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O Congresso "Inteligência Artificial e Gestão de Ecossistemas", que decorreu em Palencia, Espanha, no passado mês de abril, reuniu uma centena de investigadores de 21 países e 5 continentes em torno das oportunidades oferecidas pela inteligência artificial na gestão de ecossistemas florestais sustentáveis.
O Congresso foi considerado “um exemplo de como promover a troca de conhecimento em um campo tão promissor quanto a Inteligência Artificial, mas não sem riscos”, comentou o representante da entidade organizadora ‒o SMART Global Ecosystems Chair‒ Felipe Bravo . Os participantes vieram da Austrália, China, Vietnã, Albânia, África do Sul, Grécia, Marrocos, Índia, Noruega, Etiópia e Cazaquistão, entre outros locais. A Argentina tinha representação.
Os pesquisadores exploraram as possibilidades, limites e implicações da Inteligência Artificial aplicada à gestão de ecossistemas. Os trabalhos apresentados revelaram a irrupção de novas técnicas de Inteligência Artificial em:
- O inventário, previsão e avaliação dos ecossistemas.
- Mapeamento de carbono (superfície e subterrâneo).
- Gestão da informação.
- Tomada de decisões de gestão sustentável.
- A provisão de serviços ecossistêmicos.
- A caracterização tecnológica dos produtos.
- Agricultura de precisão e silvicultura.
Em relação aos tópicos apresentados pelos palestrantes principais, observou-se que as técnicas de aprendizado de máquina e aprendizado profundo são o presente e o futuro na análise de sensoriamento remoto e observação espacial.
Em particular, foi destacada a apresentação de Mark Ducey, da Universidade de New Hampshire (Estados Unidos), que descreveu como usou IA para modelar a regeneração de diferentes espécies de árvores em florestas no Maine (EUA). São modelos que preveem quais espécies de árvores e em que quantidade têm maior probabilidade de aparecer em uma determinada floresta e área com base, por exemplo, nas árvores já presentes ou na área em que se encontram.
A professora da Universidade Nacional de La Plata, Eleana Spavento, falou por nosso país, apresentando os resultados de sua pesquisa sobre aprendizagem automática aplicada à classificação de madeiras.
O Congresso foi descrito como uma excelente oportunidade para explorar a aplicação da IA na gestão de ecossistemas e para trocar conhecimento entre os principais atores da comunidade interessados em recursos naturais.
Contribuições da Inteligência Artificial
Relativamente às conclusões gerais tiradas após os dias de apresentação de trabalhos e debate, destacaram-se os seguintes pontos chave:
- Dados de qualidade acessíveis combinados com inteligência artificial podem beneficiar a gestão do ecossistema. No entanto, é difícil definir o que é qualidade de dados porque depende das necessidades e capacidades dos usuários.
- É necessário incluir conhecimentos sobre dados e programação nos programas de estudos de Engenharia Florestal, Agronomia e outros estudos relacionados com ecossistemas e recursos naturais, uma vez que é fundamental para estes setores tirarem partido do potencial da Inteligência Artificial.
- Existem aspectos da privacidade de dados que têm preocupações éticas associadas.
- As possibilidades de inteligência devem ser exploradas aplicando boas ideias e trabalhando em conjunto para um melhor aproveitamento desta tecnologia.
- Em alguns casos, novos desenvolvimentos vêm para substituir tecnologias que funcionam bem e foram comprovadas, portanto, não são necessárias.
- As decisões finais devem caber às pessoas, enquanto os algoritmos de Inteligência Artificial devem apenas apoiar a tomada de decisões.
- Em suma, o setor florestal incorporará nos próximos anos, como o resto das disciplinas, grandes mudanças na gestão, análise e exploração da informação graças a motores de inteligência artificial, que serão integrados com metodologias mais clássicas.
Fonte: Asora