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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Internet supera jornais em credibilidade
Editores do jornal Washington Post estão desenvolvendo uma série de estudos sobre o comportamento de leitores potenciais com idade inferior a 45 anos, para tentar entender porque eles deixaram de renovar suas assinaturas ou porque se recusam a assinar o diário mais importante da capital dos Estados Unidos.
Os resultados são surpreendentes, pelo grande número de pessoas que demonstram simplesmente não ver utilidade em um jornal de papel. Mas o que realmente assombrou o grupo de profissionais encarregados do estudo foi a reação de um jovem advogado recém-formado, que, segundo o editor Keith Harriston, se tornou o símbolo do projeto: apresentado a um exemplar do Post, ele se atrapalhou completamente, declarou não saber como as informações estavam organizadas e simplesmente não tinha idéia do que significava a página de editoriais.
O Washington Post vai continuar a pesquisa até pelo menos o final do ano, porque precisa entender as razões pelas quais está se tornando mais difícil conquistar leitores nos grupos que tradicionalmente formam o mercado potencial do diário.
A fuga de leitores se agravou neste ano na imprensa americana, ao ponto de pelo menos três jornais – Newsday, Hoy e Chicago Sun-Times – terem admitido, nos últimos meses, que haviam inflado seus números de circulação.
Segundo o professor Adam Penenberg, diretor de Reportagem Econômica e de Negócios do Departamento de Jornalismo da Universidade de Nova York, os jornais tradicionais têm motivos de sobra para preocupação. Uma pesquisa da Online Publishers Association (www.online-publishers.org), comentada na semana passada por Penenberg, revela que a internet está ocupando de forma avassaladora o tempo antes destinado pelos cidadãos à leitura de jornais e revistas e reduzindo até mesmo a disponibilidade para assistir televisão. O mais importante: pela primeira vez, os noticiosos online superam os meios tradicionais em termos de credibilidade.
Mais tempo na rede
Os números que surpreendem o acadêmico indicam que 52% dos jovens com idade entre 18 e 24 anos estão dedicando mais tempo à internet neste ano do que em 2003. Os índices não são muito diferentes para outras faixas etárias: 44% das pessoas com idades entre 35 e 44 anos e 42% de 45 a 54 anos declararam que aumentaram o uso da internet.
O estudo revela que a internet é o único meio que tem conquistado mais tempo dos leitores e espectadores. Quando querem informação, 73% dos americanos de todas as faixas etárias pesquisadas preferem a internet, enquanto 48% escolhem revistas e apenas 35% declaram ainda preferir os jornais.
A TV é majoritariamente associada a entretenimento e relaxamento, embora apresente razoável grau de credibilidade, por veicular imagens diretas dos fatos.
Outro aspecto interessante, e, segundo Penenberg, desanimador para a necessidade dos jornais de conquistar leitores jovens, é a questão da credibilidade. Pela primeira vez desde que o estudo é realizado, a internet aparece como fonte confiável de informações para todas as faixas de idade pesquisadas, superando a credibilidade dos jornais entre os leitores com até 44 anos.
Quanto à eficiência das informações "utilitárias", como dicas de produtos e serviços, a internet supera em muito os jornais e revistas. É a primeira escolha para 96% dos consultados, contra 2% que preferem buscar esse tipo de informação em revistas e apenas 1% que esperam essa função dos jornais.
Quanto à diferença de conforto entre a leitura do papel e na tela, mais de 80% (81% nas faixas de 45 a 54 anos, 83% entre 25 e 34 e 85% entre 18 e 24 anos) já admitem que ler reportagens na tela é igual ou melhor do que ler no papel.
Leque de escolhas
O estudo mostra que se reduz progressivamente a diferença de atitude entre as gerações frente à internet. Os hábitos revelam, como é de se esperar, mais agilidade dos mais jovens, mas a grande maioria já aprendeu a definir suas escolhas quanto às funções tradicionais do jornal e da revista na internet.
Um número significativo prefere um pout-pourri de fontes, compondo cada um seu jornal, formado por uma variedade de títulos.
Uma das vantagens apontadas por grande número de consultados é justamente a diversidade oferecida na internet, versus a homogeneidade que se encontra em cada jornal ou revista. Esse talvez seja o principal desafio que a tecnologia apresenta para a mídia tradicional.
Com o crescimento do acesso em banda larga, um contingente cada vez maior de pessoas passa a ter a possibilidade da escolha. Fica progressivamente mais complicado impor uma visão única dos fatos. Agora que a internet rompeu a barreira da credibilidade, o céu é o limite.
