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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Queimadas: Proibição entra em vigor amanhã
A partir de amanhã a queimada controlada fica proibida por 60 dias em Mato Grosso, o campeão brasileiro em números de focos de calor há pelo menos uma década. Apesar de se manter no topo do ranking, nos primeiros seis meses de 2005, o satélite NOAA-12 registrou uma queda de 68% no número de focos, se comparado com o mesmo período de 2004.
Em números absolutos isso significa que o Estado ardeu em 6,4 mil pontos este ano, contra os 20.105 do ano passado. Ainda segundo os dados do Programa de Prevenção e Controle de Queimadas e Incêndios Florestais na Amazônia Legal (Proarco), apenas no mês de julho de 2004, Mato Grosso registrou 11,2 mil focos de calor, número superior a todos os seis meses de 2005. E fechou o ano passado com os tristes 75.548 focos e uma diferença de 34 mil pontos de calor em relação ao Pará, segundo estado que mais queimou (41.475).
Porém, a queda ainda não pode ser festejada, pois é a partir de agora, que os números começam a crescer. "Não é por outro motivo que a queimada controlada fica proibida neste 60 dias. Essa é a fase história em que o Estado mais queima", disse o coordenador adjunto do Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), Bruno Soares Lintomen.
Depois de atingir os 11,2 mil focos em junho de 2004, os registros de focos de calor em Mato Grosso caíram para 10,8 mil no mês seguinte, subiram para 12,9 mil agosto e atingiram o pico do ano com os 23,8 mil do mês de setembro.
Além do pior período do ano ainda estar por vir, em Mato Grosso faltam recursos humanos, estrutura e recursos financeiros para atravessar o período. "Solicitamos o valor de R$ 5 milhões para comprar equipamentos; capacitar brigadistas, trabalhar educação ambiental, entre outros. Mas, até agora não tivemos resposta e não sabemos o que virá", disse o coordenador do Prevfogo, Rodrigo de Moraes Falleiro.
No Nortão, região onde a maior parte dos focos de calor ocorre no Estado, existem três gerências do Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Mas, sem equipamentos, sem pessoal e em fase de reestruturação. "Se aqui na capital temos problema de pessoal, imagine na área que é cuidada pelo município de Sinop. Eles ali estão no olho do furacão, logo depois da Operação Curupira", disse Lintomen.
As únicas equipes preparadas para o combate aos incêndios florestais este ano no Estado são as que cuidam das cinco unidades de conservação federais. Ao todo são 70 brigadistas para proteger áreas como do Parque Nacional de Chapada e do Pantanal.
Prevfogo avalia redução de focos
Os dois responsáveis pelo Prevfogo em Mato Grosso, que assumiram as funções há duas semanas, acreditam que a queda no número de registros de focos de calor está relacionada ao temor dos agricultores. "Eles devem ter ficado com medo de fazer qualquer queimada sem autorização do Ibama", avalia Bruno Lintomen.
A multa administrativa cobrada para aquele que for flagrado cometendo o crime é de R$ 1,5 mil por hectare.
No órgão atualmente existem cerca de 100 pedidos de autorização em fase de análise. Quanto ao número das liberadas, os novos coordenadores afirmam que vão demorar para saber. "Depois da Curupira as coisas aqui estão um pouco desorganizada. Tivemos funcionários presos, outros exonerados, outros transferidos para seus órgãos de origem. Então, estamos tendo que aprender sozinhos".
Já a extensão de área queimada com autorização do Ibama, no ano passado, foi de 294,7 mil hectares, sendo que a maior parte foi queimada para limpar restos de exploração. "Isso mostra que esse ano os números têm tudo para crescer, já que o desmatamento no ano passado foi grande". (MO)
Márcia Oliveira
Fonte: Gazeta de Cuiabá
Em números absolutos isso significa que o Estado ardeu em 6,4 mil pontos este ano, contra os 20.105 do ano passado. Ainda segundo os dados do Programa de Prevenção e Controle de Queimadas e Incêndios Florestais na Amazônia Legal (Proarco), apenas no mês de julho de 2004, Mato Grosso registrou 11,2 mil focos de calor, número superior a todos os seis meses de 2005. E fechou o ano passado com os tristes 75.548 focos e uma diferença de 34 mil pontos de calor em relação ao Pará, segundo estado que mais queimou (41.475).
Porém, a queda ainda não pode ser festejada, pois é a partir de agora, que os números começam a crescer. "Não é por outro motivo que a queimada controlada fica proibida neste 60 dias. Essa é a fase história em que o Estado mais queima", disse o coordenador adjunto do Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), Bruno Soares Lintomen.
Depois de atingir os 11,2 mil focos em junho de 2004, os registros de focos de calor em Mato Grosso caíram para 10,8 mil no mês seguinte, subiram para 12,9 mil agosto e atingiram o pico do ano com os 23,8 mil do mês de setembro.
Além do pior período do ano ainda estar por vir, em Mato Grosso faltam recursos humanos, estrutura e recursos financeiros para atravessar o período. "Solicitamos o valor de R$ 5 milhões para comprar equipamentos; capacitar brigadistas, trabalhar educação ambiental, entre outros. Mas, até agora não tivemos resposta e não sabemos o que virá", disse o coordenador do Prevfogo, Rodrigo de Moraes Falleiro.
No Nortão, região onde a maior parte dos focos de calor ocorre no Estado, existem três gerências do Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Mas, sem equipamentos, sem pessoal e em fase de reestruturação. "Se aqui na capital temos problema de pessoal, imagine na área que é cuidada pelo município de Sinop. Eles ali estão no olho do furacão, logo depois da Operação Curupira", disse Lintomen.
As únicas equipes preparadas para o combate aos incêndios florestais este ano no Estado são as que cuidam das cinco unidades de conservação federais. Ao todo são 70 brigadistas para proteger áreas como do Parque Nacional de Chapada e do Pantanal.
Prevfogo avalia redução de focos
Os dois responsáveis pelo Prevfogo em Mato Grosso, que assumiram as funções há duas semanas, acreditam que a queda no número de registros de focos de calor está relacionada ao temor dos agricultores. "Eles devem ter ficado com medo de fazer qualquer queimada sem autorização do Ibama", avalia Bruno Lintomen.
A multa administrativa cobrada para aquele que for flagrado cometendo o crime é de R$ 1,5 mil por hectare.
No órgão atualmente existem cerca de 100 pedidos de autorização em fase de análise. Quanto ao número das liberadas, os novos coordenadores afirmam que vão demorar para saber. "Depois da Curupira as coisas aqui estão um pouco desorganizada. Tivemos funcionários presos, outros exonerados, outros transferidos para seus órgãos de origem. Então, estamos tendo que aprender sozinhos".
Já a extensão de área queimada com autorização do Ibama, no ano passado, foi de 294,7 mil hectares, sendo que a maior parte foi queimada para limpar restos de exploração. "Isso mostra que esse ano os números têm tudo para crescer, já que o desmatamento no ano passado foi grande". (MO)
Márcia Oliveira
Fonte: Gazeta de Cuiabá
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