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A grande vantagem dessa tecnologia, que está sendo testada no Brasil, é o plantio mais rápido por um custo menor.
Drones estão sendo testados para lançar sementes em projetos de reflorestamento
Uma tecnologia está em testes no Brasil para tornar o reflorestamento mais barato e mais eficaz.
A nova tecnologia começou a ser testada com sucesso em países como Guiana Francesa e Gabão.
Uma startup francesa adaptou drones para distribuir sementes em projetos de reflorestamento. O primeiro passo foi desenvolver cápsulas que garantem a sobrevivência de mais de 80% das sementes lançadas do alto.
As cápsulas são feitas de argila, nutrientes especiais que aceleram o crescimento da planta e substâncias que ajudam a reter água.
“Primeiro a gente tem que mapear o lugar, a gente consegue saber quais sementes a gente vai ter que plantar e aonde a gente vai plantar elas. A segunda etapa é realmente receber essas sementes para poder fazer o plano de plantio. A terceira etapa seria o plantio em si, que a gente usa drones geralmente. E o monitoramento”, diz Gregory Maitre, Diretor Geral da Morfo/Brasil
A equipe do JN acompanhou o lançamento do projeto piloto no Brasil. Foi numa fazenda em Miguel Pereira, no interior do estado do Rio. A nova floresta nasce nas cápsulas com até 30 espécies nativas de Mata Atlântica que são colocadas no recipiente do drone para serem dispersadas nas áreas da fazenda já mapeadas previamente. A grande vantagem dessa tecnologia é plantar mais rápido, por um custo menor.
A área escolhida para os testes equivale a 50 campos de futebol com pastagens degradadas. A dispersão das sementes com drones reduz em até 25% os custos da operação. No caso desta fazenda, a economia chega a R$ 500 mil.
“O drone na verdade é uma ferramenta que permite um ganho de escala. Onde uma pessoa faz 1 hectare por dia, o drone consegue fazer 50. Então, você consegue percorrer muito mais terreno no mesmo dia.” afirma Gregory Maitre.
Para garantir o crescimento saudável da nova floresta, o drone também espalha sementes de leguminosas, que são espécies vegetais ricas em nutrientes para o solo, e que garantem também a sombra necessária quando as primeiras mudinhas de Mata Atlântica brotarem do chão.
Os primeiros resultados se tornam visíveis em um mês. O crescimento completo das árvores leva mais tempo, aproximadamente vinte anos.
“Nós temos que caminhar mais rápido que os desmatadores, então qualquer tecnologia, qualquer inovação que venha para baixar custo e ampliar nossa escala de trabalho, ou seja, que permita que a gente recupere mais áreas, que plante mais áreas é sempre bem-vinda.” finaliza Maurício Ruiz, secretário-executivo do ITPA, Instituto Terra de Proteção Ambiental.
Fonte: G1