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Notícias

22
nov
2005
(GERAL)
A caminho da liderança na celulose
"Somos imbatíveis no custo de produção de celulose, mas quando agregamos os valores da operação de papel é diferente", afirma Ziviani. E acrescenta: "o custo de logística para exportar celulose é um terço em relação ao do papel." Segundo o executivo, um dos problemas é o preço do capital para financiar o papel até chegar ao cliente no exterior. O produto, de um modo geral, tem mais variações de gramatura e outras características e dependem de encomenda, dificultando a manutenção de estoques avançados, instalados nos principais países de destino. "Com isso os prazos para entrega chegam a 3 meses e o comprador precisa 'adivinhar' o trabalho que estará fazendo em três meses. Além disso, o transporte da celulose é mais barato porque pode ser carregado direto no porão dos navios em fardos. "A operação de distribuição também é mais fácil na celulose pois já se sabe exatamente quem são os potenciais clientes", acrescenta Fonseca, da Cenibra. Por isso, a celulose deve ficar com boa parte dos US$ 14,4 bilhões de investimentos planejados pela indústria de celulose e papel até 2012. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), Osmar Zogbi, desde 1993 não há grandes investimentos em novas máquinas de papel no País.

E o custo dessa aplicação exige a colocação de um volume difícil de ser absorvido no mercado. Zogbi diz que se houvesse isonomia com os produtores internacionais a indústria de papel do País poderia conquistar espaço importante no cenário internacional. "Nossos investimentos são onerados por tributos não recuperáveis e o crédito disponível, com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) cobrando spreads de 4,5%, não compatível", afirma o presidente da Bracelpa. No ano passado, devido ao aumento da demanda interna e a falta de capacidade das indústrias para atender aos dois mercados, as fábricas preferiram reduzir os volume de exportação de papel. A queda, segundo a entidade, foi de 1,6% ante o resultado de 2003, com um total de 1,75 milhão de toneladas enviadas ao exterior. Já na celulose houve aumento de cerca de 4% e 4,75 milhões de toneladas foram exportadas. Para este ano a expectativa é de novo crescimento. Zogbi contabiliza um novo aumento de cerca de 7% na produção brasileira de celulose passando das 9,4 milhões de toneladas de 2004 para cerca de 10 milhões de toneladas. A unidade da Veracel Celulose, parceria entre a Aracruz Celulose e a sueco-finlandesa Stora Enso, que inicia operação até junho será uma das principais responsáveis por essa expansão]. Mas outras empresas estão aumentando capacidade. A Suzano vai dobrar a capacidade de produção da Bahia Sul e a Cenibra tem projeto semelhante em aprovação, para gastar US$ 1 bilhão e dobrar a capacidade da fábrica hoje de 960 mil toneladas.

Ripasa, Votorantim Celulose e Papel (VCP) e outras empresas do setor também investem nesse sentido, contando com a firme demanda do mercado internacional. Fora do País também há projetos de aumento de produção em curso. Mas o diretor de negócios internacionais da Suzano acredita que algumas das unidades no exterior poderão sofrer atrasos. São os casos da unidade da Celulose Arauco, do Chile, que precisa de algumas adequações, entre elas ambientais, e de uma unidade para 1 milhão de toneladas anuais a ser instalada na China que precisa de maior área florestal. Para Fonseca, só mesmo o Brasil poderá atrapalhar o próprio crescimento no mercado externo de celulose. O presidente da Cenibra diz que são 60 procedimentos para plantar e colher árvores no Brasil, ainda que sejam de reflorestamento e não nativas. Toda essa burocracia dificulta que a operação seja transferida para terceiros e os grandes donos de florestas são as próprias fábricas já que agricultores não teriam como atender a toda essa exigência. "Se a economia mundial continuar crescendo o Brasil tende a se tornar o principal fornecedor mundial de celulose", afirma Fonseca.

Fonte: Celulose Online – 27/01/2005

Fonte:

Jooble Neuvoo