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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Empresas investirão US$ 14,4 bilhões.
Plano de investimentos vai de 2003 até 2012, expandirá florestas e duplicará as exportações. O setor de celulose e papel investirá cerca de US$ 14,4 bilhões nos próximos dez anos. O montante será utilizado para duplicar as exportações de celulose e manter o suprimento pleno da demanda doméstica a partir da expansão das florestas plantadas de pinus e eucalipto, que alimentam a indústria. O financiamento dessa expansão é a base do programa setorial de investimentos apresentado ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa).
O presidente da Associação, Osmar Elias Zogbi, disse acreditar que parte da ampliação do cultivo de florestas plantadas poderá ser feita em propriedades de pequenos e médios produtores. "Estamos estudando junto com o governo e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a implantação de linhas de financiamento específicas para permitir a produtores de pequeno porte complementarem sua renda cedendo espaço ao plantio de eucalipto e pinus", disse o presidente da Bracelpa.
Desde o início do ano, o setor vem anunciando a necessidade de investimento na ampliação da área de florestas plantadas, sob o risco de esgotamento da capacidade de produção. Em fevereiro, um estudo da consultoria paranaense STCP Engenharia de Projetos, levado ao conhecimento do presidente Lula, propôs a ampliação da área plantada de madeira de cinco milhões de hectares para 11 milhões de hectares a fim de evitar, principalmente, a queda no desempenho da balança comercial do setor e minimizar a pressão sobre as florestas nativas.
Outra proposta do estudo é a criação de uma Secretaria de Florestas, no âmbito do Ministério da Agricultura, estabelecendo uma política setorial e trabalhando pela simplificação da legislação do setor. A Bracelpa calcula que o investimento será suficiente para gerar um saldo positivo acumulado na balança comercial do setor da ordem de US$ 30,4 bilhões em 2012, considerando a estimativa de crescimento de 4,5% a 5% ao ano na demanda interna por papel e celulose. No último decênio, fechado em 2002, o acumulado da balança foi de US$ 17,6 bilhões. O programa de investimentos anterior injetou cerca de US$ 12 bilhões no setor.
"Esse programa deve ter início imediato, uma vez que já há crescimento nas importações de madeira e papel de imprensa", declarou Osmar Zogbi. No ano passado, o setor faturou R$ 16,8 bilhões e as exportações brasileiras de papel e celulose somaram US$ 2,1 bilhões, com saldo comercial positivo de US$ 1,5 bilhão. Para 2003, a expectativa da Bracelpa é de US$ 3,1 bilhões em exportações, com superávit de US$ 2,5 bilhões.
O País ocupa o 7 lugar entre os produtores mundiais de celulose, com produção de 8 milhões de toneladas/ano, e o 11 lugar entre produtores de papel, com fabricação de 7,7 milhões de toneladas/ano. A meta do novo programa setorial é dobrar essa produção nos próximos dez anos, para manter o ‘market share’ sem comprometer o abastecimento interno. Com o projeto, a Bracelpa espera também criar 61 mil novos empregos.
De acordo com o presidente da entidade, a capacidade de produção do segmento está prejudicada em função dos custos elevados das terras para plantio e da falta de maior escala de produção em relação aos concorrentes mundiais. Além disso, segundo Zogbi, o elevado custo do capital e a forte incidência tributária no investimento inibem novas inversões produtivas e avanços em tecnologia.
Entretanto, o montante de investimentos anunciado não está dependendo da aprovação da reforma tributária pelo Congresso Nacional, afirmou Zogbi. "A reforma seria um facilitador do investimento", disse. "O montante não deverá ser alterado caso a reforma não passe. Esses investimentos já eram detectados como necessidade básica para manter a participação brasileira no mercado mundial de celulose e papel."
"Queda da Selic é tímida"
O presidente da Associação, Osmar Elias Zogbi, disse que o País também necessita de uma baixa dos juros de varejo e classificou como "tímida" a queda de 1,5 ponto percentual na taxa Selic, anunciada ontem pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). "Essa diminuição deve ter pouco reflexo na indústria de papel e celulose", disse. "Nossa atenção está mais voltada para os juros praticados no varejo, aqueles que atingem o consumidor final e, em última análise, ajudam a determinar o crescimento da demanda interna."
