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Notícias

22
nov
2005
(GERAL)
Pesquisa deverá incentivar substituição das queimadas
A prevenção e a correção do desequilíbrio ambiental na atividade agrícola da Amazônia é o objetivo de um projeto de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que tem o apoio financeiro do Banco da Amazônia, que deverá validar e difundir a tecnologia de corte e trituração da capoeira em substituição à derrubada e queima no preparo de área para plantio.

A iniciativa faz parte de um conjunto de 24 projetos que compõem o Programa de Pesquisa na Amazônia da Embrapa, para a geração de conhecimento aplicado nas áreas agrícola, florestal e pecuária, que terão recursos na ordem de R$ 1,4 milhão do Banco da Amazônia este ano. Os projetos contemplam, mais especificamente, temas sobre grãos, fruteiras, florestas naturais, pecuária, sistemas agroflorestais e reflorestamento, com ações integradas das unidades da Embrapa na região, que visam a transferência de tecnologia aos produtores.

Para a Embrapa, a substituição das queimadas pode melhorar a produção e garantir sustentabilidade da agricultura, pelo aumento da reciclagem da biomassa, com melhor disponibilidade de nutrientes e condições de solo favoráveis ao crescimento dos plantios.

Já há algum tempo vêm sendo desenvolvidas na Amazônia Oriental intervenções agrícolas que incluem, na fase de preparado de área, a substituição da prática da derruba e queima pelo corte e trituração, seguido de plantio direto (sobre a biomassa da vegetação triturada), que não compromete nem mesmo as raízes da capoeira, que assim, se regenera mais depressa.

Esse sistema conserva a umidade e a temperatura mais baixa do solo e permite obter safras em períodos diferentes do tradicional, o que garante melhor rendimento, pela oferta de produtos fora do pico da safra, além de contribuir para a redução da incidência de ervas daninhas.

Para pesquisadores da Embrapa, o desempenho eficiente das funções ecológicas dos solos tropicais está relacionado à manutenção e incremento do teor de matéria orgânica no solo, preservado pelo acumulo de palha, ao contrário dos sistemas tradicionais, baseados no intensivo revolvimento do solo, que modifica sua estrutura e, por ação do clima quente e úmido, acelera a decomposição de matéria orgânica, ocasionando queda de produtividade das culturas e a diminuição da sustentabilidade do sistema.

A agricultura de corte e queima é uma tradição milenar entre indígenas e caboclos e considerada uma extraordinária adaptação às condições tropicais, no entanto, a Embrapa considera que os agricultores da Amazônia usam o fogo por não conhecerem alternativas viáveis, que causem menos problemas ao ecossistema da região, sobretudo a degradação do solo.

Fonte: O Liberal

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Jooble Neuvoo