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O projeto artístico e sustentável resulta nas peças com modelos variados que custam a partir de R$ 15
Por meio do Projeto Amerê, Vitor de Figueiredo Domingos, de 29 anos, aproveita madeiras jogadas no lixo ou encontradas na rua em luminárias, abajures, incensários e até em cinzeiros. O trabalho artístico tem viés sustentável, pois o artista também reutiliza potes de vidro na montagem dos objetos.
O projeto começou 2019 dois anos antes de Vitor se mudar permanentemente para a Capital. Ele comenta que gostava de produzir, mas fazia isso sem o intuito de vender.
“Sempre fui artista independente, autodidata, gostava de desenhar, pintar e fazer algumas peças com madeira. Pequenas peças decorativas, mas sem intenção de vendê-las, fazia pra mim e no máximo pra presentear alguém”, diz.
Numa viagem a Florianópolis, ele teve um outro entendimento da arte e viu que estava na hora de expor o artesanato. “Percebi que a arte lá pulsa de uma maneira mais fluida. Em fevereiro de 2019 conheci outro artesão que já mexia com artesanato. [...] Essa proximidade foi me consumindo como inspiração pra eu também sair pra rua e mostrar minha arte às pessoas”, afirma.
Com o intuito de provar que qualquer coisa pode virar arte, ele escolheu a madeira como matéria-prima das peças. “É um trabalho que me interessei de início pelo fato que, de alguma forma, essa transmutação ajuda também a natureza. Mostra às pessoas que uma matéria aparentemente inutilizável pode virar uma peça, uma obra linda. Basta trabalhar e abusar da criatividade. A criatividade salva”, destaca.
Vitor coleta objetos e madeiras para fabricação e depois as prepara. Ele explica como funciona o processo. “Eu pré-seleciono as peças de acordo com a ideia que eu tenho na hora. O processo de preparação é muito importante, pego, corto, lixo, passo produto que fica de 2 a 3 dias agindo e depois passo verniz ou algum óleo vegetal”, fala.
Dos troncos e pedaços de madeira surgem luminárias a luz de velas, lâmpadas, suporte de velas, porta incensos, abajures e cinzeiros. “Eu também coleto potes de vidro, aqueles de azeitona, serve muito e fica com um efeito de luz muito bonito”, relata. Os produtos custam de R$ 15 a R$ 80.
Orgulhoso do trabalho, Vitor pontua que a produção é uma forma de resgate que ajuda a reduzir o impacto do consumismo.
“A quantidade de lixo que produzimos na sociedade é absurda. A filosofia do consumismo faz a gente comprar compulsivamente. Às vezes até o que não necessitamos, enxergamos os nossos próprios consumos como lixo apenas e não damos a mínima para o que isso pode causar no futuro. A ideia de resgatar esses "lixos" e transformá-los em arte é mágico é fundamental para a preservação do nosso espaço”, conclui.
Quem quiser acompanhar o trabalho, o perfil no Instagram é @projeto_amere –
Por Jéssica Fernandes
CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS
Fonte: Campo Grande News