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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Produtores querem mudar a lei que amplia as matas nas propriedades rurais
Cerca de oito mil produtores rurais paranaenses reunidos no sábado (19), em Cascavel (PR), pediram mudanças no novo Código Florestal em discussão no Congresso Nacional. Querem ter voz ativa e aprovaram a “Carta Cascavel”, com reivindicações do setor. O documento será enviado a deputados e senadores. Para eles, a lei é restritiva e dará prejuízo ao setor, sobretudo às pequenas propriedades. O Código prevê 20% da Reserva Legal a ser composta em 30 anos. Ou seja, um quinto da área deverá estar coberta por mata. No Paraná, porém, o prazo dado pelo governo estadual é de 20 anos.
A lei implica em recompor a área florestal em áreas agricultáveis. O presidente da Faep - Federação da Agricultura do Estado do Paraná, Ágide Meneguette, disse que a exigência representa prejuízo. Para ele, a manutenção do texto que trata da Reserva Legal pode inviabilizar a pequena propriedade. A Faep estima que a redução da área destinada à agricultura para a reposição da Reserva Legal causaria perdas de R$ 4 bilhões por ano ao agronegócio do Paraná.
O agricultor Enoir Cristiano Pellizzaro, de Palotina, é favorável à preservação do meio ambiente, mas defende maior liberdade para definir a área verde. O agricultor Salésio Henekemeir, de Toledo, acha que a exigência da trará prejuízo para a sua propriedade de 70 hectares, sendo 60 destinados à agricultura de grãos. Com a reserva, calcula que a medida diminuiria em pelo menos 15% da área agricultável.
A maioria dos agricultores defende a necessidade de se incorporar a Reserva Legal às áreas de matas ciliares, fundamentais para a preservação de rios e nascentes. O senador Osmar Dias (PDT) defende os interesses dos agricultores. Para ele, o novo Código Florestal precisa de alterações para viabilizar as pequenas propriedades. O projeto pode ser votado ainda no primeiro semestre. No Congresso, as alterações no texto estão sendo feitas pela bancada ruralista.
O deputado federal Eduardo Sciarra (PFL) disse que há um interesse da Câmara dos Deputados de colocar logo a matéria em votação. Ele afirmou que a mobilização é importante para mudar a proposta da Medida Provisória 2166-67, que atualiza o Código Florestal brasileiro, cujo relator é o deputado Moacir Michelletto (PMDB).
ONGs apóiam projeto - A mudança no Código Florestal, instituído pela lei 4.771, de 1965, tem o apoio de ONGs - organizações não-governamentais e do Ministério do Meio Ambiente. Para as ONGs, a proposta é necessária e vai estancar a degradação dos recursos naturais. A maior preocupação é o avanço da agricultura no Amazonas e no Cerrado brasileiro. As entidades entendem que a destruição do meio ambiente é conseqüência de práticas antigas responsáveis por crises sociais e ambientais que hoje afligem o país.
Os defensores do projeto argumentam que há evidências científicas suficientes de que queimadas e desmatamentos empobrecem a floresta, influindo diretamente no regime de chuvas, um dos fatores determinantes para o sucesso ou fracasso da produção agrícola. A região Sul do Brasil, celeiro nacional de alimentos, enfrenta uma das piores estiagens dos últimos dez anos.
Fonte: Ambiente Brasil – 22/03/2005
A lei implica em recompor a área florestal em áreas agricultáveis. O presidente da Faep - Federação da Agricultura do Estado do Paraná, Ágide Meneguette, disse que a exigência representa prejuízo. Para ele, a manutenção do texto que trata da Reserva Legal pode inviabilizar a pequena propriedade. A Faep estima que a redução da área destinada à agricultura para a reposição da Reserva Legal causaria perdas de R$ 4 bilhões por ano ao agronegócio do Paraná.
O agricultor Enoir Cristiano Pellizzaro, de Palotina, é favorável à preservação do meio ambiente, mas defende maior liberdade para definir a área verde. O agricultor Salésio Henekemeir, de Toledo, acha que a exigência da trará prejuízo para a sua propriedade de 70 hectares, sendo 60 destinados à agricultura de grãos. Com a reserva, calcula que a medida diminuiria em pelo menos 15% da área agricultável.
A maioria dos agricultores defende a necessidade de se incorporar a Reserva Legal às áreas de matas ciliares, fundamentais para a preservação de rios e nascentes. O senador Osmar Dias (PDT) defende os interesses dos agricultores. Para ele, o novo Código Florestal precisa de alterações para viabilizar as pequenas propriedades. O projeto pode ser votado ainda no primeiro semestre. No Congresso, as alterações no texto estão sendo feitas pela bancada ruralista.
O deputado federal Eduardo Sciarra (PFL) disse que há um interesse da Câmara dos Deputados de colocar logo a matéria em votação. Ele afirmou que a mobilização é importante para mudar a proposta da Medida Provisória 2166-67, que atualiza o Código Florestal brasileiro, cujo relator é o deputado Moacir Michelletto (PMDB).
ONGs apóiam projeto - A mudança no Código Florestal, instituído pela lei 4.771, de 1965, tem o apoio de ONGs - organizações não-governamentais e do Ministério do Meio Ambiente. Para as ONGs, a proposta é necessária e vai estancar a degradação dos recursos naturais. A maior preocupação é o avanço da agricultura no Amazonas e no Cerrado brasileiro. As entidades entendem que a destruição do meio ambiente é conseqüência de práticas antigas responsáveis por crises sociais e ambientais que hoje afligem o país.
Os defensores do projeto argumentam que há evidências científicas suficientes de que queimadas e desmatamentos empobrecem a floresta, influindo diretamente no regime de chuvas, um dos fatores determinantes para o sucesso ou fracasso da produção agrícola. A região Sul do Brasil, celeiro nacional de alimentos, enfrenta uma das piores estiagens dos últimos dez anos.
Fonte: Ambiente Brasil – 22/03/2005
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