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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Ensinando o povo a explorar a riqueza da floresta
Dando prosseguimento à prioridade de seu mandato de lutar pelo desenvolvimento sustentável do Acre, o deputado federal Zico Bronzeado apoiou e está participando diretamente de um dos eventos mais importantes para o futuro da economia do estado. Trata-se do curso de manejo florestal de uso múltiplo, que vem sendo aplicado para trabalhadores extrativistas em 12 dos 22 municípios acreanos, numa parceria do gabinete do deputado com o Conselho Federal do Fundo de Defesa de Direitos Difusos, do Ministério da Justiça, além da Associação Andiroba.
O curso faz parte do projeto “Exploração Ilegal de Madeira em Áreas Protegidas do Acre” e está se revestindo de importância igual aos cursos de sindicalismo que a Contag e os sindicatos de trabalhadores rurais promoveram na década de 80 no Acre para formar a geração de sindicalistas que combateu a derruba da floresta, garantindo que os trabalhadores tivessem direito à terra. Passados mais de 14 anos, o momento agora é de preparar esses trabalhadores e seus descendentes para explorarem de maneira sustentável as riquezas existentes na floresta, que foi defendida até com a vida de muitas pessoas, entre elas as dos sindicalistas Wilson Pinheiro e Chico Mendes.
O curso de manejo florestal de uso múltiplo está formando um exército de 360 especialistas acreanos na produção sustentável de madeira, fármacos, resinas, fauna silvestre, sementes florestais, cosméticos e outros produtos valiosos que podem ser extraídos da floresta, sem necessidade de destruí-la e gerando mais renda para os trabalhadores extrativistas, que já respondem hoje por uma parte significativa da economia do estado. Estão participando do curso, que está preparando parte da mão de obra especializada que o Acre necessitará para consolidar sua economia florestal nos próximos anos, apenas trabalhadores residentes em reservas extrativistas, nos projetos de assentamento extrativistas, nas terras indígenas, no Parque Nacional da Serra do Divisor, na Estação Ecológica do Rio Acre, na Floresta Nacional do Macauã e na Floresta Estadual do Antimary, ou seja, nas chamadas unidades de conservação.
Além de apoiar a elaboração do projeto e acompanhar a sua aprovação em Brasília, o gabinete do deputado Zico Bronzeado, através do assessor Ecio Rodrigues, doutorado em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília, está ajudando a ministrar o curso nos 12 municípios acreanos. “Apoiamos esse curso porque acreditamos que a massificação das técnicas de manejo florestal será indispensável para a transformação produtiva do estado em direção à floresta”, destacou Zico Bronzeado, que tem dedicado o seu mandato para consolidar a economia florestal sustentável do Acre e a integração do estado com os países vizinhos do Peru e da Bolívia.
Segundo o deputado, ao formar os pequenos produtores em manejo florestal, o curso de manejo de uso múltiplo está revivendo nos municípios acreanos o processo de formação política desencadeado na década de 80, quando ocorreram dezenas de cursos sobre sindicalismo. Além de gerarem riquezas para o estado, os cursos de manejo florestal de uso múltiplo vão ajudar, também, a reduzir o desmatamento de sua floresta.
O curso está instruindo os produtores extrativistas em princípios do uso múltiplo das riquezas da floresta e da gestão comunitária de pequenas empresas florestais, com módulos que versam sobre licenciamento ambiental da atividade florestal, sobre princípios de manejo florestal de uso múltiplo e sobre gerenciamento da empresa florestal. Em cada módulo, são distribuídas aos produtores cartilhas e artigos sobre o manejo florestal. Além de palestras, há mostras de vídeo sobre os assuntos específicos do manejo.
Os organizadores acreditam que a massificação das técnicas de manejo florestal de uso múltiplo está se configurando no instrumento adequado de convencimento para que os trabalhadores extrativistas voltem as suas atenções para o recurso de maior importância estratégica existente em sua propriedade, que é a sua área de floresta.
Ao fazer um balanço parcial dos resultados dos cursos ministrados nos municípios de Assis Brasil, Brasiléia, Xapuri e Capixaba, o assessor Ecio Rodrigues assinala que todos eles foram realizados com “muito sucesso”, pois teve a participação decisiva dos sindicatos dos trabalhadores rurais e grande interesse dos 120 trabalhadores extrativistas participantes.
