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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
A força das exportações
Os números do comércio exterior de 2004 são uma coleção de recordes que merecem comemoração. No entanto, mais importante é o que há por trás deles: a mudança de qualidade da economia brasileira.
As exportações de 2004 alcançaram a marca dos US$ 96,5 bilhões, 32% mais altas do que as de 2003; as importações chegaram a US$ 73,1 bilhões, ou 30% maiores. Ainda não há números definitivos sobre o quanto as exportações pesaram na renda total do País porque as contas nacionais, que medem o PIB, ainda não estão calculadas. Mas as indicações são de que essa participação tenha aumentado.
Os cálculos da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento avaliam que, em 2004, atingiram 26,6%, 2 pontos porcentuais acima dos 24,6% alcançados em 2003. Isso reforça o diagnóstico de que as exportações vêm tendo na reativação da produção um papel mais importante do que o mercado interno. É o setor exportador puxando o consumo interno.
O volume exportado de US$ 96,5 bilhões reforça o fluxo de caixa do Brasil. E isso, por sua vez, reduz a vulnerabilidade externa, ou seja, melhora a capacidade nacional de pagamento da dívida externa. A dívida líquida (descontados os créditos) em moeda estrangeira do País deverá ter fechado o ano à altura dos US$ 200 bilhões.
Isso significa que, apenas com as receitas com exportações, o País pode fazer caixa para pagar quase metade dessa dívida. Há um ano, não cobririam mais do que um terço desse passivo. E à medida que melhora o faturamento do País em dólares, maiores deverão ser o crédito externo e a disposição das empresas estrangeiras em investir na economia brasileira.
Antes de avaliar melhor as exportações, convém examinar a corrente de comércio, que soma exportações e importações. Em 2004, foi de US$ 159,3 bilhões, ou 31,2% acima da ocorrida em 2003. O conceito de corrente do comércio indica o grau de abertura da economia à globalização e ao fluxo internacional de mercadorias e serviços.
No ano 2000, o comércio exterior brasileiro não alcançava mais do que o equivalente a 23% do PIB. Ao final de 2005, deve ter atingido perto de 30%. Uma economia mais exposta ao fluxo comercial absorve mais tecnologia e tem mais condição de se modernizar e de enfrentar as duras negociações comerciais. Isso explica em parte as crescentes pressões dos produtores brasileiros por mais acordos comerciais e por maior acesso aos mercados dos países ricos.
Aí vão quatro observações sobre as exportações que, em síntese, mostram que o produtor brasileiro não está mais tão dependente do mercado interno; ele está cada vez mais plugado no mercado internacional:
1) Ao contrário do que tanta gente vem dizendo, não é o agronegócio que está empurrando as exportações. O segmento dos manufaturados corresponde a nada menos que 54,9% do total exportado, ligeiramente superior aos 54,3% do ano anterior. É verdade que aí estão alguns produtos ligados ao agronegócio, como açúcar refinado e suco de laranja. Mas a maior densidade dessa faixa são mesmo produtos da indústria de transformação. Em 2004, o país do café exportou 3,2 vezes mais veículos (US$ 5,5 bilhões) do que café em grão (US$ 1,7 bilhão). Apenas em materiais de transporte (veículos, aviões, navios e autopeças), as exportações alcançaram US$ 16 bilhões, um volume 50,9% superior ao do ano passado, quase três vezes mais do que soja em grão.
2) O tombo do dólar ainda não derrubou as exportações. O vigor dos embarques de manufaturados, segmento bem mais sensível às oscilações do câmbio, mostra que a valorização do real diante do dólar, de 7,5% em 12 meses, não parece ter provocado estragos. O principal mercado brasileiro ainda é a União Européia para onde vai um quarto das exportações. Lá a moeda é o euro, diante do qual o real teve uma desvalorização de 0,5%.
3) Também não é verdade que o crescimento da China explica a força das vendas brasileiras. O total das exportações para a China foi de US$ 5,4 bilhões (5,6% do total), inferior às exportações para a Argentina, de US$ 7,4 bilhões (7,6% do total).
4) Há uma notória diversificação das exportações brasileiras. Nada menos que 1,7 mil itens mostraram crescimento de mais de 100% em relação às exportações de 2003. Apenas nessa faixa, as exportações subiram de US$ 3 bilhões em 2003 para US$ 9,4 bilhões em 2004.
Sobre o aumento das importações, dá para dizer que é bem-vindo porque não está concentrado em bens de consumo. Ao contrário, as matérias-primas e bens intermediários corresponderam a 53,4% do total importado. E as máquinas, a 19,3%.
O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, está prevendo para as exportações deste ano um crescimento de 12%, para um total de US$ 108 bilhões. Parece uma projeção conservadora. Mesmo se for apenas isso, haverá também muito a comemorar.
