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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Fatores inesperados dão fôlego ao setor C&P
É o típico caso: o azar de uns é a sorte de outros. Depois de um período de forte demanda, quando os preços chegaram em abril ao mais alto pico em quatro anos, as fabricantes brasileiras de celulose estão contando com o azar das outras empresas para manter seu desempenho. A queda da cotação internacional da celulose de eucalipto esperada para esta época do ano, quando o verão no Hemisfério Norte desaquece o mercado mundial, não veio porque um locaute de uma dezena de empresas e greve de trabalhadores na Finlândia mantiveram os preços estáveis.
A paralisação da produção, que durou sete semanas até o início de julho, deve continuar se refletindo nos próximos meses, anulando alguns fatores que poderiam pressionar os preços para baixo. No início do ano, um furacão destruiu florestas inteiras na Suécia, obrigando o uso da madeira, o que acabou elevando também a demanda pela celulose brasileira. Esses fatores inesperados têm ajudado a aliviar o desempenho das empresas brasileiras de celulose e papel que vêm perdendo fôlego por conta do câmbio valorizado e o mercado interno retraído.
Agora, as fabricantes já começam a falar em novos reajustes da celulose para setembro, quando terminam as férias de verão nos Estados Unidos e países europeus. "Existe uma tendência de recuperação dos preços para setembro", disse o diretor financeiro da Votorantim Celulose e Papel (VCP), Valdir Roque, ao divulgar na semana passada os resultados da empresa no segundo trimestre.
O cenário dependerá do comportamento do mercado em agosto. "É cedo ainda, mas vamos terminar julho com uma visão mais positiva do que tínhamos no início deste mês", afirmou ontem o diretor de negócios internacionais da Suzano Papel e Celulose, Rogério Ziviani, em conversa com os analistas. Desde o ano passado, esperava-se uma queda nos preços da commodity por conta do aumento da oferta de novas capacidades que entraram em operação nos últimos tempos, como a Veracel, sociedade entre Aracruz e Stora Enso, que vem superando suas metas iniciais.
A China, grande comprador de papel e celulose, também reduziu seu ímpeto, a ponto de os preços anunciados para agosto na região asiática terem cedido de US$ 570 a tonelada para a faixa de US$ 540 a US$ 550.Mas a paralisação das empresas finlandesas, um dos maiores produtores do mundo, praticamente manteve o cenário estável nos EUA e Europa. Os estoques mundiais foram reduzidos, e grandes fabricantes como Aracruz e VCP programam paradas em suas fábricas em agosto para recompor seus inventários.
Há expectativa também do fechamento de novas fábricas nos EUA, o que beneficiará os produtores brasileiros.Tudo isso tem feito consultorias internacionais reverem para cima seus cenários de longo prazo. A Hawkins Wright, uma das mais renomadas empresas de análises do setor, prevê que o preço da celulose de eucalipto alcance quase a faixa de US$ 550 por tonelada em meados de 2006, ante o cenário de US$ 500 por tonelada anteriormente projetado.A paralisação na Finlândia já começou a ser visível nas empresas daquela região. A sueco-finlandesa Stora Enso teve prejuízo de 10,1 milhões de euros no segundo trimestre, e a UPM obteve lucro 90% menor. As fabricantes européias esperam, contudo, uma demanda mais firme no segundo semestre.
Fonte: Valor Econômico
A paralisação da produção, que durou sete semanas até o início de julho, deve continuar se refletindo nos próximos meses, anulando alguns fatores que poderiam pressionar os preços para baixo. No início do ano, um furacão destruiu florestas inteiras na Suécia, obrigando o uso da madeira, o que acabou elevando também a demanda pela celulose brasileira. Esses fatores inesperados têm ajudado a aliviar o desempenho das empresas brasileiras de celulose e papel que vêm perdendo fôlego por conta do câmbio valorizado e o mercado interno retraído.
Agora, as fabricantes já começam a falar em novos reajustes da celulose para setembro, quando terminam as férias de verão nos Estados Unidos e países europeus. "Existe uma tendência de recuperação dos preços para setembro", disse o diretor financeiro da Votorantim Celulose e Papel (VCP), Valdir Roque, ao divulgar na semana passada os resultados da empresa no segundo trimestre.
O cenário dependerá do comportamento do mercado em agosto. "É cedo ainda, mas vamos terminar julho com uma visão mais positiva do que tínhamos no início deste mês", afirmou ontem o diretor de negócios internacionais da Suzano Papel e Celulose, Rogério Ziviani, em conversa com os analistas. Desde o ano passado, esperava-se uma queda nos preços da commodity por conta do aumento da oferta de novas capacidades que entraram em operação nos últimos tempos, como a Veracel, sociedade entre Aracruz e Stora Enso, que vem superando suas metas iniciais.
A China, grande comprador de papel e celulose, também reduziu seu ímpeto, a ponto de os preços anunciados para agosto na região asiática terem cedido de US$ 570 a tonelada para a faixa de US$ 540 a US$ 550.Mas a paralisação das empresas finlandesas, um dos maiores produtores do mundo, praticamente manteve o cenário estável nos EUA e Europa. Os estoques mundiais foram reduzidos, e grandes fabricantes como Aracruz e VCP programam paradas em suas fábricas em agosto para recompor seus inventários.
Há expectativa também do fechamento de novas fábricas nos EUA, o que beneficiará os produtores brasileiros.Tudo isso tem feito consultorias internacionais reverem para cima seus cenários de longo prazo. A Hawkins Wright, uma das mais renomadas empresas de análises do setor, prevê que o preço da celulose de eucalipto alcance quase a faixa de US$ 550 por tonelada em meados de 2006, ante o cenário de US$ 500 por tonelada anteriormente projetado.A paralisação na Finlândia já começou a ser visível nas empresas daquela região. A sueco-finlandesa Stora Enso teve prejuízo de 10,1 milhões de euros no segundo trimestre, e a UPM obteve lucro 90% menor. As fabricantes européias esperam, contudo, uma demanda mais firme no segundo semestre.
Fonte: Valor Econômico
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