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Notícias

04
fev
2023
(GERAL)
Belterra terá primeira unidade de beneficiamento madeireiro comunitário da Amazônia

A instalação trará benefícios socioambientais e econômicos para as mais de mil famílias que residem na Floresta Nacional do Tapajós.

O município de Belterra, às margens da BR 163, no Oeste do Pará, vai ganhar a primeira Unidade de Beneficiamento Madeireiro (UBM). A obra com 2.604 metros quadrados, está sendo construída graças a uma iniciativa da Cooperativa Mista da Flona do Tapajós (Coomflona), com apoio técnico e financeiro da Conservação Internacional (CI-Brasil).

A obra de cerca de R$ 5 milhões está sendo realizada por meio do Projeto Tapajós Sustentável e Resiliente, com recursos do Fundo Amazônia e apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio). A previsão é que UBM seja inaugurada no primeiro semestre de 2023 e que a indústria esteja operando até o final do próximo ano. A implantação vai aprimorar o processo produtivo, unificando a excelência das atividades de manejo florestal de impacto reduzido e a produção de madeira processada, garantindo assim a manutenção da floresta em pé.

Há mais de 17 anos, a Coomflona realiza um trabalho pioneiro no âmbito do Manejo Florestal Comunitário – MFC de uso múltiplo. A extração de madeira é feita de forma manejada usando técnicas para a redução dos impactos ambientais na floresta. A equipe atuante em campo é formada por comunitários capacitados, equipe de engenharia e técnica qualificada e com larga experiência para atuar no processo de produção florestal madeireira, conforme explica Aluízio Patrocínio, engenheiro florestal da Cooperativa.

“Atualmente a cooperativa realiza o manejo comunitário e vende seu produto in natura. Com a implantação da unidade em parceria com a CI-Brasil, vamos agregar mais valor ao produto, já que ele vai ser beneficiado e a madeira sairá diretamente para o consumidor. Essa valorização também favorece as comunidades que são beneficiadas com a geração de emprego e renda, uma vez que estão envolvidas diretamente na cadeia produtiva de manejo, atuando na manutenção da floresta em pé”, enfatizou Patrocínio.

Toda madeira produzida na Flona Tapajós é certificada e a partir da estruturação da Unidade de Beneficiamento Madeireiro, o processo produtivo será modificado de parte da produção será destinado ao desdobro de madeira em peças como tábuas, pranchas e outros produtos, objetivando principalmente agregar valor no produto, garantindo uma origem segura para comercialização, conforme explicou o coordenador de projetos da CI-Brasil Frank Pantoja.

“Quando a madeira é comercializada já serrada o valor e o mercado aumentam. Sobe bastante o valor agregado, o que é muito bom quando se pensa nas vantagens de se estabelecer esse empreendimento. Sempre foi um sonho da Coomflona ter sua própria serraria e a CI-Brasil, através de sua coordenação, teve um papel fundamental na articulação para viabilizar esse projeto”, frisou Pantoja.

Enquanto a estrutura está sendo construída, os comunitários da Flona passarão por um processo de seleção e capacitação para ocupar as funções nos espaços produtivos da serraria. Com as capacitações, os comunitários receberão preparo técnico para operarem os maquinários com segurança.

A expectativa futura é que a cooperativa detenha conhecimento da parte operacional e de comercialização através de uma gestão eficiente, diante dos desafios para a manutenção da floresta em pé, unificando a excelência das atividades de manejo florestal de impacto reduzido e a produção de madeira processada na indústria.

A implantação da serraria integra as atividades previstas no componente madeireiro do Projeto Tapajós Sustentável e Resiliente, que visa fortalecer as cadeias produtivas madeireiras de base comunitária manejada e de madeira caída, gerando também valor a essa cadeia por meio do beneficiamento de produtos.

O projeto é executado no Oeste do Pará e tem como objetivo contribuir com o fortalecimento da produção sustentável florestal de base comunitária nas Florestas Nacionais do Tapajós, Trairão e Itaituba I.

Fonte: Por g1 Santarém e Região — PA

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