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07
ago
2023
(DESMATAMENTO)
Desmatamento na Amazônia cai 66 por cento em julho, melhor resultado desde 2017

Dados de satélite indicaram que 500 quilômetros quadrados de floresta tropical foram desmatados no mês

O desmatamento na Amazônia brasileira caiu em julho para o nível mais baixo para o mês desde 2017, mostraram números preliminares do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) nesta quinta-feira (3).

Dados de satélite indicaram que 500 quilômetros quadrados de floresta tropical foram desmatados no mês, uma queda de 66% em relação ao mesmo período do ano anterior.

De janeiro a julho, o desmatamento caiu 42,5% ante o mesmo período de 2022, mostraram os dados do INPE. Quedas sequenciais em junho e julho são especialmente promissoras, já que os dados mensais sobre o desmatamento na Amazônia costumam aumentar nesta época do ano, quando o clima fica mais seco.

“Julho é o pior mês na Amazônia, por isso esse dado é tão importante. É um recorde histórico”, disse em entrevista coletiva em Brasília o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, João Paulo Capobianco.

Os novos números chegam quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se prepara para reunião na próxima semana com líderes de países amazônicos para uma cúpula em Belém que discutirá maneiras de proteger a maior floresta tropical do mundo.

Lula disse na quarta-feira que a cúpula buscará pela primeira vez traçar uma política comum para proteger a região, que incluirá tratar da segurança nas fronteiras e pedir que empresas privadas ajudem no reflorestamento de 30 milhões de hectares de terras degradadas.

O presidente assumiu o cargo em janeiro prometendo acabar com o desmatamento até 2030, depois que a destruição aumentou sob seu antecessor, Jair Bolsonaro, que reduziu os esforços de proteção ambiental.

Especialistas comemoraram a redução do desmatamento nos primeiros meses do governo Lula, mas pediram vigilância contínua nos próximos meses, quando os incêndios e o corte raso costumam atingir o pico na região.

“É uma queda bem significativa para um mês mais seco na Amazônia, em que o desmatamento costuma ser muito ativo”, disse Mariana Napolitano, gerente de Conservação do WWF-Brasil.

“Isso nos mostra que as medidas mais emergenciais que foram tomadas, especialmente voltadas a comando, controle, fiscalização, embargos, têm funcionado neste primeiro momento. Ainda que a gente tenha essa queda, as taxas ainda estão em patamar muito elevado e para a gente conseguir de fato ver um cenário em que a gente caminha para zerar o desmatamento na Amazônia até 2030 outras medidas mais estruturantes serão necessárias.”

De acordo com os dados do Inpe, o desmatamento no Cerrado subiu 20,7% de janeiro a julho na comparação com mesmo período do ano passado. Capobianco afirmou que a tendência desde 2019/2020 no Cerrado é de alta e não foi possível fazer a reversão da curva, acrescentando que o plano de combate ao desmatamento no Cerrado será lançado em outubro.

 

Fonte: Por Reuters

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