Experiências mostram o sucesso do uso múltiplo da floresta
“A descoberta, por parte dos extrativistas, do potencial da floresta para produção de bens e serviços deixa o produtor com muita expectativa. Por paradoxal que possa parecer, ele sempre viveu no interior da floresta sem atentar para sua potencialidade comercial”, diz o assessor Ecio Rodrigues, ao informar que essa expectativa amplia-se quando são mostradas para os produtores as experiências existentes na Amazônia de manejo florestal comunitário, que em sua maioria já possui licenciamento do Ibama e, em boa parcela, já dispõe, inclusive, do selo verde de certificação ambiental auferido pelo Conselho Internacional de Manejo Florestal (FSC).
Rodrigues destaca, ainda, que a partir das seis experiências do Acre de manejo florestal de uso múltiplo, que são mostradas em detalhes no curso, está sendo recomendado aos produtores participantes que se organizem através de suas entidades para realizarem visitas de intercâmbio nestes locais. Além disso, segundo Rodrigues, a elaboração de material de divulgação das experiências existentes no estado poderia ajudar sobremaneira na compreensão de sua importância pelos produtores, em especial na região do Juruá, onde o deslocamento é mais difícil e mais oneroso.
“A realização de campanhas de divulgação dessas experiências, bem como de visitas de intercâmbio entre os produtores, parece ser o caminho mais curto para a disseminação das técnicas de manejo florestal de uso múltiplo. Quando o extrativista entende que o manejo é uma possibilidade concreta e a seu alcance, a retirada ilegal de madeira reduz-se de maneira significativa”, completa o assessor do deputado Zico Bronzeado.
Os cursos são realizados de maneira interativa e com o uso de materiais de apoio pedagógico, tais como vídeos, cartilhas e transparências. A primeira fase do curso consta de palestra que trata da importância do surgimento da preocupação ambiental no mundo, tendo como base a Conferência de Estocolmo, de 1972, e as implicações dessa preocupação na criação de estruturas públicas e privadas relacionadas com a temática ambiental. Nesta fase, o produtor fica sabendo que nas unidades de conservação de florestas somente o manejo florestal pode ser realizado, pois a atividade da agropecuária sempre vai esbarrar em restrições legais. Sendo assim, na maior parte do Acre, a prática do manejo florestal de uso múltiplo, alem de ser melhor do ponto de vista ambiental e econômico, encontra respaldo na legislação em vigor.
A segunda fase consta da apresentação de um vídeo sobre a perspectiva da economia da Amazônia voltar-se para a potencialidade da floresta, tendo o manejo florestal de uso múltiplo como pacote tecnológico adequado à transformação dessa potencialidade em emprego e renda para todos os estados da região.
A terceira fase do curso trata de nova palestra que dá início às discussões sobre o manejo florestal a partir das experiências existentes na Amazônia. Aí são mostradas quatro experiências de manejo realizadas por cientistas para desmistificar o argumento da falta de informações e duas experiências realizadas por empresários, sendo uma nacional e outra internacional, para desmistificar o argumento de que o manejo é inviável economicamente. Por último, são mostradas seis experiências realizadas pela sociedade civil, em particular no Acre, a fim de desmistificar o argumento de que manejo florestal somente se viabiliza em grandes propriedades. Em seguida, é mostrado um vídeo sobre manejo de fauna e outro sobre marcação e seleção de árvores para manejo.
A discussão acerca do gerenciamento dos projetos de manejo de uso múltiplo é realizada sempre com base na criação e administração de uma associação ou outra entidade de classe. O curso encerra com o trabalhador extrativista sendo levado a realizar um simples sistema de contas para calcular o lucro de uma operação comercial com a venda de castanha.
O curso de capacitação em manejo florestal de uso múltiplo foi ministrado no Vale do Acre nos municípios de Assis Brasil (28/2 a 4/0), de Brasiléia (7 a 11 março), de Xapuri (14 a 18 de março) e Capixaba (28/3 a 01/4). No Vale do Baixo Acre, foi ministrado para os trabalhadores extrativistas de Porto Acre (11 a 15 de abril), está sendo realizado em Acrelândia, de 25 a 29 de abril, e será feito em Rio Branco, de 9 a 13 de maio. No Vale do Purus, o curso será realizado nos municípios de Sena Madureira (11 a 15 de junho) e de Manuel Urbano (18 a 22 de julho). E no Vale do Juruá, o curso será ministrado em Feijó, de 16 a 20 de maio; em Tarauacá, de 13 a 17 de junho; e em Cruzeiro do Sul, de 20 a 24 de junho.
