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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Banco Mundial amplia emissões de carbono
O Banco Mundial (Bird) aumentou o investimento em projetos de energia baseada na queima de combustíveis fósseis desde a Eco-92, encontro ambiental sediado no Rio de Janeiro em 1992. A afirmação é feita em relatório do Instituto de Estudos Políticos, ONG sediada nos EUA, e divulgado durante a COP-10 (10ª Conferência das Partes da Convenção do Clima da ONU), que aconteceu na Argentina.
Os autores disseram ter se baseado em dados do próprio organismo divulgados ao longo da última década. Segundo eles, o grupo investiu US$ 28,5 bilhões em programas que incluem a extração de combustíveis fósseis (como o petróleo), usinas de energia baseadas no uso de tais fontes e reformas no setor desde 1992. Seria aprovado, dizem, financiamento para um projeto do setor a cada duas semanas.
A queima de tais combustíveis é um dos principais produtores de gases-estufa, como o dióxido de carbono ou gás carbônico, ligados às mudanças climáticas. Vallette credita a tendência de financiamento à pressão exercida pelos EUA, país que consome 25% do óleo do mundo.
No mesmo período, o investimento em projetos que priorizam a produção limpa de energia totalizou em US$ 6 bilhões ao longo de 15 anos, segundo um documento do próprio banco distribuído numa conferência internacional em Bonn, na Alemanha, sobre energia renovável. O relatório indica que nem todos os projetos do gênero podem ser considerados "limpos", pois haveria múltiplos componentes integrando o plano, dos quais poucos prevêem a fonte renovável de energia.
Para Jim Vallette, principal autor da análise, há uma incoerência sobre como o Bird se coloca para a comunidade internacional preocupada com as conseqüências do aquecimento global e seus reais interesses. "O Banco Mundial saiu da ECO-92 como o grande financiador de projetos que visam a produção de energia renovável, mas o maior investimento é feito em programas de carbono".
Vallette defende que o Bird seja proibido de participar de quaisquer planos de desenvolvimento ligados ao Protocolo de Kyoto, acordo global que prevê a redução da emissão de gases-estufa a partir de fevereiro de 2005. "Depende dos negociadores internacionais colocar o Banco Mundial para fora das negociações".
MDL
O Banco Mundial tem surgido, nos últimos dois anos, como um dos principais captadores de investidores para projetos de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), como a comercialização de créditos de carbono.
O mercado, atrelado à entrada em vigor do protocolo, prevê que países ricos que possuem metas de redução de emissões podem compensar seus excessos adquirindo cotas de ações não-poluentes de países em desenvolvimento, entre eles o Brasil.
Calcula-se que o setor movimente cerca de US$ 400 milhões durante a vigência do primeiro período do protocolo, que vai até 2012, caso o preço da tonelada de carbono chegue a US$ 10 - hoje ela é negociada a US$ 4.
Os representantes do Banco Mundial na COP-10 não foram localizados pela reportagem até o fechamento desta edição.
Festa
As ONGs presentes na COP-10 organizaram uma festa para os participantes da conferência. Todos eram bem-vindos, com exceção dos representantes de países que não ratificaram o Protocolo de Kyoto ou deixaram de apresentar, nos últimos anos, políticas ambientais com vista na redução dos impactos da mudança climática.
Fonte: Celulose Online – 17/01/2005
Os autores disseram ter se baseado em dados do próprio organismo divulgados ao longo da última década. Segundo eles, o grupo investiu US$ 28,5 bilhões em programas que incluem a extração de combustíveis fósseis (como o petróleo), usinas de energia baseadas no uso de tais fontes e reformas no setor desde 1992. Seria aprovado, dizem, financiamento para um projeto do setor a cada duas semanas.
A queima de tais combustíveis é um dos principais produtores de gases-estufa, como o dióxido de carbono ou gás carbônico, ligados às mudanças climáticas. Vallette credita a tendência de financiamento à pressão exercida pelos EUA, país que consome 25% do óleo do mundo.
No mesmo período, o investimento em projetos que priorizam a produção limpa de energia totalizou em US$ 6 bilhões ao longo de 15 anos, segundo um documento do próprio banco distribuído numa conferência internacional em Bonn, na Alemanha, sobre energia renovável. O relatório indica que nem todos os projetos do gênero podem ser considerados "limpos", pois haveria múltiplos componentes integrando o plano, dos quais poucos prevêem a fonte renovável de energia.
Para Jim Vallette, principal autor da análise, há uma incoerência sobre como o Bird se coloca para a comunidade internacional preocupada com as conseqüências do aquecimento global e seus reais interesses. "O Banco Mundial saiu da ECO-92 como o grande financiador de projetos que visam a produção de energia renovável, mas o maior investimento é feito em programas de carbono".
Vallette defende que o Bird seja proibido de participar de quaisquer planos de desenvolvimento ligados ao Protocolo de Kyoto, acordo global que prevê a redução da emissão de gases-estufa a partir de fevereiro de 2005. "Depende dos negociadores internacionais colocar o Banco Mundial para fora das negociações".
MDL
O Banco Mundial tem surgido, nos últimos dois anos, como um dos principais captadores de investidores para projetos de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), como a comercialização de créditos de carbono.
O mercado, atrelado à entrada em vigor do protocolo, prevê que países ricos que possuem metas de redução de emissões podem compensar seus excessos adquirindo cotas de ações não-poluentes de países em desenvolvimento, entre eles o Brasil.
Calcula-se que o setor movimente cerca de US$ 400 milhões durante a vigência do primeiro período do protocolo, que vai até 2012, caso o preço da tonelada de carbono chegue a US$ 10 - hoje ela é negociada a US$ 4.
Os representantes do Banco Mundial na COP-10 não foram localizados pela reportagem até o fechamento desta edição.
Festa
As ONGs presentes na COP-10 organizaram uma festa para os participantes da conferência. Todos eram bem-vindos, com exceção dos representantes de países que não ratificaram o Protocolo de Kyoto ou deixaram de apresentar, nos últimos anos, políticas ambientais com vista na redução dos impactos da mudança climática.
Fonte: Celulose Online – 17/01/2005
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