Fonte: OESP – 05/01/2005
As exportações de 2004 alcançaram a marca dos US$ 96,5 bilhões, 32% mais altas do que as de 2003; as importações chegaram a US$ 73,1 bilhões, ou 30% maiores. Ainda não há números definitivos sobre o quanto as exportações pesaram na renda total do País porque as contas nacionais, que medem o PIB, ainda não estão calculadas. Mas as indicações são de que essa participação tenha aumentado.
Os cálculos da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento avaliam que, em 2004, atingiram 26,6%, 2 pontos porcentuais acima dos 24,6% alcançados em 2003. Isso reforça o diagnóstico de que as exportações vêm tendo na reativação da produção um papel mais importante do que o mercado interno. É o setor exportador puxando o consumo interno.
O volume exportado de US$ 96,5 bilhões reforça o fluxo de caixa do Brasil. E isso, por sua vez, reduz a vulnerabilidade externa, ou seja, melhora a capacidade nacional de pagamento da dívida externa. A dívida líquida (descontados os créditos) em moeda estrangeira do País deverá ter fechado o ano à altura dos US$ 200 bilhões.
Isso significa que, apenas com as receitas com exportações, o País pode fazer caixa para pagar quase metade dessa dívida. Há um ano, não cobririam mais do que um terço desse passivo. E à medida que melhora o faturamento do País em dólares, maiores deverão ser o crédito externo e a disposição das empresas estrangeiras em investir na economia brasileira.
Antes de avaliar melhor as exportações, convém examinar a corrente de comércio, que soma exportações e importações. Em 2004, foi de US$ 159,3 bilhões, ou 31,2% acima da ocorrida em 2003. O conceito de corrente do comércio indica o grau de abertura da economia à globalização e ao fluxo internacional de mercadorias e serviços.
No ano 2000, o comércio exterior brasileiro não alcançava mais do que o equivalente a 23% do PIB. Ao final de 2005, deve ter atingido perto de 30%. Uma economia mais exposta ao fluxo comercial absorve mais tecnologia e tem mais condição de se modernizar e de enfrentar as duras negociações comerciais. Isso explica em parte as crescentes pressões dos produtores brasileiros por mais acordos comerciais e por maior acesso aos mercados dos países ricos.
Aí vão quatro observações sobre as exportações que, em síntese, mostram que o produtor brasileiro não está mais tão dependente do mercado interno; ele está cada vez mais plugado no mercado internacional:
1) Ao contrário do que tanta gente vem dizendo, não é o agronegócio que está empurrando as exportações. O segmento dos manufaturados corresponde a nada menos que 54,9% do total exportado, ligeiramente superior aos 54,3% do ano anterior. É verdade que aí estão alguns produtos ligados ao agronegócio, como açúcar refinado e suco de laranja. Mas a maior densidade dessa faixa são mesmo produtos da indústria de transformação. Em 2004, o país do café exportou 3,2 vezes mais veículos (US$ 5,5 bilhões) do que café em grão (US$ 1,7 bilhão). Apenas em materiais de transporte (veículos, aviões, navios e autopeças), as exportações alcançaram US$ 16 bilhões, um volume 50,9% superior ao do ano passado, quase três vezes mais do que soja em grão.
2) O tombo do dólar ainda não derrubou as exportações. O vigor dos embarques de manufaturados, segmento bem mais sensível às oscilações do câmbio, mostra que a valorização do real diante do dólar, de 7,5% em 12 meses, não parece ter provocado estragos. O principal mercado brasileiro ainda é a União Européia para onde vai um quarto das exportações. Lá a moeda é o euro, diante do qual o real teve uma desvalorização de 0,5%.
3) Também não é verdade que o crescimento da China explica a força das vendas brasileiras. O total das exportações para a China foi de US$ 5,4 bilhões (5,6% do total), inferior às exportações para a Argentina, de US$ 7,4 bilhões (7,6% do total).
4) Há uma notória diversificação das exportações brasileiras. Nada menos que 1,7 mil itens mostraram crescimento de mais de 100% em relação às exportações de 2003. Apenas nessa faixa, as exportações subiram de US$ 3 bilhões em 2003 para US$ 9,4 bilhões em 2004.
Sobre o aumento das importações, dá para dizer que é bem-vindo porque não está concentrado em bens de consumo. Ao contrário, as matérias-primas e bens intermediários corresponderam a 53,4% do total importado. E as máquinas, a 19,3%.
O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, está prevendo para as exportações deste ano um crescimento de 12%, para um total de US$ 108 bilhões. Parece uma projeção conservadora. Mesmo se for apenas isso, haverá também muito a comemorar.
Fonte: OESP – 05/01/2005
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