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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Madeira é ou não agronegócio?
Semelhante a uma história shakespeariana, a madeira vive um to be or not to be interessante. O setor florestal vive uma crise de identidade quanto à sua vinculação produtiva. Para as boas notícias - contribuição para a balança comercial, geração de empregos e outras - faz parte do agronegócio. Para as más notícias é um setor a parte, sob a tutela do Ministério do Meio Ambiente.
Sem uma política de desenvolvimento e estímulo à produção, a indústria madeireira fica como uma nau sem rumo, buscando aportar aqui e ali, para dar seguimento à sua missão de gerar riquezas e alimentar outros elos da cadeia produtiva, como a indústria siderúrgica.
Todos sabemos quão importante as florestas e a sua indústria são no dia-a-dia das pessoas. Desde o nascimento, já descansamos e vivemos os primeiros anos num berço de madeira. O passar do tempo nos trouxe o quadrado ou um pequeno cercado, também de madeira. Isto sem falar de alguns brinquedos, das primeiras aulas, os primeiros desenhos, as primeiras letras registradas com lápis sobre folhas de papel, todos originários de uma árvore.
A vida segue e a madeira, beneficiada de diversas formas, faz parte do cotidiano, seja em casa, seja no escritório. Observemos apenas quantas vezes abrimos e fechamos portas ou sentamos à mesa para almoço e jantar.
Porém, a renovação é fundamental. Como ser vivo, as árvores têm infância, juventude, maturidade, envelhecimento e morte. Corretamente manejada a floresta produtiva é útil ao meio ambiente e ao homem. Até o churrasco de fim de semana, preparado a muita descontração, tem no carvão um uso normal.
Atualmente, mais da metade dos municípios brasileiros dependem economicamente da madeira. Diferente do petróleo, a floresta produtiva adequadamente manejada é inesgotável. Até mesmo quando se fala em energia alternativa para processar as safras agrícolas se depende em grande parte de madeira.
A dimensão da área florestal brasileira supera muitos países somados. Precisamos pensar que no lugar de uma árvore derrubada nascerá outra, como numa semeadura, após uma colheita de qualquer item agrícola. Assim, se a vida continua, a floresta produtiva manejada pelo homem se renova a cada dia, dando a todos que, direta ou indiretamente dela dependem, a certeza de um mundo melhor.
Se no final de nossas vidas, às vezes precisamos de uma bengala, o último trajeto é, geralmente, feito num caixão de madeira. A madeira, produzida em nossas florestas, é companheira do início ao fim.
Na realidade não existe nada de ruim em considerar o setor florestal como parte do agronegócio. Se a indústria florestal não tem neste momento com quem dialogar no governo, talvez seja mesmo melhor vinculá-la ao Ministério da Agricultura. Somente precisamos definir: somos ou não parte do agronegócio, o "sucesso brasileiro" neste momento!
Aliás, há alguns dias, aquele Ministério considerou o setor florestal como parte das exportações daquele negócio. Apontando um crescimento de 44,3%, as vendas externas a partir das florestas encontram-se entre os produtos considerados como agronegócio que mais cresceram ao longo de 2004. Tal evolução esteve acima da maioria dos outros produtos como o açúcar e álcool, papel e celulose, café, algodão, fumo e tabaco, e complexo soja. Aos produtos florestais devemos ainda adicionar a borracha natural cujas exportações cresceram significativamente.
É bom portanto lembrar que, se no ano passado o segmento agronegócio exportou US$ 39 bilhões, os itens florestais tiveram uma contribuição importante. Com cerca de US$ 3,8 bilhões exportados eles contribuíram com quase 10% das exportações do total nacional do setor, ficando em terceiro lugar.
Na realidade, se os produtos proveniente das florestas tivessem as mesmas prerrogativas dada ao setor agrícola a participação poderia ser maior. Talvez seja a hora de convidá-lo a participar "de fato e de direito" do agronegócio.
Outra alternativa seria um Ministério de Florestas, a exemplo do que existe na Finlândia e outros países. Aliás, uma sugestão feita pelo Governador do Acre, Jorge Viana, durante o 2º Congresso Internacional de Produtos de Madeira de Reflorestamento, realizado em Curitiba, em dezembro.
