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Notícias

22
nov
2005
(GERAL)
Ibama do Acre investiga denúncia de ATPF´s de madeira roubada.
A gerência do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Acre está investigando, há cinco meses, a origem real das Autorizações para o Transporte de Produtos Florestais (ATPFs) emitidas pelo Acre e que esquentam o tráfico de madeiras nobres na região do Vale do Abunã.

Sem dar detalhes sobre o andamento dessas investigações, o gerente do Ibama no Acre, Anselmo Forneck, afirmou ontem que a operação da gerência local na Ponta do Abunã, realizada há cinco meses, também teve desdobramentos legais. Entre eles, encontra-se a verificação dos documentos utilizados pelas serrarias. "Na operação, apreendemos muitos documentos irregulares e no momento estamos tentando saber a procedência de todos. A nossa ação naquela região ainda não terminou, foi apenas a primeira. De qualquer forma, a verificação desses documentos deve ser feita em Rondônia", disse Forneck.

O gerente também preferiu não cogitar a participação de funcionários do Ibama no esquema com as madeireiras, que teriam invadido áreas protegidas da União para favorecer o tráfico.

"Não vou fazer qualquer afirmativa sobre isso, porque correria o risco de ser leviano. O que posso dizer é que todas essas denúncias já estão sob investigação, há meses. É um processo lento e que está permanentemente em discussão", afirmou.

Os resultados das investigações, segundo Forneck, só devem sair na medida em que as madeireiras forem mais amplamente investigadas. Ou seja, não há previsão para o esclarecimento do impasse. O secretário estadual de Meio Ambiente, Edegard de Deus, disse que a responsabilidade sobre as investigações envolvendo as ATPFs e notas fiscais apreendidas em Rondônia é do Ibama. Curiosamente, é o Imac que, hoje, emite esse documento. ATPFs do Acre não tinham assinatura A emissão de ATPFs e notas fiscais no Acre para beneficiar um esquema de tráfico de madeiras nobres em Rondônia foi denunciada pela imprensa rondoniense na última terça-feira. O esquema envolveria empresas do governador Ivo Cassol (sem partido) e dezenas de caminhoneiros, que agiriam principalmente nos ramais de Vista Alegre do Abunã.

Segundo a denúncia, as notas fiscais e ATPFs são realmente do Acre e não teriam data, o que pode apontar um sangradouro, atual ou antigo, de documentos em alguns órgãos ambientais.

Os caminhoneiros confessaram aos repórteres que conseguem transportar até 10 cargas com a mesma nota acreana, o que é outra irregularidade punida pela Lei de Crimes Ambientais. O esquema criminoso funcionaria há mais de cinco anos.

Graças ao esquema, Vista Alegre do Abunã, que em 2002 era um pequeno entreposto para o abastecimento de automóveis, cresceu rapidamente. A 250 quilômetros de Porto Velho (RO), o local possui cerca de 22 madeireiras em plena atividade. Segundo a denúncia, todas participam ou têm conhecimento do esquema.

Josafá Batista

Fonte: Rondôniagora.com

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