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Câmara de Vereadores prepara lei para obrigar retirada de planta que tem causado prejuízos na cidade devido à substância tóxica de suas flores
Uma árvore de origem africana, conhecida como Espatódea (Sphatodea campanulata), tem causado prejuízo e grandes malefícios à fauna de Venda Nova do Imigrante, na Região Serrana do Estado. O motivo? As flores da planta contêm uma elevada toxicidade, o que vem causando a morte de vários agentes polinizadores, como abelhas, beija-flores e outras espécies de insetos e aves. Por causa disso, a Câmara de Vereadores do município se prepara para votar um projeto de lei que prevê a retirada de árvores dessa espécie existentes na cidade, além de proibir o plantio de novas mudas.
O projeto também determina a substituição das Espatódeas por árvores de outras espécies e o descarte de mudas que estão em produção. O objetivo é combater o desequilíbrio ecológico e os prejuízos para quem depende da criação de abelhas e da produção de mel, por meio da meliponicultora e da apicultura, como fonte de renda no município.
O presidente da Associação dos Meliponicultores do Espírito Santo (Ame-ES), Adailton Gonçalves Pinheiro, confirma o problema causado pela Espatódea. Segundo ele, já foram encontrados beija-flores mortos dentro das flores dessa árvore, devido ao néctar viscoso.
"É um risco para a flora e para a fauna, visto que a abelha vive de 40 a 52 dias. Com isso, o poder de recuperação da colmeia é muito impactado com essas mortes", explica Adailton.
Projetos semelhantes ao de Venda Nova do Imigrante já foram aprovados e estão em vigor em outros Estados do Brasil. Em Santa Catarina, por exemplo, uma lei estadual aprovada em 2019 proíbe a produção de mudas e o plantio no território, com possibilidade de multa de R$ 1 mil por muda produzida. Ainda no Sul do país, em Araucária, cidade do Paraná, uma lei sancionada em 2021 impede a produção da Espatódea e determina a substituição das mudas.
O que é meliponicultura e apicultura
De acordo com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), a meliponicultura consiste na criação de abelhas nativas sem ferrão, como as espécies jataí, uruçu amarela e mandaçaia.
Já a apicultura é a criação de abelhas exóticas (Apis mellifera) com o objetivo de produzir mel, própolis, geleia real, pólen e cera de abelha. A atividade representa uma significativa fonte de renda para agricultores familiares e contribui para a preservação do ecossistema.
O que é a Espatódea?
Nativa da África tropical, a Espatódea é uma espécie de árvore exótica que foi trazida ao Brasil como ornamental. Por ser de origem tropical, a planta gosta de sol e tem flores no período de novembro a abril, com cores que podem variar do vermelho-alaranjado ao amarelo. A árvore pode atingir de 7 a 25 metros de altura e seus frutos são semelhantes às vagens.
Estagiária / mteixeira@redegazeta.com.br
Fonte: redegazeta.com.br