Fonte: Ambiente Brasil – 17/01/2005
Sem uma política de desenvolvimento e estímulo à produção, a indústria madeireira fica como uma nau sem rumo, buscando aportar aqui e ali, para dar seguimento à sua missão de gerar riquezas e alimentar outros elos da cadeia produtiva, como a indústria siderúrgica.
Todos sabemos quão importante as florestas e a sua indústria são no dia-a-dia das pessoas. Desde o nascimento, já descansamos e vivemos os primeiros anos num berço de madeira. O passar do tempo nos trouxe o quadrado ou um pequeno cercado, também de madeira. Isto sem falar de alguns brinquedos, das primeiras aulas, os primeiros desenhos, as primeiras letras registradas com lápis sobre folhas de papel, todos originários de uma árvore.
A vida segue e a madeira, beneficiada de diversas formas, faz parte do cotidiano, seja em casa, seja no escritório. Observemos apenas quantas vezes abrimos e fechamos portas ou sentamos à mesa para almoço e jantar.
Porém, a renovação é fundamental. Como ser vivo, as árvores têm infância, juventude, maturidade, envelhecimento e morte. Corretamente manejada a floresta produtiva é útil ao meio ambiente e ao homem. Até o churrasco de fim de semana, preparado a muita descontração, tem no carvão um uso normal.
Atualmente, mais da metade dos municípios brasileiros dependem economicamente da madeira. Diferente do petróleo, a floresta produtiva adequadamente manejada é inesgotável. Até mesmo quando se fala em energia alternativa para processar as safras agrícolas se depende em grande parte de madeira.
A dimensão da área florestal brasileira supera muitos países somados. Precisamos pensar que no lugar de uma árvore derrubada nascerá outra, como numa semeadura, após uma colheita de qualquer item agrícola. Assim, se a vida continua, a floresta produtiva manejada pelo homem se renova a cada dia, dando a todos que, direta ou indiretamente dela dependem, a certeza de um mundo melhor.
Se no final de nossas vidas, às vezes precisamos de uma bengala, o último trajeto é, geralmente, feito num caixão de madeira. A madeira, produzida em nossas florestas, é companheira do início ao fim.
Na realidade não existe nada de ruim em considerar o setor florestal como parte do agronegócio. Se a indústria florestal não tem neste momento com quem dialogar no governo, talvez seja mesmo melhor vinculá-la ao Ministério da Agricultura. Somente precisamos definir: somos ou não parte do agronegócio, o "sucesso brasileiro" neste momento!
Aliás, há alguns dias, aquele Ministério considerou o setor florestal como parte das exportações daquele negócio. Apontando um crescimento de 44,3%, as vendas externas a partir das florestas encontram-se entre os produtos considerados como agronegócio que mais cresceram ao longo de 2004. Tal evolução esteve acima da maioria dos outros produtos como o açúcar e álcool, papel e celulose, café, algodão, fumo e tabaco, e complexo soja. Aos produtos florestais devemos ainda adicionar a borracha natural cujas exportações cresceram significativamente.
É bom portanto lembrar que, se no ano passado o segmento agronegócio exportou US$ 39 bilhões, os itens florestais tiveram uma contribuição importante. Com cerca de US$ 3,8 bilhões exportados eles contribuíram com quase 10% das exportações do total nacional do setor, ficando em terceiro lugar.
Na realidade, se os produtos proveniente das florestas tivessem as mesmas prerrogativas dada ao setor agrícola a participação poderia ser maior. Talvez seja a hora de convidá-lo a participar "de fato e de direito" do agronegócio.
Outra alternativa seria um Ministério de Florestas, a exemplo do que existe na Finlândia e outros países. Aliás, uma sugestão feita pelo Governador do Acre, Jorge Viana, durante o 2º Congresso Internacional de Produtos de Madeira de Reflorestamento, realizado em Curitiba, em dezembro.
Fonte: Ambiente Brasil – 17/01/2005
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