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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Cenibra revê projeto de nova unidade.
Investimento de US$ 1 bilhão até 2011 pode ser ameaçado por falta de matéria-prima. O provável déficit de matéria-prima, que deve ocorrer nos próximos 10 anos, é o principal entrave para a Celulose Nipo-Brasileira (Cenibra) levar adiante o projeto de uma nova unidade fabril. De acordo com o presidente da empresa. Fernando Henrique da Fonseca, o projeto está orçado em US$ 1 bilhão. Segundo estimativas do setor, os atuais 2 milhões de hectares de eucalipto e pinus que abastecem o setor de celulose e papel - do total de 4,8 milhões de hectares cultivados com essas duas espécies - não serão suficientes para abastecer os fabricantes de papel e celulose até 2013.
A nova unidade, que deve ser integrada à fábrica de Belo Oriente (região leste de Minas Gerais), está prevista para entrar em operação em 2011 e deve dobrar a produção da Cenibra, atualmente em 850 mil toneladas por ano.
"Uma fábrica deste porte é erguida em dois anos, mas não adianta construir a fábrica, já que não existe a madeira. Precisamos depolíticas de incentivo ao plantio de florestas industriais e um tratamento igual ao dispensado à agro-indústria convencional. Isso proporcionaria a entrada de proprietários rurais no negócio", disse Fonseca. Sem matéria-prima disponível no País, a nova unidade contaria com madeira importada do Uruguai, o que elevaria os custos de produção em até 50%.
Setor quer mais incentivos
Diante da necessidade de aumento de produção para pelo menos 4 milhões de hectares num período de dez anos para suprir o setor, a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) apresentará amanhã ao governo federal uma proposta de aumento de produção e de áreas plantadas. "Queremos a criação de uma secretaria exclusiva para lidar com o manejo de florestas industriais. No projeto, as empresas de celulose, que são as maiores cultivadoras de florestas renováveis do Brasil, auxiliariam o produtor rural no plantio da muda, na tecnologia e comprariam toda a produção. Mas é preciso uma desburocratização das atuais leis", disse Fonseca.
O projeto visa a geração de 2 milhões de empregos e dobrar a produção nacional de celulose. "O setor pode investir até US$ 14 bilhões em dez anos no Brasil, caso haja matéria-prima disponível", afirmou o executivo. A Bracelpa estima que é necessário um crescimento de 600 mil hectares plantados por ano para atender a demanda crescente. "Se não forem adotadas políticas de incentivo, as indústrias siderúrgicas e de móveis também devem sofrer com a falta de madeira", afirmou.
No primeiro semestre do ano a Cenibra registrou lucro líquido de R$ 167 milhões, superior ao obtido em todo o ano de 2002 (R$ 120 milhões). A empresa comercializou 403 mil toneladas de celulose, gerando receita líquida de R$ 547 milhões. A previsão para este ano é lucrar R$ 361 milhões, com faturamento de R$ 1,29 bilhão.
O presidente da Cenibra credita o resultado à melhora dos preços internacionais. Para os Estados Unidos, por exemplo, a tonelada de celulose foi negociada a US$ 540 em junho. No mesmo mês do ano passado, a celulose era negociada a US$ 450. "Outro fator que impulsionou as vendas foi a demanda da China. Neste ano poderemos ampliar de 78 mil toneladas para 88 mil toneladas as vendas para Ásia em função desse crescimento", disse.
A Cenibra estima negociar 850 mil toneladas de celulose neste ano, ante as 853 mil toneladas de 2002. A produção de 2002, no entanto, foi de 830 mil toneladas - o restante comercializado veio dos estoques da fábrica. "Mas se produzirmos 860 mil toneladas neste ano venderemos tudo, pois a demanda esta aquecida. Infelizmente, não temos estoques para queimar", disse. Estão previstos investimentos de US$ 58,6 milhões em modernização e manutenção de equipamentos neste ano.
Karlon Aredes
Fonte: Gazeta
22/jul/03
A nova unidade, que deve ser integrada à fábrica de Belo Oriente (região leste de Minas Gerais), está prevista para entrar em operação em 2011 e deve dobrar a produção da Cenibra, atualmente em 850 mil toneladas por ano.
"Uma fábrica deste porte é erguida em dois anos, mas não adianta construir a fábrica, já que não existe a madeira. Precisamos depolíticas de incentivo ao plantio de florestas industriais e um tratamento igual ao dispensado à agro-indústria convencional. Isso proporcionaria a entrada de proprietários rurais no negócio", disse Fonseca. Sem matéria-prima disponível no País, a nova unidade contaria com madeira importada do Uruguai, o que elevaria os custos de produção em até 50%.
Setor quer mais incentivos
Diante da necessidade de aumento de produção para pelo menos 4 milhões de hectares num período de dez anos para suprir o setor, a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) apresentará amanhã ao governo federal uma proposta de aumento de produção e de áreas plantadas. "Queremos a criação de uma secretaria exclusiva para lidar com o manejo de florestas industriais. No projeto, as empresas de celulose, que são as maiores cultivadoras de florestas renováveis do Brasil, auxiliariam o produtor rural no plantio da muda, na tecnologia e comprariam toda a produção. Mas é preciso uma desburocratização das atuais leis", disse Fonseca.
O projeto visa a geração de 2 milhões de empregos e dobrar a produção nacional de celulose. "O setor pode investir até US$ 14 bilhões em dez anos no Brasil, caso haja matéria-prima disponível", afirmou o executivo. A Bracelpa estima que é necessário um crescimento de 600 mil hectares plantados por ano para atender a demanda crescente. "Se não forem adotadas políticas de incentivo, as indústrias siderúrgicas e de móveis também devem sofrer com a falta de madeira", afirmou.
No primeiro semestre do ano a Cenibra registrou lucro líquido de R$ 167 milhões, superior ao obtido em todo o ano de 2002 (R$ 120 milhões). A empresa comercializou 403 mil toneladas de celulose, gerando receita líquida de R$ 547 milhões. A previsão para este ano é lucrar R$ 361 milhões, com faturamento de R$ 1,29 bilhão.
O presidente da Cenibra credita o resultado à melhora dos preços internacionais. Para os Estados Unidos, por exemplo, a tonelada de celulose foi negociada a US$ 540 em junho. No mesmo mês do ano passado, a celulose era negociada a US$ 450. "Outro fator que impulsionou as vendas foi a demanda da China. Neste ano poderemos ampliar de 78 mil toneladas para 88 mil toneladas as vendas para Ásia em função desse crescimento", disse.
A Cenibra estima negociar 850 mil toneladas de celulose neste ano, ante as 853 mil toneladas de 2002. A produção de 2002, no entanto, foi de 830 mil toneladas - o restante comercializado veio dos estoques da fábrica. "Mas se produzirmos 860 mil toneladas neste ano venderemos tudo, pois a demanda esta aquecida. Infelizmente, não temos estoques para queimar", disse. Estão previstos investimentos de US$ 58,6 milhões em modernização e manutenção de equipamentos neste ano.
Karlon Aredes
Fonte: Gazeta
22/jul/03
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