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A crescente necessidade de ampliar de modo sustentável o uso de fontes renováveis de energia, a descarbonização industrial com energia zero carbono e a necessidade de mudança na matriz energética dos combustíveis fósseis como o carvão, coque e o gás natural para proporcionar maior segurança ao suprimento energético, aumentar a competitividade e reduzir os impactos ambientais, encontra, principalmente, na biomassa (florestal/madeira, agricultura/agroindustrial e sucroenergético) uma alternativa viável economicamente e com significativo potencial de expansão.
O Estado de São Paulo representa praticamente metade da produção de cana de açúcar (produção de cana-de-açúcar na safra 2023 tivemos uma quantidade de 322.812.000 ton/ano) e etanol do Brasil.
Uma fonte energética (com grande quantitativo de resíduos como a palha, bagaço e vinhaça) zero carbono para suprimento energético industrial.
O acordo firmado entre a indústria sucroenergética e o Governo de São Paulo, que introduziu o fim das queimadas na colheita da cana, não apenas atendeu aos imperativos da Política Estadual de Mudanças Climáticas como tornou viável um novo insumo até então subutilizado: a palha, rica em poder calorífico e, portanto, adequada ao aproveitamento na geração de energia.
Além do bagaço, das pontas e da palha, a vinhaça (outro resíduo do processamento da cana de açúcar) vem chamando a atenção pelo seu potencial gerador de biogás, que pode ser utilizado diretamente ou purificado para ser convertido em biometano e utilizado na substituição de gases derivados de petróleo.
Como maior produtor nacional de cana de açúcar, o Estado de São Paulo tem potencial de geração de bioeletricidade de cana superior a 14 mil MW, equivalente à produção hidrelétrica de Itaipu.
Quanto avaliamos o suprimento energético com base da biomassa florestal e da madeira, o Estado de São Paulo tem um grande potencial energético.
São Paulo detém a segunda maior área de florestas plantadas, com 1,219.432 hectares, dos quais 983.760 ha de eucalipto, 231.359 ha de pinus e 4.313 ha outras espécies.
No ano de 2023, Estado de São Paulo tivemos uma quantidade produzida de carvão vegetal de 93.142 Tton/ano), de lenha da silvicultura 4.477.018 (m3/ano) e de madeira em tora de 21.876.226 (m3/ano).
O potencial energético dos resíduos de madeira, da lixívia (subproduto da indústria de papel e celulose) e da hidreletricidade em pequenos e médios aproveitamentos remanescentes, podem ser destinados à autoprodução e a comercialização de energia elétrica.
Importante ainda avaliar as culturas agrícolas (ano base 2023) em São Paulo com maior potencial de geração de energia como as culturas agrícolas do algodão herbáceo (19.110 ton/ano), arroz em casca (58.791 ton/ano), café em grãos total (318.478 ton/ano), feijão (229.660 ton/ano), laranja (12.501.859 ton/ano), Mandioca (1.456.284 ton/ano), Milho (3.709.901 ton/ano), Soja (4.495.700 ton/ano) e Trigo (435.413 ton/ano).
Existem ainda potenciais adicionais consideráveis em aterros sanitários, efluentes, resíduos da agroindústria e resíduos sólidos urbanos. Somente esses potenciais adicionais permitem a instalação de aproximadamente 5 mil MW em unidades descentralizadas por todo o território paulista.
Com a intenção de desenvolver outras fontes renováveis para o suprimento energético do Estado de São Paulo, que possam agregar uma maior consolidação tecnológica, geração de novos negócios, incentivo a empreendedores privados, geração distribuída e desenvolvimento regional, foram identificadas áreas possíveis de serem utilizadas para o reflorestamento com finalidades energéticas.
Esta área equivalente a 1.714.501 hectares, sendo que 94% desta caracterizada como pastagens degradadas, equivalendo a uma potência instalada de 1,5 mil MW.
A Brasil Biomassa Consultoria em projetos sustentáveis e no mapeamento dos tipos de biomassa desenvolveu em 2022/23 dois mapeamentos para suprimento energético para o Grupo de investimentos Mais Energia e para o desenvolvimento de projetos de biocarbono para a Reunion/Tecnored/Vale.
