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Notícias

01
nov
2022
(OPINIÃO)
Incentivo às espécies nativas, uma necessidade à semelhança das exóticas!

A silvicultura brasileira continua com uma grande dívida – o uso de espécies nativas na formação de florestas para os mais diversos objetivos!

Há tempos fala-se em recuperar áreas degradadas, florestas para proteção de nascentes e de bacias hidrográficas, plantios comerciais para produção de madeira, dentre outras finalidades. Falava-se da falta de informações técnicas para garantia de bons resultados.

Aparentemente, já se evoluiu bastante nesse sentido. É lógico, que ainda há de se melhorar, mas há inúmeras iniciativas bem encaminhadas, e profissionais altamente capacitados e prontos para uma arrancada inicial.

Há quem afirme que a situação dos dias atuais para muitas espécies nativas é muito parecida com a das espécies exóticas no início do grande ciclo de crescimento por volta dos anos 70 – sem melhoramento genético, práticas silviculturais em andamento e baixa produtividade. No entanto, atualmente para o caso das nativas, temos enorme bagagem de conhecimentos acumulados com as espécies exóticas, além da quantidade de profissionais preparados e o acúmulo de pesquisas e experimentações desenvolvidas! Talvez, esteja faltando, de fato, um amplo programa de divulgação e comunicação a respeito do que existe disponível!

Fala-se num total aproximado de 10 milhões de hectares de plantios florestais, com a probabilidade de que as áreas com espécies nativas não estejam tão distantes da faixa de 1 a 2% desse total! Há de se destacar, no entanto, o ambiente favorável para se implementar plantios com espécies nativas - áreas degradadas demandando recuperação, nascentes e bacias hidrográficas necessitando de proteção, dívidas com compromissos internacionais, grande potencial para nos habilitarmos a créditos de carbono, aumento de interessados em plantios comerciais, profissionais preparados e muitas informações técnicas disponíveis!

Diante desse quadro, fica a pergunta - o que falta para que a silvicultura com espécies nativas cresça e se torne mais uma atividade rural de grande interesse econômico, social e ambiental?

Tem sido destacado como principais dificuldades para crescimento dos plantios o longo prazo característico desses empreendimentos, o elevado custo de implantação e manejo para determinados objetivos e a inexistência de financiamentos compatíveis com as culturas. Diante de tais dificuldades, geram-se incertezas quanto à viabilidade econômico – financeira dos investimentos. A possibilidade da geração de créditos de carbono e o pagamento por serviços ambientais, talvez possam se transformar em instrumentos complementares para viabilização dos empreendimentos.

Para muitos, no entanto, o que falta mesmo é vontade política para que se estabeleçam regras adequadas e mecanismos concretos de incentivos à atividade. O sucesso alcançado com a política de reflorestamento para as espécies exóticas deveria ser a referência básica a ser aprimorada e adaptada às condições e necessidades de nossas espécies nativas.

Por que não copiar o que deu certo?

Fonte: Nelson Barboza Leite

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