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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Moveleiros buscam parceria com indústrias
Moveleiros que tocam pequenas empresas e artesãos do Vale do Jequitinhonha, no norte de Minas Gerais, estão mudando a história econômica da região, uma das mais pobres do País. Minas Gerais conta com a maior área de florestas plantadas de eucalipto do País, com mais de 1,5 milhão de hectares formados entre 1976 e 1992, segundo o Instituto de Desenvolvimento Industrial de Minas Gerais (Indi). A maior concentração de eucaliptos do Estado está no Vale do Jequitinhonha, 27%.
Apesar do maciço florestal de tamanha importância, cerca de 60% dos eucaliptos reflorestados são destinados à produção de celulose e carvão vegetal. Pouco sobra para a indústria moveleira, que acaba tendo de importar a madeira da vizinha Bahia. Inconformados, os madeireiros se reuniram e, com o apoio do Sebrae na região, estão negociando com as grandes empresas para que parte do que está plantado se destine à indústria moveleira do Jequitinhonha.
A região tem cerca de 50 indústrias que, juntas, geram 350 empregos e faturam R$ 500 mil por ano. De acordo com a técnica do Sebrae, na microrregião de Turmalina, Vera Lúcia Veloso, representantes da Companhia de Celulose Suzano, uma das maiores do mundo, comprometeram-se que até o final de agosto vão negociar para firmar uma parceria no fornecimento de madeira aos moveleiros do Vale do Jequitinhonha.
“As grandes empresas cortam a madeira em tamanhos que impossibilitam a fabricação de um móvel maciço, por isso, a negociação se faz necessária. Eles irão destinar uma área muito pequena para o fornecimento às indústrias. Além disso, os empresários irão pagar pela madeira. Tanto se fala em responsabilidade social. Acredito que ajudar a pequena empresa a gerar emprego e renda faz parte dessa responsabilidade”, diz a técnica do Sebrae.
Para Edemilson Machado, proprietário da MDV Indústria e Comércio de Móveis, os moveleiros do Jequitinhonha estão dando uma utilização nobre à madeira, transformando-a em objetos bonitos e criativos, além de gerar emprego e renda na região. “Com aplicação de novas tecnologias, podemos tingir o eucalipto e chegar a cores de madeiras mais nobres. Além disso, uma madeira nobre leva 120 anos para crescer e o eucalipto tem um ciclo de apenas 12 anos, por isso, o reflorestamento é muito mais fácil. Quebramos o mito de que o eucalipto não era uma boa madeira para produção de móveis, com muitas pessoas acreditavam”, reforça o empresário.
Fenavem
E a madeira maciça do Vale do Jequinhonha é sucesso no maior centro econômico do País, São Paulo. Participando da 24ª Fenavem – Feira Internacional de Móveis, que foi realizada de 1º a 5 de agosto, com o apoio do Sebrae, quatro empresas da região provaram que o eucalipto, associado ao designer, pode ser um produto de qualidade.
O grupo do Vale do Jequitinhonha, segundo Vera Lúcia, existe desde 1988, mas só recentemente, com um trabalho desenvolvido com o Sindmóveis, o Sebrae e a Universidade Estadual de Minas Gerais, vem conquistando o mercado. São 16 empresários envolvidos no Pólo Moveleiro de Turmalina. Em 2004, eles participaram do Programa Via Design, desenvolvido pelo Sebrae. Foram criados 16 diferentes produtos para cada empresa participantes, de móveis a cancelas de sítios e fazendas.
Este ano, o projeto foi incluído na metodologia da Gestão Estratégica Orientada para Resultados (Geor), cujo objetivo é alavancar, em curto prazo, a capacidade do Sistema Sebrae de produzir e medir benefícios relevantes para a sociedade e para as micro e pequenas empresas. Com ela, parcerias importantes com prefeituras e o Banco do Nordeste foram firmadas.
