Tanac, com sede em Montenegro, cria plano de fomento florestal para novos produtores

Fundada em 1948, a gaúcha Tanac é a maior produtora de acácias negras do mundo. Com a intenção de manter essa condição, desenvolveu um programa de fomento florestal para que novos produtores possam aderir a esse cultivo.

Com sede em Montenegro, a companhia também tem operações em Pelotas, Rio Grande e Triunfo, além de base florestal espalhada por cerca de 20 municípios.

O objetivo do programa é ampliar a quantidade de árvores plantadas no Rio Grande do Sul. Para isso, oferece diferentes opções e modalidades de negócios a produtores rurais e investidores que queiram se dedicar ao plantio de acácia negra, com garantia de compra da produção.

A madeira permite diferentes formas de obtenção de receita, entre as quais a venda de toras, que podem ser utilizadas como matéria-prima para celulose, biomassa, carvão vegetal e pellets para usinas de energia elétrica. Outra é com a casca da árvore, principal fonte de extração de taninos, com aplicações em curtimento de couro, separação de óleos e graxas, tratamento de efluentes e nutrição animal.

Além da venda garantida da produção à Tanac, o programa de fomento florestal oferece mudas, adubo e formicida, além de acompanhamento técnico ao longo do ciclo de plantio. A Tanac providencia suporte técnico para obtenção do licenciamento ambiental e subsídio financeiro para implantação e manutenção da floresta até a colheita.

A acácia negra

A acácia negra tem origem Austrália, na altura do paralelo 30, que coincide com a localização do Rio Grande do Sul. Por isso, a espécie se adapta perfeitamente ao clima do Estado. Segundo a Tanac, o ciclo produtivo da árvore varia entre seis e oito anos, que é o tempo de retorno do capital investido. Ainda conforme a empresa, o percentual de retorno de venda de uma floresta em pé varia entre 40% e 60% do valor investido.

Como a acácia negra tem capacidade de absorver nitrogênio atmosférico e fixar ao solo, é considerada uma árvore com boas características para a recuperação de solos degradados. A espécie também permite, já no segundo ano, a integração com a pecuária. As características específicas se somam às gerais das florestas, como a absorção de carbono e a proteção da biodiversidade. A Tanac foi convidada a expor o seu case na mais recente conferência do clima, no Egito, por sequestrar sete vezes mais gás carbônico do que emitiu no último ano.

* Colaborou Mathias Boni

Marta Sfredo

Fonte: Gaucha ZH