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Notícias

07
set
2022
(SUSTENTABILIDADE)
No Dia da Amazônia, o FSC® Brasil reforça que o desenvolvimento sustentável depende da floresta em pé

 Muito pelo contrário, é ela que pode nos colocar na vanguarda da chamada nova economia ou economia de baixo carbono. “Repetir não custa nada, mas silenciar custa, e muito”, diz Daniela Vilela, diretora executiva do FSC Brasil.

Recentemente, Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia – IMAZON divulgou que a Amazônia Legal teve o maior desmatamento em 15 anos. Ainda assim, nada ou quase nada se fala sobre possíveis planos para a região, que tem um potencial, inclusive econômico, imenso. Aliás, a política ambiental também é um ponto crucial para aumentar os investimentos no país, principalmente estrangeiros.

Boas práticas, conhecimento e exemplos de sucesso não faltam. Investir em produtos compatíveis com a floresta, que podem render cerca de R$ 10 bilhões por ano à Amazônia, é apenas uma das possibilidades. No fim do ano passado, por exemplo, a Associação Agroextrativista das Comunidades da Reserva de Des

nto Sustentável do Uatumã (AACRDSU), no Amazonas, recebeu o selo FSC para Manejo Florestal e Cadeia de Custódia. A certificação inclui uma área de produção de 44 mil hectares e contempla produtos florestais madeireiros e não-madeireiros que fazem parte da marca coletiva Inatú Amazônia, que contempla uma linha com seis óleos fixos e essenciais feitos a partir da biodiversidade amazônica.

A Amazonbai é outra história de sucesso que pode servir como inspiração e modelo. Por meio do manejo florestal responsável e certificado, os pequenos produtores de açaí do arquipelogo do Bailique e da região do Beira Amazonas, no Amapá, têm colhido outros frutos além do “ouro roxo”. Também neste ano eles conseguiram dois patrocínios internacionais por causa da manutenção dos estoques de carbono e agora se preparam para exportar pela primeira vez. É o mundo, se não abrindo portas para quem produz de forma sustentável, as fechando para que não o faz.  Além de alcançar novos mercados, a expectativa é de que haja um retorno econômico mais interessante.

Entre os pequenos, também podemos destacar a cooperativa Garah Itxa, da povo Paiter Suruí que vive no o território indígena “Sete de Setembro”, em Rondônia. Produtores de castanha certificada FSC, na última safra, eles venderam 40 toneladas do alimento. “Nós, indígenas, tiramos o nosso sustento da própria floresta e demos um passo muito grande ao conseguir a certificação”, conta o líder indígena Rubens Naraikoe Suruí. “Queremos que ela seja reconhecida e que possamos vender por um preço justo no mercado nacional e internacional”.

A principal condição para uma coexistência respeitosa – entre humanos e florestas –é o respeito ao uso múltiplo da terra. Segundo Daniela, “há espaço para todos”. A madeira, por exemplo, que já é mais comumente explorada, é um recurso natural nobre, renovável, que pode ser extraído de forma responsável. Usar a boa madeira, certificada, com garantia de origem, é uma forma muito eficiente de preservar as nossas florestas. E tanto a Coomflona - Cooperativa Mista da Flona do Tapajós, no Pará, quanto a Mil Madeiras Preciosas, no Amazonas, mostram isso na prática, ainda que em diferentes escalas.

A Coomflona tem o selo FSC 100% comunitário desde 2013 e reforça a importância dos moradores da região na conservação da floresta. Dois anos depois da certificação, eles começaram a ser procurados por empresas interessadas em comprar madeira certificada, principalmente, para exportar. Além de mais clientes, o preço do Mᶟ da madeira em tora passou de R$ 230,00 em 2014 para R$ 415 agora. Nesse meio tempo, eles construíram uma serraria e uma movelaria, agregando valor aos seus produtos.  Ali, a certificação também contribui para a melhoria nos processos de exploração, gestão e responsabilidade socioambiental.

Já a Mil Madeiras, no município de Itacoatiara, foi a primeira certificação de manejo de nativas no Brasil. Mais recentemente, eles obtiveram ainda os procedimentos de serviços ecossistêmicos para manutenção dos estoques de carbono e conservação dos recursos hídricos. A Mil explora madeira e, com os resíduos, fornece energia para cerca de 60% da cidade. Eles também doam sobras da produção para a Oficina Escola de Lutheria da Amazônia (OELA), uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que ensina jovens de baixa renda a produzir instrumentos musicais de cordas dedilhadas e caixa de ressonância, com madeiras amazônicas manejadas e certificadas.

Camila Carvas
camila@gwa.com.br
(11) 99617-1151

Fonte: camila@gwa.com.br

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