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Notícias

22
nov
2005
(GERAL)
BNDES aprova investimentos de R$ 136 milhões para o Acre
Nos próximos dias, o Acre será o estado da região Norte do país que vai contar com a maior operação de financiamento já feita pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na área de inclusão social. O anúncio dessa grande operação foi feito ontem no Rio para toda a imprensa nacional pelo presidente do banco, Guido Mantega, ao informar oficialmente ao governador Jorge Viana e ao secretário de Planejamento, Gilberto Siqueira, a aprovação do programa de investimento para o estado no valor de R$ 169,7 milhões, sendo R$ 136,9 milhões em aporte do banco e R$ 32,8 milhões de contrapartida do governo estadual.

Prevista para ser assinada nos próximos dias, em Brasília pelo próprio presidente Lula ou no Acre pelo presidente do BNDES, a operação de financiamento faz parte da segunda etapa do Programa Integrado de Desenvolvimento Sustentável do Estado do Acre (PIDS/Acre II), que tem por objetivo fortalecer e modernizar a infra-estrutura urbana e rural/florestal do estado com vistas ao seu desenvolvimento econômico e social de forma sustentável, passando a integrar sua economia à economia nacional. Esse financiamento do BNDES vem se somar os recursos que o estado está dispondo no Projeto BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e no orçamento do governo federal para consolidar as bases da infra-estrutura que necessita para fortalecer a sua economia de base florestal sustentada.

O financiamento do PIDS Acre II vai contar com recursos para investimentos que abrangem desde o apoio produtivo aos índios até às comunidades tradicionais extrativistas a serem integradas com a indústria e agroindústrias tecnologicamente avançadas, visando o mercado exportador de produtos agroflorestais e florestais certificados. O programa vai propiciar, ainda, serviços ambientais, históricos e culturais da região com a finalidade de viabilizar o ecoturismo e o turismo científico. Com isso, o governo do estado vai fazer a inclusão social e econômica de famílias de baixa renda egressas de áreas originalmente florestais e que foram expulsas pela expansão do desmatamento, sendo responsáveis pelas altas taxas de favelização do estado.

Após anunciar, “com muita satisfação”, a aprovação do novo financiamento do BNDES para o governo acreano, o presidente Guido Mantega destacou que o Acre é uma região muito rica, mas precisa elevar o nível de renda da sua população, aumentar o nível de emprego, criar infra-estrutura, fazer urbanização, atender as populações que moram no interior e cuidar da floresta.

“Para isso, o estado apresentou um conjunto de projetos muito bem elaborados, que representam a continuação de um plano de desenvolvimento sustentável do estado. E o BNDES acolheu com entusiasmo esse projeto porque consegue avaliar o grande impacto que vai ter nessa região, pois será o maior projeto de desenvolvimento social a ser realizado na região Norte do país”, disse Guido Mantega, que até a bem pouco tempo era o ministro de Planejamento do governo Lula.

Segundo o presidente do banco, um dos objetivos do BNDES é ajudar os programas de desenvolvimento regional e, quando se trata do Acre, “é juntar a fome com a vontade de comer”, pois o programa apresentado pelo governo do estado cumpre todos os objetivos do banco em relação ao desenvolvimento da região Norte. “Por isso, nós o acolhemos e o aprovamos com entusiasmo”, completou.

Em entrevista para os jornalistas da grande imprensa, presentes ontem em grande número na sede do banco no Rio, o governador Jorge Viana disse que estava muito agradecido com as palavras de Guido Mantega e da decisão tomada pela direção do BNDES de lhe comunicar oficialmente que o Acre agora conta com um financiamento de um programa de cerca de R$ 170 milhões. “Isso é um prêmio para todo o trabalho que nós estamos fazendo, de dedicação de toda uma equipe de governo, com o secretário Gilberto Siqueira coordenando, de participação de nossa bancada federal e da Assembléia Legislativa do nosso estado, que aprovou esse projeto, que agora vai começar a ser executado”, disse Jorge Viana.

Segundo informou o governador, em 10 dias no máximo o contrato será assinando. “O mais importante é que esse projeto vai gerar emprego, renda, vai mudar o perfil das cidades, vai mudar o perfil da nossa economia e vai consolidar o nosso modelo, que está baseado na floresta sendo usada do ponto de vista sustentável para nos dar uma economia cada vez mais forte”, destacou o governador.

O presidente do BNDES fez questão de destacar, também em entrevista, que o Acre se credenciou, sob todos os pontos de vista, para fazer jus ao segundo financiamento do banco. “O Acre se credenciou do ponto de vista do equilíbrio fiscal porque é um estado que produz superávit e tem as contas muito bem equilibradas. Apesar de o governador pagar os maiores salários do país para os professores e os policiais militares, ele ainda consegue apresentar um orçamento dos mais equilibrados do país. O estado tem, portanto, capacidade de endividamento que a maioria dos estados brasileiros não tem”, destacou Mantega.

Para Guido Mantega, o Acre também está credenciado do ponto de vistas da gestão e da administração dos outros recursos que o BNDES liberou para o estado. “O Acre foi muito bem nessa primeira fase e fez jus a dar continuidade agora num projeto de uma magnitude maior, pois estamos falando de R$ 137 milhões só a parte do BNDES, mais R$ 33 milhões pelo próprio Acre e mais os recursos do BID. Será o maior projeto de desenvolvimento que já aconteceu nessa região da Amazônia. Sem dúvida, será um impacto extraordinário”, destacou.

Mantega disse, ainda, que outros estados da Amazônia também podem se credenciar a receber recursos do banco. No ano passado, segundo ele, a região Norte foi a região que mais teve expansão de recursos do banco, pois aumentou em 180% o volume de recursos liberados. “A base de comparação é pequena porque foram R$ 2 bilhões, mas espero que continue nesse crescimento de 180% a 200% ao ano e daqui a pouco supere a região Sudeste em termos de liberação de recursos”, concluiu.

Romerito Aquino

Fonte:Página20

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