Desenvolveu ainda um mapeamento do potencial de biomassa da cana-de-açúcar para a Cosan Biomassa e a Granbio Bioenergia (cana energia).
A Brasil Biomassa fez uma análise dos quantitativos da biomassa para o suprimento energético de energia.
Esses serviços incluem o desenvolvimento de um portfólio de combustíveis renováveis para atender a demanda energética:
Identificação das regiões com maior potencial de disponibilidade para fornecimento de biomassa para atender aos interesses industriais.
Identificação dos principais players/leads produtores dos tipos de biomassa com dados empresariais, produção, mercado, consumo, preço e disponibilidade.
Avaliação dos tipos de biomassa com menor custo de fornecimento (viabilidade com análise de preço e dos custos logístico) para atender a demanda industrial ou das empresas de energia/co-geração.
Assistência em discussões comerciais e negociações de contratos para o fornecimento a longo prazo dos tipos de biomassa.
Análise da estratégia de compras das matérias-primas.
Avaliação da logística de produção (sistema de enfardamento) e do transporte dos tipos de biomassa.
Realizamos de um levantamento de áreas potenciais para plantio de florestas energéticas/ áreas de produção da agricultura e da cana-de-açúcar através do uso do SIG e de estimativa e do potencial de biomassa para geração de energia elétrica e vapor.
Finalmente devemos ressaltar que:
O Estado de São Paulo se destaca por possuir uma matriz energética e elétrica com grande participação de fontes renováveis (com o uso sustentável da biomassa florestal/madeira, agricultura/agroindustrial e sucroenergético) e com um grande potencial na geração de resíduos que podem ter um aproveitamento sustentável (energia, produtos, calor e vapo), o que pode colocá-lo em vantagem frente aos seus principais competidores nacionais.
O Estado de São Paulo deve aproveitar as oportunidades com o grande quantitativo de geração de biomassa para o desenvolvimento das capacidades voltadas à eficiência energética e ao uso direto da biomassa como fonte energética para a matriz industrial (descarbonização industrial). Os compromissos no Acordo de Paris e na COP 26 abrem espaço para o desenvolvimento ainda maior de novas soluções energéticas que estejam alinhadas com uma estratégia de baixo carbono.
As soluções em fontes alternativas de geração de energia elétrica em São Paulo devem ter foco na modicidade tarifária e na segurança no suprimento de energia. Esses dois pilares são fundamentais para a ampliação da competitividade da indústria e para a proteção tanto dos produtores quanto dos consumidores de energia.
Diferentes setores industriais em São Paulo podem ser beneficiados com o desenvolvimento de uma estratégia (mapeamento dos tipos de biomassa) para suprimento energético por fonte renovável de energia como a biomassa e de soluções em eficiência energética.
As diferentes práticas de economia circular e cumprimento dos compromissos energéticos, impulsionam a criação de uma gama de produtos e serviços que agregam valor às atividades empresariais; geram renda e emprego, além de contribuir para o crescimento econômico do Estado de São Paulo.
A gestão eficiente da energia e das emissões de gases do efeito estufa podem ser um dos principais mecanismos para o aumento de competitividade da indústria com a descarbonização industrial e da garantia de suprimento energético com a biomassa em São Paulo.
Celso Oliveira
Presidente Associação Brasileira das Indústrias de Biomassa e Energia Renovável
Diretor da Brasil Biomassa Consultoria Engenharia e Tecnologia Industrial
Av. Candido Hartmann, 570 24 andar Conj. 243 Curitiba Paraná
Whats Empresarial (41) 998173023 ou Whats Engenharia (41) 996473481
Contato pelo e-mail diretoriabrasilbiomassa@gmail.com
Perfil profissional no LinKedin https://www.linkedin.com/in/celso-oliveira-abib-brasil-biomassa-bioenergia-pellets-09195634
Fonte: Associação Brasileira das Indústrias de Biomassa e Energia Renovável