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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
A soja desmata? Novo estudo amplia a polêmica
O aumento explosivo da área plantada com soja no País a partir de 2000, que passou a crescer a uma média anual de 13,8% ante 3,6%, na década de 1990, está alimentando uma polêmica sobre o desmatamento da Amazônia. De um lado, os ambientalistas responsabilizam a soja pela derrubada da floresta e o avanço da fronteira agrícola. De outro, pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) garantem que ela não tem nada a ver com a derrubada da floresta. No meio, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) diz que não é nem uma coisa nem outra.
Para amparar sua posição, os ambientalistas se valem dos dados preliminares de um estudo que vem sendo realizado pelo Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais (FBOM), na região em torno da BR-163, no médio-norte de Mato Grosso. O objetivo do trabalho é verificar a relação entre a expansão da soja e os desmatamentos na área.
Segundo André Lima, do Instituto Socioambiental (ISA), uma das 19 ONGs que participam da pesquisa, já é possível tirar algumas conclusões, embora o trabalho não esteja pronto. "O que verificamos até agora demonstra que há uma relação direta entre desmatamento recente (menos de três anos) e a expansão agrícola, principalmente da soja", diz.
Para estudar essa relação, o FBOM partiu de uma lista dos 65 maiores desmatamentos ilegais de 2003 (todos acima de 1.300 hectares), obtida no Ministério Público de Mato Grosso. Além desses, foram identificadas, com base em imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), outras áreas grandes desmatadas (mais de mil hectares) na região entre 2000 e 2003. "Depois disso, realizamos dois sobrevôos sobre 31 pontos", conta Lima. "Filmamos e fotografamos todos eles para identificação do uso atual dessas áreas."
O levantamento mostrou que 70% das áreas desmatadas estão sendo usadas para agricultura, 25% para pecuária e o restante para outras culturas ou está abandonado. "Do que está ocupado com agricultura, 55% é de soja e 35%, arroz, que é muito utilizado como cultura antecedente da soja, e o resto para outras culturas", diz Lima. "Verificamos ainda que 17 áreas desmatadas em 2002 e 2003 - 4 e 13, respectivamente - já estavam plantadas com soja ou arroz em 2004."
NO RASTRO DA PECUÁRIA
O trabalho do Ipea é um estudo socioeconômico, baseado em artigos de pesquisadores de várias instituições e reportagens da imprensa. O argumento central é de que o rápido avanço da soja não se deu em áreas virgens, do cerrado ou da Amazônia, mas em pastagens degradadas.
Segundo um dos autores do trabalho, Gervásio Castro de Rezende, é impossível abrir uma área virgem da floresta amazônica e, no mesmo período de tempo, usar essa área nova na produção de soja. "Só uma mágica conseguiria, num período tão curto, de menos de cinco anos, realizar todas as operações envolvidas na conversão de uma área de floresta virgem em área cultivada de soja."
Para ele, os ambientalistas demonizam a soja e esquecem os verdadeiros responsáveis pelos desmatamentos da Amazônia, que são a agricultura itinerante e as madeireiras ilegais. "Eles preferem atacar a soja, que julgam um ícone capitalista, e não pequenos agricultores, que são pobres", diz Rezende. "Não passa de uma questão ideológica."
João Paulo Capobianco, secretário nacional de Biodiversidade e Florestas do MMA, concorda com Rezende quanto ao fato de a soja ocupar áreas de pastagens degradadas. Mas lembra que, assim como a área dela cresceu, o mesmo vem acontecendo com outras culturas e com a pecuária. Para ele, a soja não é a responsável direta pela derrubada da floresta, mas ajuda a intensificá-la. "Os agricultores arrendam as pastagens dos criadores de gado", explica. "Esses, com mais dinheiro, têm melhores condições de abrir novas pastagens. Cerca de 80% dos desmatamentos da Amazônia são feitos pela pecuária."
O PAPEL DA SOJA
CULPADA: Para os ambientalistas, a soja tem responsabilidade direta nos desmatamentos da Amazônia, pois novas áreas de florestas estão sendo derrubadas para dar lugar a seu cultivo.
