: Pindobas 1, 2, 3 e 4, sendo as Pindobas 1 e 3 situadas em Venda Nova do Imigrante, com 24,90 ha de pinus e 203,39 ha de eucalipto; a Pindobas 2 (Domingos Martins) com 73,63 ha de pinus e 223,18 ha de eucalipto; e a Pindobas 4; entre os municípios de Brejetuba, Conceição do Castelo e Muniz Freire, com 883,95 ha de pinus, e 979,90 ha de eucalipto. Juntas, as quatro unidades respondem por 53,88% da área coberta com pinus no território capixaba.
Tudo começou em 1973 com o programa pioneiro de reflorestamento comercial idealizado pelo empresário Camilo Cola. Naquele ano, a Fazenda implantou cerca de 2.100 hectares de Pinus elliottii, aproximadamente 4,5 milhões de árvores. A propriedade já contava também com 200 ha de reflorestamento de Eucalyptus spp, com objetivo de produzir carvão vegetal para comercializar com siderúrgicas próximas. Era a Fazenda que desenvolvia as próprias mudas de pinus e eucalipto. “Seu Camilo teve a ideia das florestas comerciais nas viagens que fazia ao exterior. Ele percebeu ser o mercado madeireiro uma boa oportunidade e, há 50 anos, decidiu investir em silvicultura”, conta Arildo Souza, gerente florestal do Complexo Agroindustrial Pindobas.
A Fazenda Pindobas é referência em qualidade e preço. Muitos produtores têm a empresa como balizador de mercado na hora de cortar madeira. “Além das florestas de eucalipto e pinus, fazemos a condução do reflorestamento para obter árvore adulta com mais qualidade e 90% do material proveniente do desbaste vai para a serraria própria. Também vendemos tanto a madeira em tora quanto em torete para, pelo menos, dez serrarias da região”, afirma Arildo.
O empreendimento tem se mantido à frente do setor por meio de inovação e diversificação. Com uma abordagem focada no plantio de clones de eucalipto para garantir um padrão de qualidade consistente, a Fazenda busca variedades que se adaptem melhor às necessidades da indústria madeireira. “Buscamos informação e a melhor opção quanto à adaptação do solo, desenvolvimento e qualidade genética são os clones da variedade BA7346, que vão garantir árvores com o mesmo padrão e madeiras de boa densidade, sem trincas e rachaduras”, ressalta o gerente.
Embora atenda ao mercado interno, o Complexo Agroindustrial Pindobas também contribui indiretamente para exportações, como fornecimento de madeira para embalagens de granito e outros produtos, a exemplo de embalagens de pinus para motores elétricos. Além disso, a atividade secundária de resinagem permite a obtenção de produtos como breu, terebintina e resina, que são valiosos na indústria química.
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A região de abrangência da fazenda é um exemplo da relevância econômica e ambiental que a floresta plantada de pinus e eucalipto pode oferecer.
Qualidade e variedade em produtos de madeira serrada
A Serraria da Pindobas, localizada em Venda Nova do Imigrante, é uma referência na produção de madeira serrada a partir de eucalipto e pinus. A unidade se destaca por suas extensas operações e uma variedade de produtos de madeira de alta qualidade, atendendo diversos mercados, incluindo a construção civil, setor moveleiro, produção de embalagens, urnas mortuárias e paletes.
A serraria oferece uma ampla gama de produtos, que variam desde materiais acabados, como decks, forros e paredes, até produtos desdobrados, como aqueles destinados às já citadas embalagens de granito e paletes. Com uma equipe de cerca de 38 profissionais, o setor de produção da serraria opera eficientemente para atender às demandas do mercado.
Um dos destaques é o deck de pinus tratado, que possui garantia de dez anos e oferece uma alternativa sustentável e durável para materiais provenientes de florestas nativas. Segundo o gerente da unidade, Damião Pereira, o tratamento é feito com o CCA, o mesmo produto químico usado para tratar mourão, o que aumenta a durabilidade do deck de pinus. O metro quadrado de 3 cm tratado custa em torno de R$ 129,00.
“Muita gente não conhece o produto. As madeiras de lei estão cada vez mais difíceis de serem retiradas, principalmente no Norte do país, e vimos uma grande chance de entrar com o deck de pinus no mercado para substituir materiais provenientes de florestas nativas. Sem contar que o pinus tem corte mais rápido”, enfatiza Pereira.
A serraria opera de acordo com todas as normas de segurança NR-12 e está dividida em setores de produção, classificação e expedição. Com uma área coberta de 7.400 m², a produção mensal da serraria atinge 2.500 st/mês (equivalente a 750 m³/mês) de madeira serrada vendida como metro cúbico.
Além da produção de madeira serrada, a serraria do Complexo Agroindustrial Pindobas também contribui para a economia local através da produção de resíduos aproveitados em outras indústrias, como cavacos de lenha, usados na alimentação de caldeiras da Pif Paf (Castelo); pó de serra (serragem), em camas de frango em granjas e baias de cavalo; e casca de pinus, utilizadas em horta e ornamentação de vasos de orquídeas.
por Assessoria de Imprensa
Fonte: https://conexaosafra.com