Romerito Aquino
Fonte: Estadão
O curso faz parte do projeto “Exploração Ilegal de Madeira em Áreas Protegidas do Acre” e está se revestindo de importância igual aos cursos de sindicalismo que a Contag e os sindicatos de trabalhadores rurais promoveram na década de 80 no Acre para formar a geração de sindicalistas que combateu a derruba da floresta, garantindo que os trabalhadores tivessem direito à terra. Passados mais de 14 anos, o momento agora é de preparar esses trabalhadores e seus descendentes para explorarem de maneira sustentável as riquezas existentes na floresta, que foi defendida até com a vida de muitas pessoas, entre elas as dos sindicalistas Wilson Pinheiro e Chico Mendes.
O curso de manejo florestal de uso múltiplo está formando um exército de 360 especialistas acreanos na produção sustentável de madeira, fármacos, resinas, fauna silvestre, sementes florestais, cosméticos e outros produtos valiosos que podem ser extraídos da floresta, sem necessidade de destruí-la e gerando mais renda para os trabalhadores extrativistas, que já respondem hoje por uma parte significativa da economia do estado. Estão participando do curso, que está preparando parte da mão de obra especializada que o Acre necessitará para consolidar sua economia florestal nos próximos anos, apenas trabalhadores residentes em reservas extrativistas, nos projetos de assentamento extrativistas, nas terras indígenas, no Parque Nacional da Serra do Divisor, na Estação Ecológica do Rio Acre, na Floresta Nacional do Macauã e na Floresta Estadual do Antimary, ou seja, nas chamadas unidades de conservação.
Além de apoiar a elaboração do projeto e acompanhar a sua aprovação em Brasília, o gabinete do deputado Zico Bronzeado, através do assessor Ecio Rodrigues, doutorado em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília, está ajudando a ministrar o curso nos 12 municípios acreanos. “Apoiamos esse curso porque acreditamos que a massificação das técnicas de manejo florestal será indispensável para a transformação produtiva do estado em direção à floresta”, destacou Zico Bronzeado, que tem dedicado o seu mandato para consolidar a economia florestal sustentável do Acre e a integração do estado com os países vizinhos do Peru e da Bolívia.
Segundo o deputado, ao formar os pequenos produtores em manejo florestal, o curso de manejo de uso múltiplo está revivendo nos municípios acreanos o processo de formação política desencadeado na década de 80, quando ocorreram dezenas de cursos sobre sindicalismo. Além de gerarem riquezas para o estado, os cursos de manejo florestal de uso múltiplo vão ajudar, também, a reduzir o desmatamento de sua floresta.
O curso está instruindo os produtores extrativistas em princípios do uso múltiplo das riquezas da floresta e da gestão comunitária de pequenas empresas florestais, com módulos que versam sobre licenciamento ambiental da atividade florestal, sobre princípios de manejo florestal de uso múltiplo e sobre gerenciamento da empresa florestal. Em cada módulo, são distribuídas aos produtores cartilhas e artigos sobre o manejo florestal. Além de palestras, há mostras de vídeo sobre os assuntos específicos do manejo.
Os organizadores acreditam que a massificação das técnicas de manejo florestal de uso múltiplo está se configurando no instrumento adequado de convencimento para que os trabalhadores extrativistas voltem as suas atenções para o recurso de maior importância estratégica existente em sua propriedade, que é a sua área de floresta.
Ao fazer um balanço parcial dos resultados dos cursos ministrados nos municípios de Assis Brasil, Brasiléia, Xapuri e Capixaba, o assessor Ecio Rodrigues assinala que todos eles foram realizados com “muito sucesso”, pois teve a participação decisiva dos sindicatos dos trabalhadores rurais e grande interesse dos 120 trabalhadores extrativistas participantes.
