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O governo de São Paulo contratou, por R$ 71,5 milhões, uma empresa do Paraná para construir 518 moradias para os atingidos pelos deslizamentos de terra em São Sebastião. A Tecverde ganhou o contrato por oferecer um sistema de construção pré-modulado conhecido como wood frame, que permite finalizações mais rápidas do que as versões tradicionais de alvenaria.
A maior velocidade de construção foi fator determinante para que a Tecverde conseguisse o contrato, conforme apurou o Valor. Segundo a empresa, as unidades devem ficar prontas em seis meses após o início das obras. O prazo é bem menor do que os usuais três anos utilizados na construção tradicional, ou 18 meses, quando se usa parede de concreto.
O método de construção wood frame usa placas com camadas de madeira tratada especialmente para o uso, oriundas de reflorestamento, que depois são revestidas com outros materiais. De forma simplificada, a estrutura “sanduíche” possui sete camadas: madeira (miolo); depois uma estrutura dos dois lados com chapa OSB (material feito de um painel de tiras de madeira com resina); a terceira camada é uma manta impermeável de plástico (membrana hidrófuga); depois uma placa cimentícia; a quinta camada é uma placa de gesso tipo drywall; e, por fim, o acabamento interno (sexta) e externo (sétima).
As peças da estrutura vêm prontas da fábrica da empresa, localizada em Araucária (PR), e apenas precisam ser encaixadas no canteiro. Esse método demanda também menos mão de obra e deslocamentos de funcionários, segundo revelou ao Valor Stael Xavier, diretora comercial. Ela ressaltou ainda que as construções em wood frame possuem a mesma durabilidade que as de alvenaria.
Serão construídos em São Sebastião 30 prédios, com térreo e mais três andares, que somarão 480 apartamentos, além de 38 casas. As unidades terão de 41 m2 a 47 m2 e o preço médio de cada moradia gira em torno de R$ 138 mil.
No ano passado, a Tecverde, que atua também no programa Minha Casa, Minha Vida, anunciou um novo modelo de casa econômica que pode ser montado no canteiro em apenas um dia, fazendo com que o nível de industrialização do processo atinja 85%. “Quando se olha para outras técnicas, como a parede de concreto, a industrialização já está no limite”, revelou Stael ao jornal. “Nós ainda temos coisas que podemos trazer e incrementar nesse sistema, desde que tenhamos incentivos corretos e demanda garantida”.
Fonte: revistaioe.com.br