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Com soluções para monitoramento das atividades e rastreio das máquinas, por exemplo, o risco de invasões a áreas protegidas durante os processos florestais é muito menor.
Uma das leis ambientais mais importantes do país, o Código Florestal em vigor (Lei nº 12.651) completa uma década neste ano. Com regras para proteção da vegetação nativa e exploração florestal, a legislação ainda enfrenta diversos desafios para sua efetiva implementação. No entanto, a tecnologia tem ajudado cada vez mais os produtores e gestores florestais no respeito às normas e ao meio ambiente.
Soluções de monitoramento das atividades e de rastreabilidade das máquinas, por exemplo, auxiliam com uma visão detalhada do que acontece nas fazendas. “Com uso de sensores e softwares avançados, é possível registrar a posição da máquina e o processo que está sendo realizado de segundo a segundo, obtendo relatórios detalhados sobre área trabalhada, distância percorrida, velocidade, produtividade, entre outros fatores relevantes”, comenta Claudia Garcia, Gerente de Contratos Florestais da divisão de Agricultura da Hexagon — empresa que desenvolve soluções digitais para operações agrícolas e florestais.
No âmbito ecológico, esse tipo de tecnologia é capaz de ajudar, sobretudo, na diminuição dos riscos de invasão a espaços protegidos, como as áreas de preservação permanente (APP) — detalhadas no Código Florestal pela sua importância para a preservação de recursos hídricos e da biodiversidade. Faixas marginais de cursos d’água, topos de morros e manguezais, por exemplo, estão entre elas.
“Temos muita procura de empresas que trabalham com silvicultura preocupadas em preservar o meio ambiente e atender a legislação para que não ocorra invasões em áreas de APP nos seus processos. Com esse tipo de solução, os operadores conseguem visualizar os limites de atuação na tela do display embarcado na máquina e evitam qualquer ultrapassagem”, reforça Claudia.
Além disso, há outros ganhos associados ao monitoramento das práticas operacionais, como verificação e conhecimento dos gestores sobre possíveis impactos ocorridos. Desta forma, é possível realizar intervenções imediatas quando necessário, bem como elaborar um planejamento mais assertivo, incluindo ações mitigatórias. Sem contar que, com informações detalhadas em mãos, fica mais fácil contribuir auditorias ambientais, confirmando e validando boas práticas na execução das atividades.
Esse monitoramento e gestão favorece não apenas o meio ambiente, como também os produtores e gestores florestais, que deixam de ter penalidades e economizam custos associados ao deslocamento para fiscalização das operações, que podem ser acompanhadas à distância.
Tecnologia possibilita controle de insumos aplicados
Em termos de sustentabilidade, também existem tecnologias capazes de auxiliar no controle dos insumos aplicados nas produções florestais, evitando superdosagens prejudiciais ao ambiente. “Quando não há um sistema de controle na aplicação de insumo, é considerada uma velocidade média de trabalho como referência de calibração. Assim, para manter a aplicação na quantidade recomendada, é necessário executar toda a atividade prevista em velocidade constante”, explica a Gerente de Contratos Florestais. Mas, na prática, devido às condições de relevo, existência de galhadas e afins, é muito difícil manter esse ritmo.
Avaliando os procedimentos de um cliente do setor com recomendação de aplicação de insumos a 6 km/h, por exemplo, a divisão de Agricultura da Hexagon identificou que a velocidade média de toda a operação foi de 6,13 km/h, a mínima de 0,47 km/h e a máxima de 7,27 km/h. “Ou seja, alguns lugares receberam uma quantidade muito baixa de insumo, precisando de novas aplicações posteriormente, enquanto outros receberam superdosagens bastante prejudiciais”, reforça Claudia Garcia.
Hoje, porém, é possível controlar essa aplicação para que a dosagem varie conforme a oscilação da velocidade da máquina, resultando em uma aplicação homogênea e muito próxima da recomendação em toda a área florestal. “Uma estimativa baseada na análise real do cenário de um cliente é que, em um sistema convencional, o desvio da aplicação de insumos é de 2,20%, enquanto em um sistema controlado gira em torno de 0,62%”, aponta a gerente.
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Amanda Rosa
Analista | Assessoria de Imprensa
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