INOCENTE: Pesquisadores do Ipea afirmam, no entanto, que o avanço de suas lavouras se dá sobre as áreas de pastagens degradadas e não sobre as matas.
Fonte: Amazônia.org.br – 21/01/2005
Para amparar sua posição, os ambientalistas se valem dos dados preliminares de um estudo que vem sendo realizado pelo Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais (FBOM), na região em torno da BR-163, no médio-norte de Mato Grosso. O objetivo do trabalho é verificar a relação entre a expansão da soja e os desmatamentos na área.
Segundo André Lima, do Instituto Socioambiental (ISA), uma das 19 ONGs que participam da pesquisa, já é possível tirar algumas conclusões, embora o trabalho não esteja pronto. "O que verificamos até agora demonstra que há uma relação direta entre desmatamento recente (menos de três anos) e a expansão agrícola, principalmente da soja", diz.
Para estudar essa relação, o FBOM partiu de uma lista dos 65 maiores desmatamentos ilegais de 2003 (todos acima de 1.300 hectares), obtida no Ministério Público de Mato Grosso. Além desses, foram identificadas, com base em imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), outras áreas grandes desmatadas (mais de mil hectares) na região entre 2000 e 2003. "Depois disso, realizamos dois sobrevôos sobre 31 pontos", conta Lima. "Filmamos e fotografamos todos eles para identificação do uso atual dessas áreas."
O levantamento mostrou que 70% das áreas desmatadas estão sendo usadas para agricultura, 25% para pecuária e o restante para outras culturas ou está abandonado. "Do que está ocupado com agricultura, 55% é de soja e 35%, arroz, que é muito utilizado como cultura antecedente da soja, e o resto para outras culturas", diz Lima. "Verificamos ainda que 17 áreas desmatadas em 2002 e 2003 - 4 e 13, respectivamente - já estavam plantadas com soja ou arroz em 2004."
NO RASTRO DA PECUÁRIA
O trabalho do Ipea é um estudo socioeconômico, baseado em artigos de pesquisadores de várias instituições e reportagens da imprensa. O argumento central é de que o rápido avanço da soja não se deu em áreas virgens, do cerrado ou da Amazônia, mas em pastagens degradadas.
Segundo um dos autores do trabalho, Gervásio Castro de Rezende, é impossível abrir uma área virgem da floresta amazônica e, no mesmo período de tempo, usar essa área nova na produção de soja. "Só uma mágica conseguiria, num período tão curto, de menos de cinco anos, realizar todas as operações envolvidas na conversão de uma área de floresta virgem em área cultivada de soja."
Para ele, os ambientalistas demonizam a soja e esquecem os verdadeiros responsáveis pelos desmatamentos da Amazônia, que são a agricultura itinerante e as madeireiras ilegais. "Eles preferem atacar a soja, que julgam um ícone capitalista, e não pequenos agricultores, que são pobres", diz Rezende. "Não passa de uma questão ideológica."
João Paulo Capobianco, secretário nacional de Biodiversidade e Florestas do MMA, concorda com Rezende quanto ao fato de a soja ocupar áreas de pastagens degradadas. Mas lembra que, assim como a área dela cresceu, o mesmo vem acontecendo com outras culturas e com a pecuária. Para ele, a soja não é a responsável direta pela derrubada da floresta, mas ajuda a intensificá-la. "Os agricultores arrendam as pastagens dos criadores de gado", explica. "Esses, com mais dinheiro, têm melhores condições de abrir novas pastagens. Cerca de 80% dos desmatamentos da Amazônia são feitos pela pecuária."
O PAPEL DA SOJA
CULPADA: Para os ambientalistas, a soja tem responsabilidade direta nos desmatamentos da Amazônia, pois novas áreas de florestas estão sendo derrubadas para dar lugar a seu cultivo.
INOCENTE: Pesquisadores do Ipea afirmam, no entanto, que o avanço de suas lavouras se dá sobre as áreas de pastagens degradadas e não sobre as matas.
Fonte: Amazônia.org.br – 21/01/2005
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