Entre os principais objetivos do ‘Programa Moveleiro no Vale do Jequitinhona’ estão aumentar o faturamento anual das empresas em 80%, em 2005 e 2006, e em mais 20%, em 2007. O número de empregos deve crescer na faixa de 10% e 5% ao ano, nos próximos dois anos, e mais 5% em 2007.
A participação na Fenavem também está entre os objetivos do programa. É a segunda vez que eles participam de uma feira de móveis. Primeiro, eles marcaram presença na Femolipto, a 2ª Feira de Móveis de Eucalipto de Turmalina. Neste evento, eles conseguiram faturar R$ 90 mil. O grupo programa participar da ‘Feira de Móveis de Montes Claros’, também em Minas Gerais.
“A gente percebe que os empresários locais desenvolveram maturidade. Antes eles vendiam sob encomenda e copiavam os móveis de revistas. Hoje têm produção e designer. Pensam e agem como empresários”, diz Vera Lúcia.
Segundo o empresário Edemilson Machado, da MDV, as empresas não trabalham apenas com a madeira, mas ajudam o desenvolvimento do artesanato local, decorando os móveis com peças de cerâmica, palha e outros materiais. “Existe uma preocupação grande de fazermos o desenvolvimento da região e torná-la conhecida como a capital do móvel de eucalipto".
Além do Vale do Jequitinhona, estão participando da Fenavem com o apoio do Sebrae outras 220 pequenas empresas de Belo Horizonte, Carmo do Cajuru, Cruzília, Ubá e Uberaba. A ação integra os projetos de Desenvolvimento do Setor Moveleiro nas respectivas regiões, envolvendo 470 empresas.
Móveis em Minas Gerais
O parque industrial moveleiro de Minas é o quarto do País. O setor é responsável por cerca de 30 mil empregos diretos e 6% do total da produção nacional. O Estado importa 60% de suas necessidades, absorvendo 10% da produção brasileira.
Quanto às exportações, a participação de Minas no total do setor no País é ainda modesta, (2,3%) das exportações brasileira de móveis, que em 2002 foram de US$535 milhões. Esses números devem crescer significativamente nos próximos anos, em função dos consórcios de exportação criados no Estado, com apoio e incentivo da Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex-Brasil). Após dois anos de preparação, as empresas já realizam negócios com o mercado externo.
Fonte: Agência Sebrae de Notícias
Apesar do maciço florestal de tamanha importância, cerca de 60% dos eucaliptos reflorestados são destinados à produção de celulose e carvão vegetal. Pouco sobra para a indústria moveleira, que acaba tendo de importar a madeira da vizinha Bahia. Inconformados, os madeireiros se reuniram e, com o apoio do Sebrae na região, estão negociando com as grandes empresas para que parte do que está plantado se destine à indústria moveleira do Jequitinhonha.
A região tem cerca de 50 indústrias que, juntas, geram 350 empregos e faturam R$ 500 mil por ano. De acordo com a técnica do Sebrae, na microrregião de Turmalina, Vera Lúcia Veloso, representantes da Companhia de Celulose Suzano, uma das maiores do mundo, comprometeram-se que até o final de agosto vão negociar para firmar uma parceria no fornecimento de madeira aos moveleiros do Vale do Jequitinhonha.
“As grandes empresas cortam a madeira em tamanhos que impossibilitam a fabricação de um móvel maciço, por isso, a negociação se faz necessária. Eles irão destinar uma área muito pequena para o fornecimento às indústrias. Além disso, os empresários irão pagar pela madeira. Tanto se fala em responsabilidade social. Acredito que ajudar a pequena empresa a gerar emprego e renda faz parte dessa responsabilidade”, diz a técnica do Sebrae.
Para Edemilson Machado, proprietário da MDV Indústria e Comércio de Móveis, os moveleiros do Jequitinhonha estão dando uma utilização nobre à madeira, transformando-a em objetos bonitos e criativos, além de gerar emprego e renda na região. “Com aplicação de novas tecnologias, podemos tingir o eucalipto e chegar a cores de madeiras mais nobres. Além disso, uma madeira nobre leva 120 anos para crescer e o eucalipto tem um ciclo de apenas 12 anos, por isso, o reflorestamento é muito mais fácil. Quebramos o mito de que o eucalipto não era uma boa madeira para produção de móveis, com muitas pessoas acreditavam”, reforça o empresário.
