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Desde o ano 2000, 781 mil km² deste tipo de vegetação foram devastados, sendo grande parte em importantes áreas de biodiversidade tropical, conforme pesquisa
Por Redação Galileu
As florestas montanhosas estão desaparecendo em ritmo acelerado. No mundo todo, perdemos 7,1% da área desta vegetação desde o ano 2000, correspondendo a 781 mil km² devastados.
A estimativa preocupante faz parte de um estudo publicado no último dia 17 de março na revista One Earth. Segundo a pesquisa, grande parte da perda das florestas montanhosas ocorreu em importantes áreas de biodiversidade tropical, aumentando a pressão sobre as espécies ameaçadas que vivem nestes locais.
Mais de 85% das espécies de aves, mamíferos e anfíbios do mundo todo residem, aliás, em montanhas — particularmente em habitats florestais.
Para investigarem a distribuição global da floresta montanhosa, os autores do estudo rastrearam as mudanças nesses locais anualmente, de 2001 a 2018. A equipe de cientistas, liderada por Xinyue He, Dominick Spracklen e Joseph Holden, da Universidade de Leeds, no Reino Unido, e Zhenzhong Zeng, da Universidade de Ciência e Tecnologia do Sul da China, quantificou perdas e ganhos na cobertura arbórea.
Os especialistas estimaram a taxa em que a mudança no habitat está ocorrendo e compararam diferentes elevações e tipos de florestas montanhosas, incluindo boreais, de clima temperado e tropical.
Eles concluíram que a taxa anual de perda nessas matas aumentou 50% do período de 2001 a 2009, em comparação com o intervalo de 2010 a 2018. O estrago resultante foi de aproximadamente 52 mil km² por ano.
As florestas tropicais montanhosas sofreram com a maior diminuição de sua área, correspondendo a 42% da perda total global, tendo também a taxa de aceleração mais rápida de derrubada.
Por outro lado, essa vegetação teve o ritmo mais elevado de regeneração em comparação com as florestas montanhosas em regiões temperadas e boreais. No geral, os pesquisadores observaram alguns sinais de crescimento da cobertura arbórea em 23% das áreas que perderam a floresta.
As áreas protegidas sofreram menos perda de floresta do que as desprotegidas, mas os pesquisadores alertam que isso pode não ser suficiente para preservar espécies ameaçadas, conforme comunicado.
“Em relação às espécies sensíveis em hotspots de biodiversidade, a questão crítica vai além da simples prevenção da perda florestal”, escrevem os autores. “Também devemos manter a integridade das florestas em zonas grandes o suficiente para permitir movimentos naturais e espaço suficiente para espécies que vivem”.
Causas da devastação
Segundo os especialistas, a aceleração na derrubada das florestas montanhosas provavelmente se deve em grande parte à rápida expansão agrícola nessas áreas no sudeste da Ásia continental, bem como ao esgotamento das florestas de planície ou porque essas últimas foram protegidas.
Embora sua localização acidentada tenha protegido as florestas de montanha do desmatamento, elas têm sido cada vez mais exploradas desde a virada do século 21, à medida que as áreas de planície se esgotam ou ficam sujeitas à proteção.
Fonte: Por Redação Galileu