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A silvicultura comercial ou de florestas plantadas para produção de madeira para consumo industrial é importante atividade do meio rural e sustenta um riquíssimo patrimônio, que se expande continuamente - com destaque para celulose e papel, chapas, siderurgia e energia.
Resumidamente, abrange perto de 10 milhões de hectares, emprega milhões de brasileiros, e está presente em milhares de propriedades rurais, de quase todo o Brasil. Essas florestas plantadas, sustentam rico e diversificado patrimônio industrial que participa do PIB brasileiro em quase 5%! E tem mais - com tecnologia e produtividade duplicada nos últimos 50 anos! E competitividade invejável em nível internacional!
Quase todas as florestas das grandes indústrias encontram-se certificadas, e mais recentemente, envolvidas por nova onda de “olheiros” – o globalizado ESG.
Esse patrimônio de florestas plantadas é sempre apresentado acompanhado de milhões de hectares de matas nativas preservadas, o que fortalece, ainda mais, os discursos de todos os cantos, sobre a sustentabilidade da silvicultura brasileira cantada em prosa e verso. No entanto, há controvérsias quanto à base desse exemplar modelo de sustentabilidade – está nas florestas plantadas, como atividade e negócio, ou, o que temos são indústrias “mais que sustentáveis”, verdadeiras ilhas de excelência, que juram que sua matéria-prima – madeira - é um bem inesgotável?
De qualquer forma, diante desse contexto, que envolve o universo das florestas plantadas, haveria motivos que pudessem causar preocupação?
Em conversas e quase sempre com certa reserva, há gente que acha que mesmo nesse mundo de maravilhas também há problemas, mas que se diluem na quantidade de madeira produzida e disponível. E são sentidos, com mais ou menos preocupação pelos diferentes interessados. E são problemas, cujo agravamento, poderá trazer dificuldades, a médio e longo prazo. Há quem diga que o que falta, na verdade, é alguém para “colocar o sino no pescoço do gato”.
Fica o desafio: de onde virão o gato e o sino? Das universidades, das instituições de pesquisas públicas e privadas ou das próprias empresas?
O que consola, mas não justifica é a certeza de que não falta gente competente para dar conta do recado!
Nelson Barboza Leite - Diretor da Teca e Daplan - Gestão e Serviços Florestais - nbleite@uol.com.br
Fonte: Comunidade de Silvicultura