Fenavem
E a madeira maciça do Vale do Jequinhonha é sucesso no maior centro econômico do País, São Paulo. Participando da 24ª Fenavem – Feira Internacional de Móveis, que foi realizada de 1º a 5 de agosto, com o apoio do Sebrae, quatro empresas da região provaram que o eucalipto, associado ao designer, pode ser um produto de qualidade.
O grupo do Vale do Jequitinhonha, segundo Vera Lúcia, existe desde 1988, mas só recentemente, com um trabalho desenvolvido com o Sindmóveis, o Sebrae e a Universidade Estadual de Minas Gerais, vem conquistando o mercado. São 16 empresários envolvidos no Pólo Moveleiro de Turmalina. Em 2004, eles participaram do Programa Via Design, desenvolvido pelo Sebrae. Foram criados 16 diferentes produtos para cada empresa participantes, de móveis a cancelas de sítios e fazendas.
Este ano, o projeto foi incluído na metodologia da Gestão Estratégica Orientada para Resultados (Geor), cujo objetivo é alavancar, em curto prazo, a capacidade do Sistema Sebrae de produzir e medir benefícios relevantes para a sociedade e para as micro e pequenas empresas. Com ela, parcerias importantes com prefeituras e o Banco do Nordeste foram firmadas.
Entre os principais objetivos do ‘Programa Moveleiro no Vale do Jequitinhona’ estão aumentar o faturamento anual das empresas em 80%, em 2005 e 2006, e em mais 20%, em 2007. O número de empregos deve crescer na faixa de 10% e 5% ao ano, nos próximos dois anos, e mais 5% em 2007.
A participação na Fenavem também está entre os objetivos do programa. É a segunda vez que eles participam de uma feira de móveis. Primeiro, eles marcaram presença na Femolipto, a 2ª Feira de Móveis de Eucalipto de Turmalina. Neste evento, eles conseguiram faturar R$ 90 mil. O grupo programa participar da ‘Feira de Móveis de Montes Claros’, também em Minas Gerais.
“A gente percebe que os empresários locais desenvolveram maturidade. Antes eles vendiam sob encomenda e copiavam os móveis de revistas. Hoje têm produção e designer. Pensam e agem como empresários”, diz Vera Lúcia.
Segundo o empresário Edemilson Machado, da MDV, as empresas não trabalham apenas com a madeira, mas ajudam o desenvolvimento do artesanato local, decorando os móveis com peças de cerâmica, palha e outros materiais. “Existe uma preocupação grande de fazermos o desenvolvimento da região e torná-la conhecida como a capital do móvel de eucalipto".
Além do Vale do Jequitinhona, estão participando da Fenavem com o apoio do Sebrae outras 220 pequenas empresas de Belo Horizonte, Carmo do Cajuru, Cruzília, Ubá e Uberaba. A ação integra os projetos de Desenvolvimento do Setor Moveleiro nas respectivas regiões, envolvendo 470 empresas.
Móveis em Minas Gerais
O parque industrial moveleiro de Minas é o quarto do País. O setor é responsável por cerca de 30 mil empregos diretos e 6% do total da produção nacional. O Estado importa 60% de suas necessidades, absorvendo 10% da produção brasileira.
Quanto às exportações, a participação de Minas no total do setor no País é ainda modesta, (2,3%) das exportações brasileira de móveis, que em 2002 foram de US$535 milhões. Esses números devem crescer significativamente nos próximos anos, em função dos consórcios de exportação criados no Estado, com apoio e incentivo da Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex-Brasil). Após dois anos de preparação, as empresas já realizam negócios com o mercado externo.
Fonte: Agência Sebrae de Notícias
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