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Após décadas de investimentos robustos em produção, pesquisas e tecnologia, o país ultrapassou o Canadá e mantém firme sua liderança no setor de celulose
O Brasil se tornou o maior produtor e exportador de celulose no mundo, em 2022, graças à sua atividade florestal, que o levou a alcançar marcas históricas que o consolidaram como líder no mercado global, obtendo uma receita anual de R$ 250 bilhões.
No último ano, a produção de fibra de madeira do país chegou a 25 milhões de toneladas, um aumento de 10,9% em relação ao ano anterior. Já as exportações registraram aumento de 22%, chegando a 19,1 milhões de toneladas. Os dados são da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá).
Atualmente, o Brasil possui um total de quase 10 milhões de hectares de áreas cultivadas e 6 milhões de hectares de conservação de florestas nativas.
Com o bom desempenho, o país ampliou sua distância em relação ao Canadá, que ocupa a segunda colocação no ranking da Food and Agriculture Organization (FAO) entre os maiores exportadores de celulose.
Segundo José Carlos Fonseca, diretor-executivo da Ibá, os avanços conquistados são resultados de muitas décadas de investimentos robustos em produção, pesquisas e tecnologias. “Temos várias empresas centenárias e todas investiram muito em melhorias e certificações para que chegássemos a esse nível”, disse o executivo.
Dessa forma, o Brasil conseguiu atravessar períodos de turbulência na economia global nos últimos anos e segue mantendo aportes bilionários.
PROJEÇÕES
Até 2028 o Brasil receberá investimentos de R$ 61,9 bilhões em expansão e novas fábricas, incluindo painéis de madeira. A previsão é de que mais R$ 3 bilhões possam ser aplicados, colocando o setor entre os maiores investidores privados do país.
A brasileira Suzano, gigante mundial na produção de celulose, completará 100 anos e mantém no Mato Grosso do Sul o Projeto Cerrado, que compreende investimentos de R$ 22,2 bilhões. Outra centenária, a Klabin soma R$ 14,5 bilhões em investimentos, e a chilena Arauco tem outros R$ 15 bilhões.
“Mesmo diante dos custos maiores, a empresa aproveitou o aumento de preços e continua competitiva, mantendo o maior ciclo de investimentos de sua história”, afirmou Walter Schalka, presidente da Suzano.
De acordo com Rodrigo Libaber, diretor-executivo comercial e logística da Eldorado Papel e Celulose, a demanda global pela celulose cresce em média 1,5% ao ano. “A China continua no topo, consumindo mais de 40% da celulose, seguida pela Europa e pelas Américas”, disse o executivo.
Fonte: Valor Econômico/Portal Celulose