Fonte: Observatório da Imprensa – 05/01/2005
Os resultados são surpreendentes, pelo grande número de pessoas que demonstram simplesmente não ver utilidade em um jornal de papel. Mas o que realmente assombrou o grupo de profissionais encarregados do estudo foi a reação de um jovem advogado recém-formado, que, segundo o editor Keith Harriston, se tornou o símbolo do projeto: apresentado a um exemplar do Post, ele se atrapalhou completamente, declarou não saber como as informações estavam organizadas e simplesmente não tinha idéia do que significava a página de editoriais.
O Washington Post vai continuar a pesquisa até pelo menos o final do ano, porque precisa entender as razões pelas quais está se tornando mais difícil conquistar leitores nos grupos que tradicionalmente formam o mercado potencial do diário.
A fuga de leitores se agravou neste ano na imprensa americana, ao ponto de pelo menos três jornais – Newsday, Hoy e Chicago Sun-Times – terem admitido, nos últimos meses, que haviam inflado seus números de circulação.
Segundo o professor Adam Penenberg, diretor de Reportagem Econômica e de Negócios do Departamento de Jornalismo da Universidade de Nova York, os jornais tradicionais têm motivos de sobra para preocupação. Uma pesquisa da Online Publishers Association (www.online-publishers.org), comentada na semana passada por Penenberg, revela que a internet está ocupando de forma avassaladora o tempo antes destinado pelos cidadãos à leitura de jornais e revistas e reduzindo até mesmo a disponibilidade para assistir televisão. O mais importante: pela primeira vez, os noticiosos online superam os meios tradicionais em termos de credibilidade.
Mais tempo na rede
Os números que surpreendem o acadêmico indicam que 52% dos jovens com idade entre 18 e 24 anos estão dedicando mais tempo à internet neste ano do que em 2003. Os índices não são muito diferentes para outras faixas etárias: 44% das pessoas com idades entre 35 e 44 anos e 42% de 45 a 54 anos declararam que aumentaram o uso da internet.
O estudo revela que a internet é o único meio que tem conquistado mais tempo dos leitores e espectadores. Quando querem informação, 73% dos americanos de todas as faixas etárias pesquisadas preferem a internet, enquanto 48% escolhem revistas e apenas 35% declaram ainda preferir os jornais.
A TV é majoritariamente associada a entretenimento e relaxamento, embora apresente razoável grau de credibilidade, por veicular imagens diretas dos fatos.
Outro aspecto interessante, e, segundo Penenberg, desanimador para a necessidade dos jornais de conquistar leitores jovens, é a questão da credibilidade. Pela primeira vez desde que o estudo é realizado, a internet aparece como fonte confiável de informações para todas as faixas de idade pesquisadas, superando a credibilidade dos jornais entre os leitores com até 44 anos.
Quanto à eficiência das informações "utilitárias", como dicas de produtos e serviços, a internet supera em muito os jornais e revistas. É a primeira escolha para 96% dos consultados, contra 2% que preferem buscar esse tipo de informação em revistas e apenas 1% que esperam essa função dos jornais.
Quanto à diferença de conforto entre a leitura do papel e na tela, mais de 80% (81% nas faixas de 45 a 54 anos, 83% entre 25 e 34 e 85% entre 18 e 24 anos) já admitem que ler reportagens na tela é igual ou melhor do que ler no papel.
Leque de escolhas
O estudo mostra que se reduz progressivamente a diferença de atitude entre as gerações frente à internet. Os hábitos revelam, como é de se esperar, mais agilidade dos mais jovens, mas a grande maioria já aprendeu a definir suas escolhas quanto às funções tradicionais do jornal e da revista na internet.
Um número significativo prefere um pout-pourri de fontes, compondo cada um seu jornal, formado por uma variedade de títulos.
Uma das vantagens apontadas por grande número de consultados é justamente a diversidade oferecida na internet, versus a homogeneidade que se encontra em cada jornal ou revista. Esse talvez seja o principal desafio que a tecnologia apresenta para a mídia tradicional.
Com o crescimento do acesso em banda larga, um contingente cada vez maior de pessoas passa a ter a possibilidade da escolha. Fica progressivamente mais complicado impor uma visão única dos fatos. Agora que a internet rompeu a barreira da credibilidade, o céu é o limite.
Fonte: Observatório da Imprensa – 05/01/2005
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