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Um pesquisador da Esalq da cidade de Piracicaba decidiu responder esta questão. Confira!
O engenheiro florestal Flávio Henrique Mendes criou uma nova metodologia para calcular o valor aproximado que as árvores geram em serviços ecossistêmicos para a sociedade. O estudo foi desenvolvido durante seu doutorado, desenvolvido no Programa de Pós-graduação em Recursos Florestais, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) e acaba de ser publicado na revista científica Labverde.
Orientada pelo professor Demóstenes Ferreira da Silva Filho, do departamento de Ciências Florestais, a pesquisa desenvolveu um método simplificado de valoração baseado na relação entre a área da copa, o Índice de Área Foliar (IAF) e um parâmetro médio R$/m2 de copa encontrado na literatura, ou seja, na magnitude da copa, uma vez que a maior parte dos serviços ecossistêmicos provém dela.
Quanto vale uma árvore?
A cidade de Piracicaba foi a escolhida por Mendes para realizar o seu estudo aproximado. A pesquisa estimou que as árvores retornem cerca de R $41 milhões por ano para a cidade em serviços ecossistêmicos. “Áreas arborizadas exigem menor investimento do poder público em manutenção de vias, além dos benefícios para a saúde humana”, pondera o autor do estudo.
Método acessível
Na prática, o pesquisador utilizou um método bastante acessível à população em geral. Segundo o engenheiro florestal, o valor do Índice de Área Foliar (IAF) pode ser calculado utilizando-se lentes fotográficas grande-angular, também conhecidas como “olho de peixe” a um preço acessível. As áreas de copa também podem ser medidas no próprio local, usando-se equipamentos ou até mesmo utilizando o passo como medida.
Metodologia utilizada pelo pesquisador para calcular o Índice de Área Foliar (IAF) utilizando fotografias retirada do estudo “Valoração monetária da arborização urbana baseada na magnitude da copa em Piracicaba/Brasil”
O levantamento levou em conta uma base de registro da cidade de Piracicaba de 60.146 árvores urbanas localizadas em calçadas. “Esse conjunto pode retornar ao município aproximadamente R $41 milhões (USD 8,2 milhões) por ano em serviços ecossistêmicos”, comentou Mendes.
Sapucaia do XV
Um dos símbolos do conjunto arbóreo piracicabano é um exemplar de Sapucaia, plantado em comemoração ao final da I Guerra Mundial. Localizada ao lado do Estádio Municipal Barão de Serra Negra, a árvore chama a atenção do público em geral. “Como curiosidade, estimamos a valoração desta árvore símbolo do município e percebemos que sozinha ela retorna cerca de R $9 mil ao ano em serviços ecossistêmicos além, claro, dos valores históricos e sentimentais envolvidos no contexto dessa árvore”, aponta o pesquisador.
Segundo o autor do trabalho, investigações como esta, nas quais são aplicadas soluções baseadas na Natureza (SbN), poderão auxiliar no planejamento, gestão e formulação de políticas públicas. “A arborização urbana proporciona importantes serviços ecossistêmicos, porém, cada vez mais ela compete pelo espaço com grandes superfícies cinzentas, o que a pode tornar um elemento secundário no planejamento das cidades. A valoração monetária das árvores urbanas aparece, então, como mais uma alternativa capaz de mostrar a relevância desses seres vivos. Na prática, isso poderia viabilizar o pagamento por serviços ambientais como descontos em IPTU, por exemplo, aos moradores que possuem árvores em frente à sua casa”, finaliza.
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Por: Mayra Rosa
Fonte: Ciclo Vivo