Karla Correia
Fonte: Gazeta
24/jul/03
O presidente da Associação, Osmar Elias Zogbi, disse acreditar que parte da ampliação do cultivo de florestas plantadas poderá ser feita em propriedades de pequenos e médios produtores. "Estamos estudando junto com o governo e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a implantação de linhas de financiamento específicas para permitir a produtores de pequeno porte complementarem sua renda cedendo espaço ao plantio de eucalipto e pinus", disse o presidente da Bracelpa.
Desde o início do ano, o setor vem anunciando a necessidade de investimento na ampliação da área de florestas plantadas, sob o risco de esgotamento da capacidade de produção. Em fevereiro, um estudo da consultoria paranaense STCP Engenharia de Projetos, levado ao conhecimento do presidente Lula, propôs a ampliação da área plantada de madeira de cinco milhões de hectares para 11 milhões de hectares a fim de evitar, principalmente, a queda no desempenho da balança comercial do setor e minimizar a pressão sobre as florestas nativas.
Outra proposta do estudo é a criação de uma Secretaria de Florestas, no âmbito do Ministério da Agricultura, estabelecendo uma política setorial e trabalhando pela simplificação da legislação do setor. A Bracelpa calcula que o investimento será suficiente para gerar um saldo positivo acumulado na balança comercial do setor da ordem de US$ 30,4 bilhões em 2012, considerando a estimativa de crescimento de 4,5% a 5% ao ano na demanda interna por papel e celulose. No último decênio, fechado em 2002, o acumulado da balança foi de US$ 17,6 bilhões. O programa de investimentos anterior injetou cerca de US$ 12 bilhões no setor.
"Esse programa deve ter início imediato, uma vez que já há crescimento nas importações de madeira e papel de imprensa", declarou Osmar Zogbi. No ano passado, o setor faturou R$ 16,8 bilhões e as exportações brasileiras de papel e celulose somaram US$ 2,1 bilhões, com saldo comercial positivo de US$ 1,5 bilhão. Para 2003, a expectativa da Bracelpa é de US$ 3,1 bilhões em exportações, com superávit de US$ 2,5 bilhões.
O País ocupa o 7 lugar entre os produtores mundiais de celulose, com produção de 8 milhões de toneladas/ano, e o 11 lugar entre produtores de papel, com fabricação de 7,7 milhões de toneladas/ano. A meta do novo programa setorial é dobrar essa produção nos próximos dez anos, para manter o ‘market share’ sem comprometer o abastecimento interno. Com o projeto, a Bracelpa espera também criar 61 mil novos empregos.
De acordo com o presidente da entidade, a capacidade de produção do segmento está prejudicada em função dos custos elevados das terras para plantio e da falta de maior escala de produção em relação aos concorrentes mundiais. Além disso, segundo Zogbi, o elevado custo do capital e a forte incidência tributária no investimento inibem novas inversões produtivas e avanços em tecnologia.
Entretanto, o montante de investimentos anunciado não está dependendo da aprovação da reforma tributária pelo Congresso Nacional, afirmou Zogbi. "A reforma seria um facilitador do investimento", disse. "O montante não deverá ser alterado caso a reforma não passe. Esses investimentos já eram detectados como necessidade básica para manter a participação brasileira no mercado mundial de celulose e papel."
"Queda da Selic é tímida"
O presidente da Associação, Osmar Elias Zogbi, disse que o País também necessita de uma baixa dos juros de varejo e classificou como "tímida" a queda de 1,5 ponto percentual na taxa Selic, anunciada ontem pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). "Essa diminuição deve ter pouco reflexo na indústria de papel e celulose", disse. "Nossa atenção está mais voltada para os juros praticados no varejo, aqueles que atingem o consumidor final e, em última análise, ajudam a determinar o crescimento da demanda interna."
Karla Correia
Fonte: Gazeta
24/jul/03
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