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Somente no terceiro trimestre de 2022, a Suzano comercializou 3,1 milhões de toneladas de celulose e diferentes tipos de papéis - Fotos: Suzano
A comercialização de celulose totalizou 2,8 milhões de toneladas, com aumento de 10,7% na produção de papel e celulose no Espírito Santo em 2022
Apesar da queda da indústria geral capixaba, a produção de papel e celulose no Espírito Santo cresceu 10,6%, de janeiro a outubro deste ano, puxada pela maior produção de pasta química de madeira. Tal resultado suavizou as perdas na indústria capixaba de transformação.
De janeiro a setembro, o percentual de avanço de papel e celulose havia sido de 16,7%, o melhor desempenho entre os setores industriais do Espírito Santo, segundo dados da Produção Industrial Regional (PIM-PF), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e compilados pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).
Isso significa que nem mesmo a parada em uma linha de produção na fábrica da Suzano no Estado, ocorrida entre o fim do terceiro trimestre e o início do quarto, impactou de maneira significativa a produção de papel e celulose”, avaliou a economista-chefe da Findes e gerente-executiva do Observatório da Indústria, Marília Silva.
Produção e lucro
A Suzano bateu recorde de caixa operacional de R$ 7,2 bilhões no terceiro trimestre de 2022, um crescimento de 37% se comparado ao mesmo período de 2021. A empresa registrou resultado líquido positivo de R$ 5,45 bilhões, revertendo a situação verificada em igual período de 2021, quando houve prejuízo líquido de R$ 959 milhões.
A comercialização de celulose totalizou 2,8 milhões de toneladas, segundo a Suzano, alta de 5% em relação ao terceiro trimestre de 2021. Já as vendas de papéis encolheram 2% na mesma base de comparação, para um total de 331 mil toneladas.
No montante, a empresa, que possui duas fábricas no Espírito Santo, comercializou 3,1 milhões de toneladas de celulose e diferentes tipos de papéis durante o terceiro trimestre de 2022. O volume é 4% superior ao do mesmo período do ano passado e representa um novo recorde da companhia para terceiros trimestres.
As 11 unidades da Suzano existentes no Brasil têm capacidade anual para produzir 10,9 milhões de toneladas de celulose. Segundo nota, a variação positiva no resultado financeiro é decorrente do menor impacto negativo da desvalorização cambial sobre a dívida, do resultado positivo das operações com derivativos e do maior resultado operacional.
Com o câmbio favorável, a elevação de preços e o forte volume de vendas, a receita líquida trimestral atingiu patamar recorde de R$ 14,2 bilhões, expansão de 32% sobre o terceiro trimestre de 2021. O custo caixa sem paradas, por sua vez, teve elevação de 3% sobre o segundo trimestre deste ano e atingiu R$ 883 por tonelada.
Em setembro deste ano, o CEO da Suzano, Walter Schalka, destacou que há um movimento no setor de substituição do tissue de fibra longa pelo de fibra curta, que é a especialidade da Suzano. “Além do fiber to fiber, há o fossil to fiber. Então, também estamos ganhando o espaço do plástico. Nosso mercado vai continuar crescendo.”
Demanda internacional
Bom momento vivenciado pelo setor de papel e celulose é resultado da demanda internacional
O bom momento vivenciado pelo setor de papel e celulose se deu por uma demanda internacional, que vem sustentando o preço da celulose no mercado externo. A economista da Findes, Mariana Silva, enfatizou que nem mesmo a parada em uma linha de produção na fábrica da Suzano no Estado, programada para o final do terceiro trimestre e o início do quarto, impactou de maneira significativa a produção de papel e celulose.
Nesse período, houve uma intensificação das perdas produtivas na indústria geral do Espírito Santo, influenciada pela menor cotação internacional das commodities, causada pelo aumento dos juros internacionais e consequente desaceleração da atividade econômica nas principais economias.
A presidente da Findes, Cris Samorini, cita o que é necessário fazer diante dos resultados. “Precisamos cada vez mais diversificar nossa economia e industrializar o Espírito Santo e o Brasil para gerar maior valor agregado aos negócios. Estruturar uma política industrial sólida é fundamental para crescermos e gerarmos mais emprego e renda para a população.”
Pressão em 2023
Segundo o banco holandês Rabobank, apesar de a demanda por celulose ter resistido aos preços elevados até o terceiro trimestre deste ano, o cenário macroeconômico tem pesado cada vez mais sobre a indústria de papel e papelão, e deve carregar mais pressão nos mercados globais ainda no primeiro semestre de 2023.
Já para o Brasil, com a melhora do comércio para as papeleiras no segundo semestre e a continuidade do front exportador dos maiores consumidores de embalagens, o setor deve estar fora da curva, de modo positivo. O varejo também pode seguir positivo, com a provável continuidade do Auxílio Brasil de R$ 600.
Fonte: ES Brasil