Experiências mostram o sucesso do uso múltiplo da floresta
“A descoberta, por parte dos extrativistas, do potencial da floresta para produção de bens e serviços deixa o produtor com muita expectativa. Por paradoxal que possa parecer, ele sempre viveu no interior da floresta sem atentar para sua potencialidade comercial”, diz o assessor Ecio Rodrigues, ao informar que essa expectativa amplia-se quando são mostradas para os produtores as experiências existentes na Amazônia de manejo florestal comunitário, que em sua maioria já possui licenciamento do Ibama e, em boa parcela, já dispõe, inclusive, do selo verde de certificação ambiental auferido pelo Conselho Internacional de Manejo Florestal (FSC).
Rodrigues destaca, ainda, que a partir das seis experiências do Acre de manejo florestal de uso múltiplo, que são mostradas em detalhes no curso, está sendo recomendado aos produtores participantes que se organizem através de suas entidades para realizarem visitas de intercâmbio nestes locais. Além disso, segundo Rodrigues, a elaboração de material de divulgação das experiências existentes no estado poderia ajudar sobremaneira na compreensão de sua importância pelos produtores, em especial na região do Juruá, onde o deslocamento é mais difícil e mais oneroso.
“A realização de campanhas de divulgação dessas experiências, bem como de visitas de intercâmbio entre os produtores, parece ser o caminho mais curto para a disseminação das técnicas de manejo florestal de uso múltiplo. Quando o extrativista entende que o manejo é uma possibilidade concreta e a seu alcance, a retirada ilegal de madeira reduz-se de maneira significativa”, completa o assessor do deputado Zico Bronzeado.
Os cursos são realizados de maneira interativa e com o uso de materiais de apoio pedagógico, tais como vídeos, cartilhas e transparências. A primeira fase do curso consta de palestra que trata da importância do surgimento da preocupação ambiental no mundo, tendo como base a Conferência de Estocolmo, de 1972, e as implicações dessa preocupação na criação de estruturas públicas e privadas relacionadas com a temática ambiental. Nesta fase, o produtor fica sabendo que nas unidades de conservação de florestas somente o manejo florestal pode ser realizado, pois a atividade da agropecuária sempre vai esbarrar em restrições legais. Sendo assim, na maior parte do Acre, a prática do manejo florestal de uso múltiplo, alem de ser melhor do ponto de vista ambiental e econômico, encontra respaldo na legislação em vigor.
A segunda fase consta da apresentação de um vídeo sobre a perspectiva da economia da Amazônia voltar-se para a potencialidade da floresta, tendo o manejo florestal de uso múltiplo como pacote tecnológico adequado à transformação dessa potencialidade em emprego e renda para todos os estados da região.
A terceira fase do curso trata de nova palestra que dá início às discussões sobre o manejo florestal a partir das experiências existentes na Amazônia. Aí são mostradas quatro experiências de manejo realizadas por cientistas para desmistificar o argumento da falta de informações e duas experiências realizadas por empresários, sendo uma nacional e outra internacional, para desmistificar o argumento de que o manejo é inviável economicamente. Por último, são mostradas seis experiências realizadas pela sociedade civil, em particular no Acre, a fim de desmistificar o argumento de que manejo florestal somente se viabiliza em grandes propriedades. Em seguida, é mostrado um vídeo sobre manejo de fauna e outro sobre marcação e seleção de árvores para manejo.
A discussão acerca do gerenciamento dos projetos de manejo de uso múltiplo é realizada sempre com base na criação e administração de uma associação ou outra entidade de classe. O curso encerra com o trabalhador extrativista sendo levado a realizar um simples sistema de contas para calcular o lucro de uma operação comercial com a venda de castanha.
O curso de capacitação em manejo florestal de uso múltiplo foi ministrado no Vale do Acre nos municípios de Assis Brasil (28/2 a 4/0), de Brasiléia (7 a 11 março), de Xapuri (14 a 18 de março) e Capixaba (28/3 a 01/4). No Vale do Baixo Acre, foi ministrado para os trabalhadores extrativistas de Porto Acre (11 a 15 de abril), está sendo realizado em Acrelândia, de 25 a 29 de abril, e será feito em Rio Branco, de 9 a 13 de maio. No Vale do Purus, o curso será realizado nos municípios de Sena Madureira (11 a 15 de junho) e de Manuel Urbano (18 a 22 de julho). E no Vale do Juruá, o curso será ministrado em Feijó, de 16 a 20 de maio; em Tarauacá, de 13 a 17 de junho; e em Cruzeiro do Sul, de 20 a 24 de junho.
Romerito Aquino
Fonte: Estadão
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